Sim, o mundo está mudando: os consumidores estão exigindo novos comportamentos das empresas, os produtos e serviços estão sendo aprimorados em virtude dos avanços tecnológicos, formas diferentes de parcerias organizacionais são formadas e novos modelos digitais estão surgindo.

Além disso, novas relações de trabalho têm sido constituídas, uma vez que os empregados estão buscando mais conexão de seu propósito pessoal com os das empresas, esperando encontrar nas organizações algo maior do que apenas uma relação laboral – eu ofereço meu trabalho e você paga o meu salário.

Os negócios precisam se transformar de forma rápida e, se você não mudar o seu modelo de gestão, pode não sobreviver a esse novo cenário. Diante desse contexto, é importante relatar o cenário das empresas tradicionais e das empresas modernas consideradas digitais e exponenciais.

As empresas tradicionais cresceram em um ambiente de maior estabilidade, com base no paradigma do baixo custo operacional e o foco no ganho de escala. Nesse contexto era mais fácil mapear os concorrentes, clientes, fornecedores, parceiros e, consequentemente, entender o que estava acontecendo.

Porém, o mundo mudou. E, como as organizações são um reflexo da nossa sociedade, nós precisamos inovar e mudar a nossa forma de trabalho para estarmos aptos a atender as novas demandas do consumidor.

Nesse novo mundo, onde o crescimento é exponencial, integrado por diversas tecnologias e com geração de grandes transformações, as empresas digitais que surgem trabalham em uma dinâmica completamente diferente — mais ágeis, flexíveis, utilizando dados no seu processo de gestão, criando novos padrões de conhecimento, desintegrando sua cadeia de valor e construindo modelos mais enxutos.

Na Ford, estamos promovendo profundas mudanças na estrutura e na cultura organizacional para desenvolver novos modelos de negócios e criar a mobilidade do futuro.

Além disso, redesenhamos nossa organização para reduzir significativamente os níveis hierárquicos e tornar o processo de decisão mais ágil e flexível.

Ao mesmo tempo, estamos realizando várias ações importantes para revigorar nossa linha de produtos, o pós-venda, a rede de concessionárias e impulsionar uma cultura ainda mais centrada no consumidor e também em nossos colaboradores e parceiros.

Percebemos grandes diferenças do modelo das empresas tradicionais e exponenciais. Porém, como representante de um dos maiores ícones da 2ª revolução industrial, uma empresa considerada tradicional, eu afirmo: não nascemos digitais, porém estamos construindo essa transformação a cada dia.

Sim, nós estamos mudando e nos adaptando, mas não podemos descartar todos os aspectos relacionados à história que nos trouxe até aqui. Precisamos aprender coisas novas; porém, é necessário avaliar sinergias e integrar o melhor desses dois mundos para sobreviver a essa nova dinâmica.  

Meu convite é para olharmos com cuidado quando julgamos modelos de gestão das organizações e os taxamos de tradicionais ou digitais. Até mesmo quando pressionamos, inconscientemente, para que o outro implemente alguma prática de gestão.

Apesar de o mundo estar mudando, é necessário discernimento para avaliar o que faz sentido em cada contexto. Não podemos aceitar os “modismos” sem ter consciência de nossas reais necessidades organizacionais. E não adianta fazer as coisas por fazer. É preciso entender o tempo da sua empresa e avaliar qual ferramenta (new trends) vai de fato fazer sentido.

A cultura organizacional é única e o que funciona para um pode não funcionar para outro. É preciso entender o sentido das coisas e, na maioria dos casos, adaptar para a sua realidade. Muitos novos modelos e práticas de gestão estão surgindo, mas não existe clareza do que é certo ou errado. Temos que entender que as rupturas são cada vez mais rápidas e é necessário arriscar, fazer coisas novas e isso nos move a cada dia. Tire um tempo e reflita.

1. Faça um exercício para resgatar a trajetória da sua organização, com acertos e erros.
2. Analise o que precisa mudar para esse novo mundo.
3. Entenda seus desafios e defina seus objetivos futuros.
4. Acompanhe as mudanças dos negócios no seu contexto de trabalho.
5. Avalie o que faz sentido mudar no seu contexto e siga sua transformação.

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