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Acessibilidade e Inclusão: uma jornada e aprendizados

Nos últimos 5 anos houve um aumento de 20% na participação de profissionais com deficiência (PcD) no mercado de trabalho

de Gabriela Magalhães em 20 de maio de 2021

De acordo com o Ministério do Trabalho, nos últimos 5 anos houve um aumento de 20% na participação de profissionais com deficiência (PcD) no mercado de trabalho, contribuindo para uma força de trabalho nacional mais forte e diversa. Porém, ainda temos um longo pela frente para oferecer oportunidades e inclusão para os mais de 12,5 milhões de brasileiros que declaram ter deficiência segundo dados do IBGE do último Censo, o que representa 6,7% da população do País. A inclusão é uma jornada que devemos caminhar juntos enquanto sociedade, passando pelo governo, pessoas e empresas, e aqui na Microsoft nós estabelecemos nossa estratégia em três passos. 

Nós notamos internamente que as pessoas nem sempre se sentiam à vontade para falar sobre suas deficiências ou a dos colegas – tinham receio em usar termos incorretos, ofender e desrespeitar, o que os fazia recuar. Então nosso primeiro passo foi gerar conscientização por meio do envio constante de informações. Também recebemos pessoas de fora da organização – especialistas, clientes e parceiros – para compartilhar quais foram e são seus desafios e como a tecnologia ajuda na inclusão profissional, sempre destacando que são as pessoas que estão no centro da jornada de transformação.  

Conscientização, informação e treinamento vieram em primeiro lugar, não só para a subsidiária, mas também para a liderança. Buscamos também explicar a todos de que está tudo bem errar, desde que exista aprendizado. Quando você mostrar que se preocupa e está disposto a levar as necessidades de todos em consideração, a inclusão começa a acontecer.  

O segundo passo, que tem possibilitado a nossa transformação aqui no Brasil, foi o dos aliados. Depois dos funcionários munidos de conhecimento, nós do grupo de acessibilidade, recebemos muitas mensagens de pessoas com o interesse de se aliar e fazer parte do nosso grupo. O que permitiu que quase que todas as áreas da empresa tivessem ao menos uma pessoa que estava influenciando sobre o tema, tornando todo o processo de aprendizado mais confortável e dinâmico. Dúvidas sobre o que e como apresentar aos clientes e comunidade são válidas e importantes. Os aliados também atuam como embaixadores das causas de diversidade e inclusão que vivemos tanto na sociedade, quanto na empresa.

Caso você não pertença a um grupo específico de diversidade, você pode se conectar com as pessoas que fazem parte dele, aprender e levar a mensagem a diante. 

O terceiro e último passo, extremamente importante, foi receber total apoio e patrocínio da presidência e liderança. Isso ajudou a deixar claro que inclusão e acessibilidade não são mais questões negociáveis dentro da Microsoft – e espero que não sejam mais negociáveis em nenhum espaço ou companhia. Por isso mesmo é tão importante contarmos com o entendimento e suporte incondicional dos líderes. 

Uma das coisas mais importantes que também fizemos foi gerenciar a acessibilidade como um negócio. O aprendizado moldou nossa abordagem inicial e, em seguida, nós a personalizamos para a Microsoft. Isso levou ao desenvolvimento do nosso Modelo de Evolução da Acessibilidade, que usamos e aprimoramos há quatro anos. Tem nos possibilitado acompanhar o progresso, entender o crescimento ano após ano por divisão e função e impulsionou nossa maturidade. 

A acessibilidade começa com a construção de uma cultura de inclusão no local de trabalho. Quanto mais você se concentra nisso, mais sua cultura vai melhorar e evoluir. A cultura da empresa e o ambiente de trabalho são elementos importantes para um programa de acessibilidade de sucesso. Para construir produtos que atendam às necessidades das pessoas com deficiência é importante compreendê-las, acolhê-las e tomar medidas para aumentar a sua representação dentro da organização. 

Embora nossa jornada não esteja completa, desde que começamos a priorizar a acessibilidade na empresa, reunimos um amplo conhecimento de nossa própria experiência. Mas sabemos que os índices de participação ainda precisam crescer muito e que isso pode levar um tempo – é uma jornada. E é justamente nesse caminho para entender o impacto que uma cultura de inclusão pode ter sobre a produtividade e a inovação que estamos aprendendo a melhorar. Permanecer fiéis em nosso objetivo, capacitar os outros, compartilhar nossas principais lições, aprendidas conforme progredimos, é parte essencial desse processo. Por isso, buscamos compartilhar esse modelo para que outras organizações possam acelerar sua jornada de acessibilidade e de crescimento sustentável, seja para companhias que estejam em fase de definição da estratégia ou já tenham sistemas implementados. 

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Gabriela Magalhães

Gabriela Magalhães é Executiva de Contas e Líder do Pilar de Acessibilidade na Microsoft Brasil