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A conta é alta quando o colaborador não tira férias

Os resultados vão desde a ocorrência de casos de esgotamento físico e mental, até autuações e multas dos órgãos governamentais fiscalizadores

de Bruno Carone em 15 de agosto de 2023
Shutterstock

O período de férias serve para as pessoas descansarem, aliviar as tensões do trabalho, além de curtir com familiares e amigos. Mas muitas pessoas não tiram este benefício obrigatório, previsto na CLT, e isso pode causar diversas situações e problemas para as empresas. Desde a ocorrência de casos de esgotamento físico e mental, até autuações e multas com os órgãos governamentais que fiscalizam o cumprimento das leis trabalhistas.

Uma pesquisa coordenada pelo presidente do Conselho Diretor do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq – USP), Wagner Gattaz, mostra que 18% dos profissionais brasileiros, 1 a cada 5, sofrem com a síndrome do burnout. Além disso, 43% relataram sintomas depressivos, com 13% tendo sido diagnosticados com a doença; e 24%, queixas relacionadas à ansiedade, embora apenas 5% oficialmente com o diagnóstico para o transtorno.

É consenso que a lei trabalhista ajuda o colaborador a não protelar o período de férias. Mas mesmo assim os departamentos de RH das empresas gastam horas de trabalho e recursos para controlar este benefício e precisam estar sempre atentos. Especialistas em Recursos Humanos afirmam que esta situação é comum no mercado, pois muitos colaboradores não gostam de tirar férias, com medo de ficar longe do trabalho. Existem muitos casos do que chamamos de férias de gaveta, quando o colaborador assina os papéis e não tira o período de descanso, o que acaba gerando situações desfavoráveis para ambos os lados.

Uma das soluções que algumas empresas têm usado para tentar minimizar a situação é oferecer benefícios corporativos diferenciados. Muitos gestores de RH têm procurado se informar sobre novas opções. Assim, eles podem oferecer para seus colaboradores benefícios que irão chamar mais atenção e deixar os funcionários mais felizes e satisfeitos. Entre as novidades para este mercado está o benefício corporativo de viagem. Neste caso, a empresa ajuda a pagar parte das viagens de férias de seus funcionários. Além do problema do RH, o benefício diferenciado tem sido eficiente também ao ajudar na diminuição da incidência de pessoas afastadas por causa da saúde mental.

Em empresas como startups, que têm apresentado crescimento acima da média nos últimos anos, o gerenciamento de todas as rotinas do RH aumentou exponencialmente. E a administração dos períodos de férias, bem como o convencimento dos colaboradores de que descansar é importante, toma um tempo considerável. Assim, algumas companhias têm optado por oferecer mais benefícios corporativos, especialmente os que ajudam a minimizar problemas de estresse e afastamento. Isso geralmente significa para os colaboradores um recado importante, de que a empresa está em busca de produtividade no negócio, é claro, mas também está preocupada com a saúde e bem-estar das equipes. Isso é feito por elas ao ajudar a pagar as viagens de férias e oferecer benefícios ligados à saúde física e mental.

Especificamente sobre o benefício de viagens, temos um acompanhamento próximo aos gestores de RH, e o feedback recebido é muito positivo, com boas histórias de pessoas que realizaram viagens e já estão programando outros períodos de férias. Muitos colaboradores têm percebido que viajar com a família ou amigos, é divertido, mas também muito importante para os meses de trabalho e estudo. O ano todo fica mais leve e mais produtivo quando a pessoa está com o corpo e a mente descansados. E a empresa consegue ter melhores resultados ao poder contar com as equipes completas e engajadas na busca de melhorar as entregas.

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Bruno Carone

Cofundador da startup Férias & Co.