Márcio Cardial, publisher das plataformas Melhor RH e Negócios da Comunicação, na abertura do segundo dia do 4º Fórum Melhor RH ESG e Comunicação, afirmou que “o ESG não é um relatório, é um comportamento”. Ele ressaltou que a cooperação só tem sentido quando se traduz em práticas vivas, repetidas e compartilhadas.
Cardial ainda destacou que empresas realmente sustentáveis são aquelas que unem propósito, pessoas e prática, cultivando coerência entre o que dizem e o que fazem. Para ele, educação, bem-estar e escuta verdadeira são pilares de uma cultura corporativa transformadora, capaz de gerar impacto social e ético duradouro. “Que todos saiam melhor do que entraram nesta jornada de conhecimento”, concluiu.
A cooperação que transforma

Paola Klee, CEO da YC Your Career Future, abriu o primeiro debate afirmando que a colaboração é o caminho para gerar valor humano e estratégico dentro das empresas. Segundo ela, o verdadeiro impacto do ESG começa na forma como as lideranças promovem confiança e inclusão. “A cooperação é a nova moeda das relações corporativas”, afirmou, destacando que o aprendizado mútuo e o desenvolvimento compartilhado são essenciais para transformar o discurso em ação.
Douglas Almeida, executivo de RH, ressaltou que a cooperação precisa deixar de ser discurso para se tornar estrutura organizacional. Ele lembrou que resultados sustentáveis só aparecem quando os times compartilham responsabilidades e decisões. “O trabalho colaborativo é o que traduz o propósito em performance”, disse. Ele destacou que empresas que fortalecem o diálogo horizontal conseguem reduzir barreiras internas e aumentar o engajamento genuíno dos colaboradores.
Kiko Campos, executivo de RH, observou que a cooperação exige coragem para mudar hábitos de liderança. Para ele, o desafio está em transformar hierarquias rígidas em redes de confiança. “Cooperar é abrir espaço para que o outro brilhe”, afirmou. Campos reforçou que líderes que sabem compartilhar protagonismo constroem a cultura ESG, valorizando o coletivo como fonte de inovação e sustentabilidade.
Educação, propósito e prática

Maria Ester Domingues de Oliveira, diretora de RH da Gooroo Crédito, destacou que a educação é o alicerce da transformação cultural. Segundo ela, empresas que investem em aprendizagem contínua criam ambientes mais diversos e sustentáveis. “Formar pessoas é a melhor forma de perpetuar valores”, afirmou. Maria Ester enfatizou que programas de capacitação precisam estimular autonomia e senso de pertencimento, transformando o aprendizado em instrumento de inclusão.
Daniel Arouca, diretor de RH da Colgate-Palmolive, afirmou que as pessoas devem tratar o ESG como competência de negócio e mentalidade de liderança. Ele ressaltou que a Colgate tem conectado seus pilares de sustentabilidade a práticas cotidianas, como inovação responsável e desenvolvimento humano. “A coerência entre o discurso e o dia a dia é o que sustenta o propósito”, disse. Ele reforçou que a formação de líderes conscientes garante consistência e credibilidade às políticas corporativas.
Marina Ponce, gerente de Gente e Gestão na Temon Técnica de Montagens e Construções, completou lembrando que o aprendizado não é um benefício, mas uma estratégia de perpetuação do legado. Ela afirmou que os programas de treinamento devem ser inclusivos e alinhados à realidade operacional das empresas. “Quem faz o trabalho acontecer precisa compreender o ESG”, disse. A executiva defendeu que o RH atue como facilitador entre propósito e prática, ajudando as equipes a traduzir valores em comportamento.
Liderança que cultiva o futuro

Fernanda Dabori, CEO da Advice Comunicação Corporativa, abriu o painel enfatizando que liderança sustentável é aquela que inspira pela coerência. Para ela, líderes ESG precisam agir como curadores de cultura e não apenas gestores de resultados. “É preciso praticar o que se comunica”, afirmou. Fernanda defendeu a comunicação interna como ferramenta estratégica de engajamento, ressaltando que a cultura só se consolida quando há consistência entre fala e atitude.
Elcio Trajano Jr., CHRO da Eldorado Brasil Celulose, afirmou que a liderança precisa aprender a fazer do propósito um hábito diário. Ele explicou que, na companhia, o investimento em bem-estar e segurança emocional é fundamental para sustentar o engajamento. “O ESG só é real quando os líderes entendem que cuidar de pessoas é cuidar do negócio”, disse. Trajano destacou ainda que a transparência e o diálogo são indispensáveis para gerar pertencimento.
Claudia Meirelles, diretora de Pessoas e Cultura na Itaúsa, reforçou que as empresas devem preparar líderes jardineiros, “capazes de cultivar o futuro com responsabilidade e empatia. Sustentabilidade é plantar agora o que queremos colher daqui a 10 anos”, afirmou. Ela ressaltou que o papel do RH é apoiar gestores na construção de ambientes éticos e inspiradores, em que o valor humano e o resultado coexistam.
Se o like não sustenta, o que sustenta legado?

A mediadora Helena Prado, sócia-fundadora da PinePR, abriu o painel com a provocação que guiou o debate: “Se o like não sustenta legado, o que sustenta?”. Ela questionou como o RH e a comunicação podem evitar que o discurso ESG vire apenas uma narrativa bonita nas redes sociais.
Priscila Quaresma, gerente global de Comunicação da Votorantim Cimentos, afirmou que a sustentabilidade faz parte da estratégia e da cultura da empresa. Com 90 anos de história, a companhia estruturou uma “casa estratégica 2030” que orienta metas de descarbonização e legado positivo. “Sustentabilidade é transversal, está em tudo o que fazemos”, explicou.
Lívia Lopes, head de Impacto Positivo e Sustentabilidade da Pernambucanas, contou como a marca centenária fortaleceu a inclusão produtiva e a diversidade dentro de suas lojas e equipes. Ela destacou que pessoas negras compõem 55% do quadro e 16% da liderança se identifica como LGBTQIAPN+. “Pertencimento é se sentir livre para ser quem se é”, afirmou. Lívia defendeu que o ESG precisa partir da escuta e da transparência, não apenas da reputação.
Helena encerrou o painel reforçando que a comunicação deve transformar verdade em reputação, e não o contrário. Segundo ela, marcas que constroem legados consistentes são aquelas que sustentam o diálogo entre o que prometem e o que entregam.
O ponto de não retorno da comunicação

No painel de encerramento, com mediação de Eliseo Karkoski, sócio-diretor da P3K Comunicação, o foco foi a comunicação interna como eixo da cultura ESG. O especialista lembrou que, embora 65% dos jovens busquem empresas com propósito, apenas metade dos executivos coloca a sustentabilidade na estratégia. “Falar é fácil, difícil é transformar valores em hábito”, disse.
José Luiz Ovando, sócio-diretor da Supera Comunicação, observou que a coerência das empresas é testada em tempos de incerteza. “Não há sustentabilidade sem consistência de atitude”, afirmou. Ele destacou que, mesmo diante de pressões econômicas, a comunicação deve manter o compromisso com a diversidade e a verdade corporativa.
Bruno Borges, gerente de campanhas e programas de relacionamento com o público interno da Petrobras, destacou várias ações da petrolífera em ESG e Comunicação. Ele explicou que a empresa, com quase 50 mil empregados e mais de 100 mil prestadores de serviço, vive o desafio de comunicar a transição energética justa para públicos diversos. “Nosso papel é conectar cada trabalhador à missão de produzir energia mais limpa, sem deixar ninguém para trás”, afirmou.
Ele detalhou as ações de educação, transparência e diálogo adotadas pela companhia, como campanhas internas, workshops e reforço dos valores de sustentabilidade e comprometimento com o País. “A comunicação interna é o motor que transforma propósito em pertencimento”, disse. Borges concluiu destacando que o futuro da Petrobras depende da confiança de quem a faz todos os dias e que comunicar com clareza é o gesto mais sustentável que uma empresa pode praticar.
O vídeo dos painéis do primeiro dia do 4º Fórum Melhor RH ESG e Comunicação já está disponível no canal da Plataforma Melhor RH no YouTube.
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