Gestão

Amar o que se faz

de Marcos Nascimento em 11 de julho de 2014
Marcos Nascimento
Marcos Nascimento é partner na Manstrategy Consulting

Existe uma definição ligeiramente robusta para o termo motivação, que vem do latim moveres (mover) e refere-se, em psicologia e em outras ciências humanas, à condição do “organismo” que influencia a direção do comportamento. Ou seja, é o impulso interno que leva à ação. É o motivo que leva você a se comportar de uma determinada maneira. Mas gostaria de me atentar a uma expressão – chave – nessa definição: “impulso interno”.

Muitos estudos já foram conduzidos nessa área, desde os primórdios da psicologia organizacional com as experiências e estudos de Maslow, McClelland, Herzberg, Stoner, Freeman entre outros. Mas essa coisa de “impulso interno” é que ainda incomoda. Exemplo: aqui estamos, no ano de 2014, ainda falando sobre os mistérios que orbitam esse tema e seus desafios. Se isso é uma verdade, se é só de dentro para fora, o tema talvez seja como motivar alguém e, por que não, como motivar um grupo de pessoas.

Pois bem, o grupo de pessoas que mais nos interessa chama-se empresa. Então, a pergunta é: por que, segundo algumas estatísticas, temos em nosso país os trabalhadores mais motivados do mundo? É isso mesmo! Uma consultoria internacional, focada em gestão de pessoas publicou, ano passado, o resultado de uma pesquisa feita em mais de 90 países que mostra que estamos entre as sete nações em que os trabalhadores estão mais engajados, mais motivados, à frente de países como Emirados Árabes, Austrália, Nova Zelândia e Dinamarca.

Uma das questões pesquisadas considerava o nível de paixão ou propósito do profissional no próprio emprego. A conclusão que podemos tirar é que fazemos o que fazemos por que queremos fazer; e queremos fazer por que tem sentido, significado. E se tem significado parece que gostamos.

#Q#

Acho tudo isso muito interessante. Principalmente porque me faz lembrar um artigo, que escrevi aqui mesmo, em agosto de 2011 falando sobre “o melhor emprego do mundo”. Naquela época, falamos sobre o conceito do professor do Insead Paul Evans, que insiste em que temos de buscar, em nosso trabalho, o amor, o humor e o significado. O tema do significado se repete aqui, assim como na pesquisa mencionada anteriormente. Mas são os dois outros ingredientes do professor Evans é que me fazem refletir.

Se pensarmos bem, somos um povo receptivo, cuidadoso, carinhoso por definição. Características que se conectam a algumas definições do “amor”. Quanto ao humor, dispensa qualquer busca de definição ou explicação. Somos bem-humorados e pronto. Então, talvez esteja aqui o segredo de o por que somos considerados motivados e nos motivamos, de verdade, dentro das instituições que servimos.

De alguma forma “amamos” o que fazemos, “brincamos” com os problemas de nossos desafios diários e buscamos sempre um significado do que e do como fazemos nosso trabalho. Dê uma refletida nisso e verifique se você também não sofre desse mal: estar motivado com o que, o onde, o como e o com quem trabalha. Se a resposta for positiva, não se preocupe! Você nunca estará sozinho!

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