Quando falamos em Felicidade Corporativa, talvez algumas pessoas possam ter um entendimento equivocado sobre o que realmente significa. Pode parecer pouco pragmático ou até mesmo etéreo, visto que quando falamos de Felicidade, temos interpretações distintas para a palavra e parece ser difícil tangibilizar.
Mas em um cenário corporativo cada vez mais desafiador, complexo e dinâmico, a Felicidade Corporativa emerge como um elemento fundamental para o sucesso organizacional sustentável. Principalmente pós-pandemia, quando o Brasil, por exemplo, passou a ser o país mais ansioso do mundo, segundo a OMS. E os títulos não param por aí. Somos o segundo país mais estressado e com maior nível de burnout. Também somos o quinto em depressão, segundo a mesma fonte.
Diante de todo esse contexto, é importante deixar claro o que é e o que não é Felicidade Corporativa. Este conceito, que transcende a simples satisfação momentânea, representa uma abordagem estratégica que integra bem-estar, produtividade e resultados duradouros, inclusive financeiros.
Felicidade Corporativa enquanto propósito
Felicidade Corporativa surge quando colaboradores encontram propósito, evoluem, equilibram vida pessoal, são reconhecidos e criam conexões significativas que fortalecem engajamento e bem-estar organizacional.
Acredito que podemos traduzir essas conexões significativas como relacionamentos de qualidade, baseados em confiança e respeito.
Martin Seligman, considerado o pai da Psicologia Positiva, estabelece que a verdadeira felicidade no trabalho está fundamentada em três pilares essenciais: vida prazerosa, vida engajada e vida significativa. Segundo ele, “quando as pessoas encontram significado em seu trabalho, elas não apenas se tornam mais produtivas, mas também mais resilientes diante dos desafios”.
E se levarmos em consideração todo o contexto mencionado no início deste texto, a resiliência com certeza é uma competência mais do que necessária a um profissional atualmente.
Annie McKee, autora de “How to Be Happy at Work”, enfatiza que “líderes que priorizam a felicidade de suas equipes criam um ambiente em que a inovação floresce e os resultados excepcionais se tornam a norma”. Ela identifica três elementos cruciais para a felicidade no trabalho: um senso de propósito, uma visão esperançosa do futuro e relacionamentos amigáveis. Aqui eu trocaria os relacionamentos amigáveis, por relações de qualidade com respeito e confiança, conforme já mencionei no terceiro parágrafo deste texto.
Altos níveis de engajamento melhoram o resultado financeiro
Dados recentes corroboram estas perspectivas teóricas. Segundo pesquisas do Gallup, organizações com altos níveis de engajamento e bem-estar apresentam resultados financeiros 21% superiores à média do mercado, reduzem o absenteísmo em 41% e aumentam significativamente a retenção de talentos, com índices 59% mais elevados que a média do mercado.
Além dos indicadores financeiros positivos, observa-se maior engajamento dos colaboradores, fortalecimento da marca empregadora e incremento nos níveis de inovação. O atendimento ao cliente também se beneficia diretamente, pois colaboradores felizes tendem a proporcionar experiências mais positivas aos clientes.
As pesquisas também destacam que aproximadamente 40% da nossa felicidade está sob nosso controle direto, por nossas escolhas e ações intencionais. No contexto corporativo, isto significa que as organizações têm um papel significativo na promoção do bem-estar de seus colaboradores. E obviamente os líderes exercem um papel fundamental.
Liderança Compassiva
A Liderança Compassiva é uma competência essencial: gestão humanizada que prioriza bem-estar, segurança psicológica, empatia e apoio emocional, sem perder de vista os objetivos organizacionais.
Gestores precisam desenvolver escuta ativa e empatia, criando conexões genuínas com suas equipes, pois a liderança baseada em controle rígido perde espaço nesse contexto corporativo.
Outros aspectos importantíssimos quando falamos de Felicidade Corporativa são as questões de: reconhecimento e balanço entre vida profissional e pessoal. Organizações bem-sucedidas implementam programas estruturados para celebrar conquistas e valorizar contribuições individuais e coletivas, criando um ambiente no qual os colaboradores se sentem verdadeiramente valorizados. Mas as conquistas dos colaboradores não são obtidas por meio de um trabalho que faz com que o profissional esqueça que tem vida pessoal.
Equilibrar resultados e bem-estar é essencial, mas desafiador, diante de um mercado dinâmico e complexo que exige novas formas de gestão e adaptação constante.
A saúde mental deixou de ser secundária e tornou-se central no desenvolvimento organizacional, com empresas adotando programas consistentes de suporte psicológico e estratégias de bem-estar para colaboradores.
É possível mensurar os resultados da Felicidade Corporativa
A jornada da Felicidade Corporativa enfrenta desafios como equilibrar trabalho híbrido e conexões humanas, mensurar resultados subjetivos e criar soluções que atendam perfis diversos de colaboradores.
O sucesso da implementação de programas de Felicidade Corporativa requer, sem dúvidas, um compromisso genuíno da alta liderança, direcionamento de recursos adequados e uma visão de médio e longo prazo.
Cabe salientar que o campo da Felicidade Corporativa está em constante evolução e certamente quanto mais pesquisas e insights sobre o tema, maiores são as chances da aplicação bem-sucedida.
Particularmente, eu acredito que, mais que um diferencial competitivo, a Felicidade Corporativa torna-se cada vez mais um imperativo estratégico, em que as organizações que conseguirem compreender este conceito e tangibilizá-lo, criarão um ciclo virtuoso, no qual os colaboradores realizados geram resultados diferenciados e suportam a sustentabilidade e perenidade dos negócios.
Nota da Redação: Texto produzido parcialmente com auxílio de Inteligência Artificial.