Utilizado no Brasil há 20 anos, os benefícios flexíveis – planos de saúde, auxílio-alimentação, seguro de vida, vale-transporte, entre outros, permitindo que cada funcionário tenha liberdade de escolher aquele que mais se adapta ao seu perfil -, ainda não se tornou uma prática comum na maioria das empresas.
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Diante de um mundo em constantes transformações, onde o mercado, os modelos de trabalho, os perfis dos profissionais e seus desejos de carreira mudam a todo momento, torna-se um grande desafio para as empresas encontrar um profissional com o perfil ideal para a organização e que permaneça nela, produzindo bons resultados a curto, médio e, principalmente, a longo prazo.
Neste mesmo cenário, surge a necessidade de um RH cada vez mais estratégico, que vem sendo chamado de RH 4.0, isto é, departamento que enxergou e utiliza a tecnologia para otimização de resultados e redução de custos, além de ser participativo e decisivo nos negócios da organização.
As ações, métodos e práticas para essas ações estratégicas são diversas. Vão de contratações eficazes, trabalhos com a cultura organizacional e benefícios que atendam a necessidade de cada profissional.
Para entender melhor a utilização dos benefícios flexíveis como ações estratégicas dos RHs das empresas, a Bematize, consultoria de RH especializada em benefícios, realizou uma pesquisa com companhias de variados setores, sendo que a metade delas é da área de tecnologia, setor que saiu à frente no Brasil, na concessão de benefícios flexíveis. Outras companhias que participaram da pesquisa são das áreas da indústria farmacêutica e de cosméticos, seguros e serviços.
Entre as empresas entrevistadas, 85,71% declararam ter alcançado a satisfação dos colaboradores com a flexibilização de benefícios. Já a melhora na percepção dos benefícios pelo colaborador foi resultado alcançado por 71,43% das companhias, e 64,29% delas conseguiram tanto aumentar o engajamento dos seus funcionários quanto se fazerem percebidas como empresas inovadoras.
“O sucesso do modelo flexível no Brasil é indiscutível e acredito que a adesão de um número maior de empresas está limitada apenas pela capacidade tecnológica das áreas de Recursos Humanos. A administração de benefícios flexíveis é complexa e exige processos organizados e sistemas para que a experiência dos colaboradores seja satisfatória”, explicou Ronn Gabay, diretor da Bematize e um dos responsáveis pela pesquisa.
Ainda segundo a pesquisa, que foi divulgada no terceiro Simpósio Bematize 2018 – Benefícios flexíveis e remuneração para um RH mais estratégico – realizado no dia 30 de outubro -, a assistência médica e odontológica estão entre os benefícios mais flexibilizados. No caso da assistência médica, o número de empresas que flexibilizou esse benefício foi de 71,43%, e o mesmo acontece com os planos odontológicos.
Auxílio-alimentação também é um dos mais flexibilizados, com adesão de 85,71% das empresas. Para o auxílio-refeição, o percentual chega a 78,57% do total de empresas pesquisadas. A maioria das empresas, 92,31%, subsidiam 100% dos planos de saúde dos empregados
Os programas de benefícios flexíveis estabelecem que o funcionário tenha uma pontuação, de acordo com o cargo que exerce. Cada benefício tem um valor em pontos, e com o seu conjunto de pontos, o empregado monta o seu pacote. É essa liberdade que permite, por exemplo, que um profissional cujo cônjuge já receba auxílio-alimentação suficiente para as compras do mês possa direcionar o recurso que receberia com esse fim para aplicar em outro benefício. A pesquisa da Bematize revelou que, para auxílios-alimentação e refeição, 69,23% das empresas permitem o intercâmbio de pontos entre todos os benefícios.
“Pacotes de benefícios tradicionais estabelecidos apenas por cargo deixam muita margem para insatisfação. Idade, responsabilidade familiar, situação financeira, estilo de vida, e preferências pessoais são fatores que explicam a demanda por benefícios distintos”, ressaltou Ronn Gabay, diretor da Bematize e um dos responsáveis pela pesquisa.