Dia da Consciência Negra, Dia Internacional da Mulher, Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. Anualmente, nosso calendário é marcado por datas fixas que visam conscientizar a sociedade sobre a importância do respeito, diversidade e inclusão.
Nessas datas, é comum que empresas lancem campanhas internas e externas para chamar a atenção para o tema. Porém, esse discurso não deve se limitar a datas, e menos ainda ficar restrito ao marketing pautado pelo calendário. O incentivo à inclusão e diversidade deve ser colocado em prática e fazer parte do DNA da empresa.
O assunto foi tema do painel “Diversidade não é marketing (mas precisa dele)”, do Fórum Melhor RH Diversidade e Inclusão, promovido nos dias 18 e 19 de outubro, pela plataforma Melhor RH. Participaram da conversa Ricardo Mota, especialista em diversidade, Jackeline Busnello Vaz, gerente de D&I do Banco Bradesco, e Giacomo Strazza, responsável pelas ações de desenvolvimento, educação, recrutamento e D&I na Diretoria de Recursos Humanos da TIM Brasil.
Ricardo Mota iniciou a conversa destacando a importância das campanhas de marketing que têm como foco a representatividade. Porém, ele destaca que, ainda que bem-intencionadas, algumas empresas não preparam internamente suas equipes para o tema, o que acaba comprometendo a campanha.
“Nós sabemos que, para aumentar a diversidade, é super necessária a visibilidade e todas as ações para dar visibilidade às minorias. A gente sabe que, quanto mais pessoas se veem representadas, maior é a inclusão e a efetividade das ações do social. Temos vários exemplos de empresas super bem-intencionadas, que fizeram ações de marketing para fora, e não tinham preparado ainda suas equipes internamente. E não necessariamente isso saiu como deveria sair, ou surgiram alguns problemas ou questionamentos”, disse Mota.
Como passar do discurso para a prática?
Mota levantou para Jackeline Busnello Vaz o seguinte questionamento: como as ações internas da sua empresa viabilizam que as campanhas de marketing demonstrem atenção à diversidade e à inclusão de maneira genuína?
Jackeline ressaltou que, para que uma empresa tenha legitimidade nessa questão, é preciso, antes, que um trabalho interno seja feito. “É importante que vá além da comunicação e do marketing. Que tenha, realmente, ações concretas. Que a gente tenha, de fato, uma preocupação com a questão da diversidade e inclusão dentro de casa, primeiramente. Claro que o marketing também é uma ferramenta super importante para potencializar isso, mas as ações internas são super relevantes”, disse Jackeline.
Ela citou alguns exemplos de ações do Bradesco que vão ao encontro dessa proposta. “Muitas pessoas não sabem que a diversidade e a inclusão estão intimamente relacionadas a nossa criação. Lá em 1943, o banco foi fundado com essa premissa de ser um banco de portas abertas, numa época que aqui no Brasil o sistema financeiro não atendia, por exemplo, o pequeno produtor, o pequeno comerciante, pessoas com poucas posses, imigrantes dessa época que fugiam de uma situação de guerra. A premissa do Bradesco foi justamente abrir as portas para todo cliente. Isso acompanhou nossa história, e dessa relação com a inclusão a gente criou várias iniciativas. Mais recentemente, isso estruturou uma governança muito robusta para falar do tema, temos um comitê, por exemplo, para falar sobre sustentabilidade e diversidade, do qual participam o presidente e o presidente do conselho. Então, é super sênior mesmo a discussão, para que a liderança tenha essa participação, esse engajamento”, explicou Jackeline.
Dando andamento à mediação da conversa, Ricardo Mota perguntou a Giacomo Strazza sobre como a TIM contribui para campanhas de marketing de maneira genuína.
“A história da TIM Brasil nos assuntos de sustentabilidade, assim como na matriz italiana, é uma história longa, que vem de muitos anos. Mas desde junho de 2019, a empresa deu uma acelerada importante sobre as questões de posicionamento e políticas de diversidade e inclusão. Nós também temos na TIM um comitê que é convocado a cada três meses pelo nosso presidente, Pietro Labriola, temos grupos de afinidades, temos revisto muitas políticas, temos feitos um esforço incrível de treinamento em todos os níveis, desde os operacionais até os de liderança”, destacou Strazza.
Ser genuíno também contribui para o employer branding
Na conversa, Ricardo Mota também destacou que ser condizente com o discurso que prega é uma forma de agregar valor à empresa.
“Sem dúvida, quando todas as minorias se veem representadas, isso contribui para o employer branding. Eu chego num ambiente, onde algo está sendo mostrado para o mercado, e eu chego lá e me vejo ali dentro, sem dúvida me sinto acolhido. Diversidade é convidar para sentar à mesa, e inclusão é deixar falar”, conclui Mota.
Saiba mais:
O Fórum Melhor RH Diversidade e Inclusão é promovido pela Plataforma Melhor RH. Quer conferir todos os debates e conversas do evento?
Clique aqui para assistir a live do 1º dia do evento
Clique aqui para assistir a live do 2º dia do evento