Hoje, quero compartilhar algumas reflexões sobre o amanhã, algo ao qual me dedico e sobre o qual eu falo constantemente há algum tempo. O foco do meu dia a dia é pensar em estratégias para que elas conectem inovação, tecnologia e negócios a fim de endereçar o futuro de algumas das marcas mais valiosas do mundo e fazê-las evoluir.
Como fonte de inspiração, tenho 2 filhas, uma de 11 e outra de 7 anos, com as quais aprendo diariamente. Entre tantos ensinamentos que a convivência com ambas já me gerou, a necessidade de me colocar em uma posição de humildade profissional é uma das mais valiosas.
Sou pertencente à geração X, nascidos entre 1965 e 1980, em um mundo sendo pensado e evoluído para a geração Z (1997-2010) e até mesmo para a geração Alpha, que nasceu depois de 2010.
Em outras palavras, muito do que procuro pensar e construir hoje (seja no trabalho ou em casa) não diz respeito a mim nem sequer ao que aprendi até aqui. Lembro-me disso o tempo todo porque, se eu quiser continuar pensando em soluções relevantes, tenho que, todos os dias, renunciar a uma ideia antiga e aprender a ler o mundo de uma forma nova.
Depois de dois anos do surgimento da pandemia de Covid-19, que transformou em escala o comportamento da população mundial, definitivamente os modelos de trabalho foram redefinidos e a tecnologia como alavanca das novas relações humanas e de negócio foi potencializada; então, mais do que nunca precisamos entender de forma acelerada que tudo mudou e muda o tempo todo.
As relações de trabalho como a gente conhecia já eram. Embora muita gente — em geral, baby boomers (1946-1964), geração X e Y — insista em dizer que “voltamos aos velhos tempos”, precisamos estar atentos às ações voltadas às gerações que estão remodelando o mercado agora.
Não posso pensar somente em mim ou em você, caso tenha nascido antes de 1997; preciso pensar no futuro. Precisamos pensar no futuro. E, para o mundo atual, os seis novos pilares do trabalho muito claros já aparecem:
- descentralização — os talentos estão por toda parte, e agora é possível acessá-los em qualquer lugar do mundo;
- agilidade — as realidades nunca se transformaram tão rápido e nunca aprendemos de modo tão acelerado a nos adaptar e evoluir;
- hibridez — mais do que in person e/ou online, é importante saber quando aplicar tais modalidades, dado que a intenção da escolha e o resultado dela são a chave para retenção de talentos;
- flexibilidade — esqueça aquela imagem de uma pessoa na praia bebendo um martini enquanto digita no computador, pois as necessidades e os desejos de cada um, tanto na vida quanto na carreira importam, e somos plurais, portanto um modelo único a que todos têm de se adequar não vai mais funcionar;
- autonomia — é preciso dar espaço para que as pessoas possam agir gerando os próprios impactos a partir das potencialidades que carregam;
- love-based — é permitir que as pessoas trabalhem com o que amam, e isso inclui os indivíduos com os quais ela convive e se inspira, uma vez que somente quando as pessoas combinam o que amam com suas missões em empresas é que se alcança todo o potencial profissional.
Como contexto para tudo isso, diversidade é fundamental, pois é praticamente impossível nos engajarmos verdadeiramente quando não reconhecemos quem somos entre pares e lideranças.
O mundo novo exige pensamento infinito. Lideranças mais aptas não lideram para vencer e sim para continuar atuando em um jogo que realmente valha a pena não só para nós e nossos negócios isolados, mas para uma visão muito maior de ecossistema de negócios e sociedade.
Embora muito tenha mudado, continua avançando quem aprende e reaprende a liderar. Isso vale para pais, pessoas, empresas e governos. Neste novo e excitante mundo, cada um de nós tem uma das mais importantes escolhas: liderar ou ser liderado.
Por fim, faço um convite: vamos continuar, juntos, olhando para o amanhã, desapegando de um conceito ultrapassado e aprendendo uma coisa nova – até mesmo com as próximas gerações.