Com a aceleração digital após anos de pandemia e o consequente investimento cada vez maior em tecnologia, um novo modo de trabalho impera: mais ágil, prático, eficiente, colaborativo e, claro, inovador. Obviamente, todas essas transformações também impactaram a força motriz de qualquer negócio: pessoas, talentos.
Segundo o relatório Future of Jobs 2020, do Fórum Econômico Mundial, metade de todos os trabalhadores do mundo vão precisar de requalificação até 2025. Entre as 15 habilidades mais requisitadas pelo mercado de trabalho do futuro estão competências técnicas, como programação e experiência de usuário, com habilidades socioemocionais, como criatividade, liderança, pensamento analítico e inteligência emocional.
Na prática, o alerta que fica é de que o mercado de trabalho não contará com um número expressivo de profissionais capazes de atender às demandas que o mundo inovador impõe sob as empresas e, mais do que isso: o conhecimento técnico, ou hard skill, continua sendo primordial, mas as habilidades comportamentais, as tão queridas e sonhadas soft skills, são hoje mais urgentes do que nunca.
A pesquisa Global Trends Report do LinkedIn, de 2019, aponta que 92% dos gestores de Recrutamento e Seleção acham que as soft skills são igualmente importantes, senão mais importantes, que as hard skills; 80% deles pensam que as habilidades sociais são cada vez mais essenciais para o sucesso de uma empresa, enquanto 89% das “contratações ruins” são atribuídas a funcionários com habilidades sociais pouco desenvolvidas.
Diante disso tudo, não tem como negar que a educação focada em inovação é o caminho. Isso porque os conhecimentos não são centrados apenas em métodos e ferramentas práticas. O desafio do ensino sobre inovação está justamente no esforço para transformar o modo como as pessoas pensam os problemas reais e o processo de construção de novas soluções.
Por isso, envolve habilidades e competências que são pouco estimuladas ao longo da vida, como a criatividade, o pensamento crítico, a colaboração, a experimentação rápida, o teste antes de ter algo 100% pronto e assim por diante. Quebrar padrões demanda tempo e novos hábitos, portanto há cada vez mais a necessidade de trazer novas metodologias de ensino para trabalhar com inovação.
No cenário da educação focada em inovação, há ainda quatros soft skills que se sobressaem:
1 – Empatia: geralmente as pessoas são estimuladas a resolverem problemas que outras vivenciam, por isso a habilidade de aflorar a empatia é essencial para depois pensar em soluções transformadoras.
2 – Trabalho em equipe (colaboração): o ensino sobre inovação sempre é colaborativo porque é preciso trabalhar muito bem em equipe para conquistar o resultado almejado.
3 – Experimentação: essa habilidade vai ao encontro da capacidade de testar algo rápido, mesmo que ainda não seja a solução 100% pronta, mas que vai proporcionar evolução para os próximos passos.
4 – Inteligência emocional: a adaptabilidade é trabalhada para pensar em soluções diferentes e encontrar novas formas de resolver desafios. Desse modo, a inteligência emocional é importante para manter a resiliência, saber ouvir, filtrar críticas e feedbacks e tentar quantas vezes forem necessárias.
No entanto, apesar de parecerem simples na teoria, segundo a MIT Tecnology Review, as habilidades pessoais ainda permanecem bastante ambíguas, principalmente porque são difíceis de “medir”. Se essa é a dúvida que ronda os seus pensamentos, as sugestões que podem guiá-los giram em torno de achar um consenso claro sobre quais são as soft skills que se deseja desenvolver; treiná-las com formações práticas e acompanhamento; e atrelar o impacto das soft skills aos resultados do negócio envolvido, tentando achar correlações entre comportamentos e consequências.
Fato é que até pouco tempo atrás o ambiente de trabalho não tinha espaço para emoções. Hoje o jogo virou e ainda arrisco a dizer que vai além. Afinal, o desenvolvimento de soft skills não contribui apenas para a construção de um profissional ou de uma equipe de trabalho de alto desempenho, mas também influencia de uma forma ou de outra o ambiente externo, já que as pessoas podem se atentar a determinados aspectos para se tornarem ao longo do tempo suas melhores versões, ou seres humanos melhores, se assim preferirem.