Um estudo feito pela Kenoby, startup de recrutamento e seleção, em dezembro de 2020 com o objetivo de mapear a percepção das empresas em relação ao RH do futuro e à importância da tecnologia mostra que 59,5% delas consideram que os Recursos Humanos de suas companhias são “mais ou menos tecnológicos e/ou automatizados”. Para 20,7% eles são “nada tecnológicos” e 19,7% alegam que são “totalmente automatizados”.
A pesquisa falou com 300 pessoas de diferentes cargos nas organizações, que também foram questionadas se as suas organizações pretendem investir em tecnologias para o RH em 2021. 38,8% dizem que ainda está sendo analisada a possibilidade; 15,4% afirmam que não é uma prioridade para a empresa e 45,8% alegam que a companhia tem a intenção e já possui um planejamento.
Segundo Felipe Sobral, diretor de Marketing da Kenoby, os dados revelam que as organizações ainda não estão priorizando como deveriam soluções tecnológicas para RHs. Somando-se o percentual dos que respondem “mais ou menos” tecnológicos, o que segundo ele pode significar o uso de planilhas de Excel e não necessariamente uma automação de fato, com o daqueles que dizem que os setores não possuem tecnologia, chega-se a 80,2% de companhias com pouca ou nenhuma inovação na área.
“Como plataforma de recrutamento, estamos buscando constantemente inovar. No entanto, não adianta a gente construir um discurso tão avançado porque a realidade vivida em boa parte das empresas é que elas nem saíram do papel. A gente fala em RH 4.0, mas muitos nem saíram do 2.0”, analisa.
Segundo o gestor, o fato de 38,8% dos entrevistados afirmarem que suas companhias ainda estão analisando a utilização de tecnologia e de 15,4% alegarem que essa não é uma prioridade também demonstra a falta de interesse e de planejamento das empresas em investir em Recursos Humanos. “Muitas empresas não estão preparadas para o digital em 2021”.
Quando se fala em ferramentas tecnológicas para Recursos Humanos, o executivo afirma que há uma dificuldade por parte das empresas em saber por onde começar e como realizar uma jornada de transformação digital. Para ele, essa questão está relacionada à discussão sobre RH estratégico porque ainda existe o desafio de mostrar o departamento como uma área que serve não apenas de apoio, mas que impacta diretamente os negócios.
“Os RHs precisam estar na mesa de decisões. À medida em que eles forem participando mais delas, eles conseguem pautar temas e colocá-los nos orçamentos. Inclusive este é um desafio do nosso time comercial: dar suporte para os setores convencerem as lideranças das organizações da importância dessas mudanças tecnológicas”.
O relatório da Kenoby também revelou que 37,5% dos inquiridos acreditam que a implantação de novas tecnologias para o RH tem pouca prioridade para a área de TI da sua empresa. 35,5% afirmam que a prioridade nem sempre é atendida e 27,1% que ela é alta.
Normalmente, para uma ferramenta tecnológica ser implantada em uma empresa, é necessário o suporte do time de TI, já que ele colabora na tomada de decisão validando a solução por meio de análises técnicas. “O que nós percebemos, porém, é que, embora o setor participe da decisão, a introdução de novas tecnologias para o RH não é uma prioridade para o TI. Não há o engajamento necessário para que os projetos sejam aprovados ou as exigências para aprovação deles são muito altas”, pontua Sobral.