uitos sonham ter qualidade de vida, um trabalho com propósito e significado, remuneração atrelada a resultados, e por aí vai. As grandes corporações eram o sonho da geração X, mas estes já começam a se aposentar. Claro que há pessoas que querem a segurança do serviço público, outros que querem trabalhar em uma multinacional – mas há pessoas hoje que sonham trabalhar no terceiro setor (ONGs e afins) ou em uma MPE. Nenhuma escolha parece estranha, como no passado.
Minha empresa tem 30 anos e se parece com uma profissional de 30 anos: tem espírito, visão e jeito de startup. Hoje ela é officeless e cada um de nós, sócios e funcionários, moramos em um lugar do mundo. Nessa jornada, aprendemos que a gente tem de começar do começo.
Como? Desenvolvimento de competências pode ajudar MPE a expandir os talentos de seu time
Parece música do Lulu Santos: “tudo muda o tempo todo no mundo, não adianta fugir, nem mentir pra si mesmoooo”.
Mesmo antes da pand…, bem, você já sabe, o mundo já era VUCA, e mudava o tempo todo. Nós, empreendedores, já havíamos incorporado outros paradigmas de sucesso, além do velho “expandir” . Vimos startups de tecnologia com cinco funcionários valerem milhões. Sem ao menos terem um escritório. Antigos símbolos de sucesso, dependendo do segmento, já caíram há algum tempo: número de funcionários, bairro onde a sede está localizada, tamanho da sede, para citar alguns.
O que eles querem?
Desde a geração Y, asexpectativas dos funcionários também têm mudado.
Aprendemos que o primeiro passo para termos visão estratégica é estimulando que cada um olhe pra dentro. Dentro de si mesmo. Depois, só então, é preciso olhar para o mercado e entender as dores do nosso cliente. Ou do nosso futuro cliente, porque pode haver alguma outra dor, cujo “remédio” podemos criar, oferecendo um novo produto.
Com esses aprendizados em mente – o que vemos dentro e o que vemos fora – é preciso que o líder seja capaz de olhar para seu time, e enxergá-lo- sem excesso de crítica ou benevolência. Buscando encontrar gente capaz de criar, de testar, de ouvir o cliente, de adaptar o produto ou serviço, até que o cliente se apaixone pela sua marca.
Como uma MPE consegue manter seus talentos?
Vou contar o que deu certo aqui, e costuma dar certo em todas as MPEs para as quais dou consultoria:
• Times autônomos, organizados por projetos
• Liderança pontual e colaborativa, hierarquia fluida
• Carreira em Y, carreira em W
• Participação nos resultados de acordo com performance individual e da empresa
Claro que essas são algumas das estratégias; há dezenas delas. Mas estou deixando para o fim aquilo em que mais acredito:
Uma MPE capaz de, ao olhar pra dentro e pra fora, identificar as competências de cada profissional, e construir com ele um plano de evolução.
Esse plano pode ser realizado de várias maneiras. Vou deixar aqui a forma mais enriquecedora, e mais barata. Por isso vale a pena. Imagine que você tem um ótimo contador, que tem pensamento analítico, mas dificuldades de liderar. Conhecendo sua gente, você pode preparar seu time para que sejam mentores uns dos outros. Um ótimo líder do seu time pode mentorar esse contador, até que ele desenvolva sua liderança. Imagine quantas trocas interessantes esse projeto pode proporcionar.
As 15 competências mais importantes
do mundo
O último Fórum Econômico Mundial, realizado em outubro de 2020, divulgou a terceira edição do relatório “O Futuro das Profissões”, com as principais tendências e mudanças que estão para acontecer no mundo do trabalho até 2025. Um dos principais destaques deste estudo é a lista das 15 competências que os profissionais devem desenvolver, para se manterem no mercado de trabalho. No futuro. Ou talvez no presente já.
Pensamento analítico e inovação, aprendizagem ativa e estratégias de aprendizado, resolução de problemas, pensamento crítico, criatividade, liderança, uso/monitoramento e controle de tecnologias, programação, resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade, raciocínio lógico, inteligência emocional, experiência do usuário, servir o cliente, análise e avaliação de sistemas, persuasão e negociação.
No Brasil, esse relatório identificou que a número 1, a mais demandada é… adivinhem: aprendizagem ativa e estratégias de aprendizado. Aprender a aprender. Mas falaremos disso em outro momento.
Em um ambiente colaborativo, sem competição, com espaço e estímulo para que todos aprendam e ensinem, todos evoluem.
O papel do empreendedor – além de ter clientes felizes – é criar uma empresa na qual todos se mostram como são: péssimos em alguns aspectos, geniais em outros – sem medo de julgamento. Quando todos se mostram, e todos querem aprender e ensinar, você não precisa ter estratégias para reter seus poucos talentos. A mágica acontece: todos os seus funcionários colocam seus talentos a serviço da empresa.