Em nossa história recente, vimos uma série de incidentes relacionados ao vazamento de dados, bem como seu uso para fins, no mínimo, questionáveis. Hoje em dia, graças aos avanços tecnológicos que nos possibilitaram uma capacidade de processamento sem precedentes, somos capazes de coletar, processar e analisar dados numa velocidade impressionante. Citando o Tio Ben (Homem Aranha, Stan Lee) “Com grandes poderes, vem grandes responsabilidades”, os casos que ganharam as manchetes mundiais, são exemplos negativos do uso desse poder, que acabam definindo e generalizando todo o resto.
O fato é que, sem dúvida, essas notícias naturalmente nos deixam desconfortáveis e receosos, e ainda contribuem para a desinformação da sociedade sobre essa ciência. Sendo assim, é necessário separar o dado do que é feito com ele. No auge da tecnologia e ciência de dados, é hora de refletir mais sobre o assunto e adquirir um novo olhar sobre as narrativas que nos contam, não é mesmo.
Redução de informação
O dado por si só não é bom ou mau. A diferença está no que fazemos com ele e como o apresentamos. Esses grandes escândalos, e os inevitáveis paralelos traçados em livros como 1984, e outros conteúdos produzidos nos últimos tempos, reduzem a ciência de dados a fatos isolados e pontos negativos que só tem piorado esse clima de “estou sendo constantemente observado e analisado”.
Esse tipo de redução de informação também contribui para a resistência da compreensão e interesse sobre data science, e a possibilidade de extrair ao máximo suas vantagens. Para ilustrar minha reflexão, vamos pensar nos dados que são coletados sobre todas as nossas transações nos nossos cartões de crédito.
Inicialmente, pode parecer assustador esse volume de dados que se é coletado sobre todos nós, porém, já pensaram que é justamente o processamento desses dados que permite que seu banco o alerte ou bloqueie preventivamente seu cartão de crédito quando as compras feitas começam a fugir do padrão?
Direcionamento
O mesmo exemplo serve para as empresas e organizações: o dado funciona para todas as áreas como a grande salvação em incontáveis situações de alerta, direcionamento e clareza diante de fatos que não poderiam ser identificados sem o uso de dados.
O segredo mais uma vez está na educação. Assim, fica minha provocação, de trocar o título de vilão e aprender sobre uma ciência que pode somar muito valor quando aplicada. Não simplesmente temer e rejeitar o pobre dado, mas sim, entender qual é o intuito e situação em que ele é coletado e como será usado. Ao concordarmos e assegurarmos o uso pretendido, ele pode ser uma fonte de benefícios extraordinários.