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Sabe aquele ditado “antes só do que mal acompanhado”…. pois é, essa é a visão de muitos líderes quando se trata de dividir tarefas. Muitos acham que sua equipe não é capaz de realizar determinada atividade e, com isso, acabam tomando para si uma série de funções que nem sempre conseguem resolver, seja por falta de tempo, prioridade ou até capacidade. Mas por que isso acontece? É apenas falta de confiança ou esse hábito envolve também a centralização de tarefas?
Segundo Marcelo Braga, sócio da Search Consultoria em RH, a capacidade de delegar está diretamente ligada à maturidade do gestor e ao nível de desenvolvimento de sua equipe. “Gestores recém-alçados à posição tendem a ter mais dificuldades, pois ainda estão acostumados a fazerem sozinhos suas atividades. Gestores com equipe ainda em desenvolvimento muitas vezes acabam trazendo para si próprios algumas responsabilidades, ao invés de procurar fazer em parceria, para desenvolver o funcionário. Outros aspectos de características pessoais também ajudam nessa ‘falta de delegação’, como insegurança e vaidade.”
Já Patrícia Atui, Business coach da ActionCoach , explica que a centralização da liderança acontece porque o gestor às vezes não identifica as tarefas que devem e podem ser delegadas para a sua equipe. Com isso, ele acaba responsabilizando-se por tarefas que muitas vezes gostam de fazer, porém não estão relacionadas diretamente ao ganho de produtividade ou objetivo a ser cumprido. “Geralmente os líderes têm uma característica de dominância, são exigentes e acabam atribuindo-se muitas coisas e de forma apressada, pois acreditam que ninguém poderá fazer melhor ou mais rápido que ele próprio”.
O que muitos gestores não percebem é que, ao não dividir as tarefas, seu rendimento como líder diminui, as ações estratégicas são deixadas de lado e a equipe não se desenvolve adequadamente. Para Braga este líder deve entender que o maior prejudicado é ele próprio, pois está limitando o seu desenvolvimento como gestor. “Ele ainda não percebeu que agindo desta forma não estará pronto para assumir novas responsabilidades, não conseguirá se envolver em assuntos mais estratégicos e, principalmente, não estará exercitando sua principal responsabilidade, que é liderar pessoas”.
O executivo completa ainda que “é importante este líder perceber que delegar é muito diferente de entregar. Delegar significa dar um bom briefing do escopo da atividade, mostrar os recursos e sinalizar os impactos e dificuldades que podem vir a ocorrer. Como gestor, esse profissional deve se mostrar completamente aberto para auxiliar sua equipe em qualquer dificuldade, seja ela técnica ou de relacionamento, acompanhando sempre o andamento do processo”.
Confira as dicas fornecidas por Patricia Atui para que a prática de delegar se torne mais fácil e eficiente para os gestores:
• Certifique-se quanto a sua equipe pode dar conta;
• Assegure-se que a pessoa compreende o que deve ser feito (delegue, não abdique);
• Defina o que deve ser feito;
• Sistematize (escreva de forma clara o que deve ser feito);
• Explique porque deve ser feito;
• Ensine como deve ser feito sem micro gerenciar;
• Tenha certeza de que a pessoa entendeu o processo;
• Determine datas para acompanhar o progresso do trabalho;
• Certifique-se de que há um acordo na data ou prazo.