A enorme escassez de talentos é o pesadelo atual das organizações. Segundo pesquisa da Manpowergroup, a falta de profissionais qualificados atinge índices altíssimos no mundo todo. Atrair e reter talentos se tornou um dos principais desafios e é uma questão de sobrevivência, pois a carência de bons funcionários pode colocar em risco o crescimento e a eficiência da operação.
Encontrar o candidato que atenda às competências técnicas (hard skills) e que também tenha as habilidades comportamentais (soft skills) é um grande desafio. Em tempos de pandemia, as softs skills ganharam mais relevância. O profissional tão desejado das organizações é aquele que atende aos requisitos técnicos e que se destaca pelas características pessoais, como comunicar-se com clareza e de forma assertiva, trabalhar bem em equipe, ser colaborativo, ter resiliência e abertura para mudanças, saber gerenciar bem o seu tempo (e suas prioridades) e esbanjar no bom relacionamento interpessoal.
Para minimizar o problema, 64% dos empregadores dos países entrevistados pela mesma pesquisa disseram que estão investindo em iniciativas internas, como plataformas de aprendizagem e ferramentas, para garantir o desenvolvimento dos seus funcionários. Apontam também uma preocupação com o bem-estar, repensando as formas de contratos, abordando pessoas de outras faixas demográficas etc. Iniciativas internas são essenciais para desenvolver, reter e fortalecer a marca empregadora e, para atingir melhores resultados, as organizações terão de incluir no seu planejamento ações socioambientais e governança.
Os processos seletivos sofreram uma grande evolução na sua história. Os candidatos utilizam critérios cada vez mais exigentes na escolha do local para trabalhar. Esse critério pode ser traduzido em uma palavra: propósito. Os profissionais do futuro – ou melhor, do presente – buscam empresas do bem e querem ter orgulho da marca para a qual prestam serviços. Cada vez mais, impõe-se às organizações a necessidade de se adequar às boas práticas. Novos modelos de negócios estão surgindo, e as organizações que não repensarem rápido suas atividades podem colocar em risco sua perenidade. Impulsionados por questões climáticas, a empregabilidade verde ganha força, e os profissionais iniciam uma busca por empregos que tenham um impacto positivo sobre o meio ambiente.
A responsabilidade social das organizações também está na lista das exigências dos profissionais. De acordo com o Google Trends, o interesse pela sigla ESG atingiu em 2021 o índice mais alto dos últimos 16 anos. Não só a busca para conhecer melhor essa sigla tem crescido como também a cobrança para que as organizações atuem com mais responsabilidade.
Vivemos o contexto de uma grande transformação cultural, econômica, tecnológica e socioambiental. E as organizações perceberam que precisam de agilidade nessa mudança.
Nesse cenário, o RH tem um papel protagonista, em conjunto com as áreas de comunicação interna e marketing. É necessário que o planejamento estratégico contemple ações de ESG e esteja inserido na cultura organizacional, nos valores e no DNA da empresa.
O uso consciente dos recursos, reduzir a emissão de gases, zerar desperdícios, melhorar as condições e relações de trabalho, promover impacto positivo na comunidade e estimular políticas de inclusões e diversidade, seguir condutas éticas, ter políticas de anticorrupção, praticar a transparência em seus negócios, zelar por seus colaboradores não permitindo desrespeito, assédio, discriminação e preconceito: isso é só o começo, com muito (bom) trabalho pela frente!