A transformação ágil, que já contava com terreno fértil nas empresas, ganhou mais força e velocidade nestes tempos de dificuldades
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Mais força para a agilidade

A transformação ágil, que já contava com um terreno fértil nas empresas, ganhou mais força e velocidade nestes tempos de dificuldades

A pandemia colocou uma lente de aumento em todos nós, tanto como seres humanos quanto como organizações. Os pontos a serem evoluídos ficaram em maior evidência e não puderam mais ser adiados, ao mesmo tempo em que tudo o que já tínhamos de bom também veio à tona e foi potencializado. Aquilo que já contava com terreno fértil floresceu ainda mais em tempos de dificuldades – incluindo o mindset ágil.

Na Algar Telecom, que vem trilhando a jornada da transformação ágil desde 2018, já ter essa cultura disseminada foi essencial para uma reação rápida, sem necessitar de grandes aprendizados para que a empresa conseguisse inovar e tomar as ações imediatas que se fizeram necessárias. Com as equipes de um dia para o outro atuando de maneira remota, conceitos que trabalhávamos intensamente, como autonomia e protagonismo, foram mais importantes do que nunca e só se intensificaram.

Vivenciar o que é ter autonomia

Do ponto de vista de cultura, a nova realidade imposta desde março reforçou muitos aspectos positivos para qualquer organização. O espírito colaborativo, tão forte no ágil, ganhou força. As equipes ficaram mais unidas e as pessoas passaram a ter mais empatia e cuidado umas com as outras. Junto com isso, cresceu também o sentimento de dono, essencial para empresas que valorizam o empreendedorismo. Associados (como chamamos nossos colaboradores) abraçaram as causas e vivenciaram o que é ter autonomia para resolver problemas e encontrar soluções para os clientes.

Toda essa mudança repentina na dinâmica de trabalho também colaborou para que muitos líderes percebessem, na prática, que a estrutura de comando e controle não é obrigatoriamente necessária para que as coisas aconteçam. Com isso, acredito que lideranças de todas as empresas que adotaram o home office tenham passado a confiar muito mais nos seus times, aspecto fundamental para conduzir equipes no mundo ágil.

Muitos líderes perceberam, na prática, que a estrutura de comando e controle não é necessária para que as coisas aconteçam

Eles também notaram rapidamente que seu papel deveria ser outro, passando a atuar como “líderes servidores”, que dão o objetivo e agem tirando impedimentos para que ele seja alcançado. Barreiras, preconceitos e receios que muitos tinham até então foram quebrados, pois descobriram que é possível, sim, fazer diferente, inclusive gerando resultados melhores. Desse ponto de vista, a pandemia serviu como um curso intensivo – e prático – sobre o que se espera das lideranças daqui para frente, principalmente dentro de uma cultura ágil.

Uma questão de gente e cultura

No fim das contas, a pandemia acabou nos trazendo avanços em comportamentos fundamentais do ágil, muito mais rápido do que imaginávamos. Tanto que a migração das áreas elegíveis da Algar Telecom para o modelo ágil não foi paralisada com os times trabalhando remotamente – na verdade, ela segue em curso. Prova disso é que estamos agora tombando áreas críticas para a companhia: marketing e TI.

Muitos paradigmas foram quebrados em 2020 e, cada vez mais, fica evidente que a evolução para o ágil dentro das companhias é uma questão de gente e cultura, indo muito além do ajustes de processos e da alocação de recursos. Tanto é que seis em cada dez empresas que adotam metodologias ágeis citam cultura da empresa e gestão de desempenho como o maior desafio em todo o processo, segundo pesquisa conduzida pela consultoria global KPMG em 17 países.

Por experiência própria, sei que essa mudança é um caminho trabalhoso, que exige adaptações profundas e novos comportamentos de times e lideranças. Mas, como a pandemia nos obrigou a enxergar, todos podemos sempre nos adaptar e transformar.

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Ana Paula Rodrigues

Ana Paula Rodrigues é vice-presidente de gente da Algar Telecom