Os benefícios da diversidade nas empresas vão bem além do “fazer a coisa certa”. Recorrentes estudos comprovam que times diversos têm mais sucesso, relacionam-se melhor com os clientes e conseguem solucionar problemas com mais êxito do que grupos homogêneos.
Porém, a diversidade cultural nas organizações só é efetiva quando todos acreditam que pessoas com diferentes experiências podem proporcionar à empresa resultados mais positivos. Para alcançar esse nível de aceitação, é necessário um trabalho contínuo de educação e de conscientização, normalmente iniciado pelo departamento de recursos humanos.
Como implementar a diversidade
Não existe uma única fórmula para se implementar a cultura da diversidade e da inclusão nas organizações, visto que cada companhia apresenta suas particularidades. Contudo, em setores potencialmente masculinos, que carregam um mindset conservador, o desafio é ainda maior.
Uma das formas de se iniciar, é olhar além das características biográficas. Isso exige um levantamento mais apurado, o que quase sempre demanda apoio técnico externo e especializado. A proposta desse censo não é simplesmente quantificar, mas coletar informações que possam compor a estratégia da empresa e agir proativamente.
A coleta dessas respostas deve assegurar que os colaboradores tenham acesso ao questionário, condições igualitárias de participação e respeito à privacidade. Uma maneira de driblar a desconfiança dos colaboradores, é fornecer a estrutura necessária e incentivar que efetuem o preenchimento durante a jornada de trabalho.
A partir da compilação dos resultados, torna-se possível identificar os verdadeiros gargalos e traçar caminhos rumo à uma meta desejada. Nessa jornada, treinamentos voltados a lideranças são importantes para promover mudanças, reduzir vieses inconscientes, criar habilidades de comunicação e ensinar a falar e a lidar com a diversidade. Aliás, disseminar o que é diversidade deve abranger todos os públicos. Essa é uma ação importante para as pessoas formarem sua opinião.
O RH deve estar atento
A área de recursos humanos como embaixatriz do tema não pode ser complacente em relação à estrutura atual das áreas. Um exemplo é não permitir que uma vaga anteriormente ocupada por um representante de minoria seja preenchida por quem não é. No processo de recrutamento, o processo seletivo deve contemplar diferentes grupos sem necessitar de prévia autorização do líder da área para tal.
Muitas empresas não mantêm políticas para contemplar as diferenças e simplesmente preferem fechar os olhos para essa realidade, adotando uma postura de distanciamento do tema, o que é algo totalmente equivocado porque certamente contribui para situações de discriminação. O Instituto Ethos considera que “a inclusão faz parte do compromisso ético de promover a diversidade, respeitar a diferença e reduzir as desigualdades sociais”. Além de ético, a prática da diversidade também é parte do papel social das empresas.
* Úrsula Bueno é Gerente de Recursos Humanos da Clarios, líder mundial em soluções avançadas de armazenamento de energia, fabricantes das baterias Heliar