Entrar no mercado de trabalho nem sempre é uma tarefa fácil, em especial quando falamos da contratação de pessoas com idade superior a 50 anos. Um agravante nesse contexto foi a pandemia de COVID-19 que, como um todo, deixou o país em situação ainda mais vulnerável. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua mostram que, no Brasil, a taxa de desemprego entre pessoas com 40 a 59 anos subiu de 9,0% (2020) para 9,7% em 2021.
O desemprego tem consequências que vão além da economia brasileira. Podemos citar o empobrecimento, que gera também a fome, e ainda, os problemas psicológicos. Principalmente quando se trata da falta de emprego para o grupo 50+, onde, na maioria das vezes, encontram-se os provedores do lar. Com base no levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem cerca de 32 milhões de idosos no país e, em mais de 17 milhões de famílias, o principal provedor possui entre 50 e 60 anos.
Mas você sabia que estamos passando por uma transformação da longevidade? Uma outra pesquisa do IBGE nos mostra isso:, em 1980, a expectativa de vida era de 62,6 anos. Mais de 40 anos depois, em 2021, a expectativa saltou para 76 anos.
Com a atual reforma da previdência, que elevou a idade de aposentadoria de homens para 65 anos e de mulheres para 62, o resultado é que cada vez mais o mercado de trabalho precisará contar com o profissionalismo e expertise de pessoas na meia-idade, senão, dentro de alguns anos, o problema do país será a falta de mão de obra.
Apesar da falta de oportunidade para esse público ser ainda um fato muito recorrente, devido aos preconceitos, é importante destacar que as organizações vêm se adaptando e tomando iniciativas para contratação de pessoas com mais de 50 anos. E muitos são os benefícios em manter profissionais sêniores no mercado. Além de promover o apoio à diversidade, a empresa estará contratando profissionais com experiência, responsabilidade, ética, maturidade e equilíbrio emocional.
Falando em controle emocional, vamos entrar em outro ponto muito importante – agora para todos os funcionários dentro das empresas: a cultura do bem-estar. O ambiente organizacional influencia tanto na produtividade quanto na qualidade de vida dos colaboradores. Além da pandemia, fatores como o ritmo acelerado de trabalho remoto, cansaço físico, mistura entre vida profissional e pessoal e até mesmo a vivência do desemprego, contribuem para que as doenças psicossomáticas afetem o desenvolvimento das pessoas dentro das organizações.
De acordo com o Ministério da Previdência Social, os auxílios-doença devido a transtornos mentais e emocionais aumentaram quase 20 vezes nos últimos dez anos e se tornaram a segunda causa de afastamento do local de trabalho. Justamente por isso é cada vez mais necessário que as empresas busquem formas de desenvolver uma cultura de bem-estar. Um local de trabalho saudável impacta diretamente na maneira como as atividades são executadas, nas relações interpessoais e na saúde da equipe.
Para que isso venha se tornar uma realidade, é necessário que as empresas abram espaço aos colaboradores, identifique as necessidades e pontos de melhoria através de pesquisas de satisfação e bate-papos individuais e com a equipe. Adotar condições de equilíbrio, oferecendo flexibilidade tanto nos horários como nos afazeres. Incentivar a boa convivência e criar possibilidades para que isso aconteça, tal como espaços de descompressão. E claro, disponibilizar aos funcionários todo suporte necessário em casos de doenças, sejam elas psicoemocionais ou não.
Existem diversas maneiras de implantar e manter a cultura do bem-estar, aqui estão apenas ideias iniciais. E os benefícios disso tudo englobam desde retenção de talentos, melhoria da imagem organizacional, redução do absenteísmo, além da saúde e a satisfação do colaborador. E por aí, você tem promovido ações de bem-estar e a contratação de pessoas 50+?