A colaboração é um dos fatores que fez com que a humanidade conseguisse sobreviver ao longo dos séculos. Uma análise de mais de 80 milhões de anúncios de emprego em 22 setores do mercado feita, em 2021, pela America Succeeds, uma ONG especializada em educação, concluiu que quase dois terços dos cargos listavam soft skills entre as qualificações exigidas pelas empresas ao buscarem profissionais para suas vagas, com a colaboração inserida nesse cenário.
Durante o 3º Fórum Melhor RH Confiança, promovido pela Plataforma Melhor RH em janeiro, a colaboração foi considerada, assim, a skill do futuro, em debate conduzido na presença de Sandra Cristina Domingos, Coordenadora do Atendimento Corporativo do Senac São Paulo, Claudia Regina Araujo Santos, Diretora de Recursos Humanos, e Renato Acciarto, Relações Institucionais e Especialista em Comunicação Corporativa, Interna e Digital.
De acordo com Claudia , o desenvolvimento das soft skills precisa levar em consideração o tripé: cultura, liderança e ambiente de confiança. “Em se tratando de engajar colaboradores nos trabalhos em equipe, é fundamental abrir espaços para conversas que reforcem quais são os valores e propósito da empresa. Quando a organização define o plano estratégico e deixa claro onde quer chegar, para todos os colaboradores, não tem como não engajar o time”, informa.
Para que isso aconteça, Claudia sugere a criação de canais de comunicação interna para que todos tenham acesso ao que está sendo feito e como as decisões se desdobram para a base. “O que percebo, porém, é que nem todo líder está preparado ou sabe como comunicar ou fazer rodas de conversa. Felizmente, hoje, há várias metodologias colaborativas, como Design Thinking, que facilitam esse processo.”
Sandra também sugere o investimento em treinamentos que contribuam para o desenvolvimento de competências comportamentais, com atividades práticas e interativas. E ressalta a importância das empresas terem times diversos. “Ao investir na diversidade, é possível conseguir diferentes olhares e pontos de vista, gerando mais qualidade e amplitude de ideias que influenciam positivamente o processo criativo, a inovação, as parcerias e as interconexões, impactando diretamente os resultados corporativos.”
Apesar das mudanças na forma de trabalho, as especialistas garantem que é possível estabelecer boas relações entre os colaboradores, mesmo em ambientes híbridos ou online. Segundo Sandra, eventos presenciais frequentes, por exemplo, ajudam a criar vínculos. “Além disso, valorizar e respeitar a opinião das pessoas ao longo de toda a jornada de trabalho, comunicar quais os valores importantes para a empresa e o que se espera de cada profissional, incluindo postura e comportamento, e como isso pode impactar as relações e o trabalho, são essenciais para o engajamento do time”, explica.
Claudia, contudo, reforça que sem olho no olho nada disso pode funcionar. “Precisamos enxergar, verdadeiramente, quem são as pessoas que trabalham conosco. Em momentos como o atual, sobretudo depois de enfrentarmos uma pandemia, é preciso estarmos atentos para o caso de algum colega estar passando por algum problema. Não é possível falar de colaboração sem focar a saúde mental dos profissionais.”
Acciarto destacou, por sua vez, a importância das relações interpessoais no desenvolvimento da colaboração nos times, e questionou se o distanciamento social não teria atrapalhado o desenvolvimento de profissionais mais colaborativos. O momento do café tem sua importância, entende o executivo.
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