Recrutamento e Seleção

Home Office impulsiona contratação de PCDs

Nova modalidade minimiza obstáculos, como a falta de infraestrutura, e faz contratações de PCDs aumentarem 147%, em relação a agosto de 2020

de Redação em 22 de setembro de 2021

O avanço do trabalho em regime de home office teve um reflexo bastante positivo no que diz respeito à inclusão no mercado de trabalho. Impulsionada pela pandemia, essa nova modalidade aumentou o número de contratações de pessoas com deficiência física (PCDs).

O Brasil tem hoje, segundo o IBGE, cerca de 45 milhões de pessoas com alguma deficiência, o que corresponde a 24% da população. Dentro desse grupo, há uma miríade de talentos que poderiam fazer a diferença em diversas empresas. Porém, desse total, apenas 403.255 estão inseridos no mercado de trabalho, o que significa apenas 1%.

O baixo número de contratações é fruto de vários fatores. Em uma recente pesquisa da Catho, feita com PCDs, 44% dos entrevistados afirmaram já terem deixado de ir a uma entrevista de emprego por conta de dificuldades de deslocamento. Entre os obstáculos citados, estavam: calçadas inapropriadas (63%); falta de infraestrutura acessível, como rampas e faróis inteligentes (26%) e transporte ineficiente ou não adaptado (22%).

Mas o avanço do home office minimizou esses obstáculos, fazendo com que pessoas com deficiência tivessem acesso a mais oportunidades de emprego. Outras iniciativas voltadas para a inclusão também tiveram um papel nessa tendência. A própria Catho, por exemplo, criou um programa chamado “Minha Vaga por Direito”, que permite que PCDs cadastrem seus currículos de forma gratuita. Para isso, basta enviar um laudo do INSS apontando a deficiência em questão.

“Além da conscientização, queremos facilitar o caminho para que esses profissionais se candidatem às vagas de emprego, consigam demonstrar suas competências nas etapas do processo seletivo e alcançar a contratação e a tão esperada inclusão”, explica Patrícia Suzuki, Diretora de Gente e Gestão da Catho.

A possibilidade da contratação em regime home office somada à ações de inclusão levaram as contratações de PCDs aumentarem em 147% até agosto deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado, conforme apontou uma pesquisa da Page PCD, consultoria especializada em recrutamento de pessoas com deficiência.

Segundo Isabel Pires, gerente sênior da Page PCD, os setores que mais têm contribuído para esse aumento são: tecnologia, vendas, finanças e engenharia.

“Percebemos uma alta na procura por profissionais da área de tecnologia, perfil multifuncional, com habilidade de transformar dados em indicadores, visão estratégica e analítica. Outro diferencial que pode deixar os candidatos em posições de destaque ao longo do processo seletivo é a capacidade de se comunicar em outros idiomas, principalmente inglês”, explica Pires.

Outra boa notícia é o aumento na remuneração de pessoas com deficiência. “Em 2011, em uma posição de assistente administrativo/analista júnior administrativo, a remuneração girava em torno de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil. Em 2021, conduzimos a mesma posição com remuneração em torno de R$ 3 mil a R$ 4,5 mil. Já o cenário para essa mesma vaga sem especificação PCD em 2021, a remuneração ficou em torno de R$ 2,5 mil a R$ 3,5 mil. Notamos que a mesma posição PCD quando comparada com 2011 hoje aumentou seu valor em até 3 vezes mais”, conclui Pires.

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