O surto de coronavírus afetou a oferta de empregos em todo o país, diminuindo o número de vagas e impactando de forma mais contundente a juventude. Entendendo que a ausência de trabalho é maior nesse grupo, o CIEE criou o “Jovem Talento”, programa voltado para jovens do ensino médio regular e técnico.
A ideia é desenvolver trilhas de qualificação por áreas de atuação para capacitar os jovens durante os seus períodos de estágio, oferecendo acompanhamento para eles durante todo esse período por um baixo custo para as companhias. “O público jovem foi severamente impactado pela Covid-19, sendo o desemprego nessa faixa o dobro do índice para os outros grupos”, afirma Luiz Douglas de Souza, gerente regional SP do CIEE.
De acordo com dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), realizada pelo IBGE, a taxa de desemprego entre pessoas de 18 a 24 anos no terceiro trimestre de 2020 foi de 31,4%. Já na faixa de 14 a 17 anos, o percentual chegou a 44,2%. A taxa de desocupação geral, que envolve todas as faixas etárias, foi de 14,6% nesse período.
Para Douglas, o diferencial do programa consiste na entrega dessa trilha de aprendizado, que engloba quatro áreas: comércio, tecnologia, administrativo e finanças e contábeis. “É um programa de estágio diferenciado no qual, além da prática, o estagiário receberá uma qualificação com cursos EAD focados no aprimoramento de hard skills (vinculadas a área de atuação no estágio), soft skills e life skills”.
Os participantes devem dedicar uma hora da carga horária diária do estágio, que vai de quatro a seis horas, à realização dos cursos. A organização, por sua vez, deve se responsabilizar em fornecer os equipamentos necessários para a qualificação a distância, que pode ser feita por computador, tablet ou celular. Todo trabalho de tutoria e acompanhamento da capacitação do estagiário é feito pelos profissionais do CIEE.
Segundo o gerente, contratar um jovem talento incentiva a abertura de vagas nas diversas empresas espalhadas pelo País; diminui a taxa de desemprego nesse grupo; ajuda a empregar jovens em estado de vulnerabilidade social e diminui a evasão escolar. “A qualificação bem aplicada transforma esse jovem em um excelente profissional”, pontua.
Entre os benefícios do programa estariam também o fato de o estudante chegar sem vícios, o que facilitaria sua preparação para a cultura da organização; o estagiário enriquecer o ambiente da organização com uma nova visão e novos conhecimentos teóricos aprendidos em aula; o estágio ser um eficiente processo para recrutar e identificar jovens com perfis alinhados ao plano estratégico da organização.
“A gente precisa agora criar oportunidades, abrir portas para que esse jovem possa entrar no mercado de trabalho e ter uma possibilidade de renda com qualificação e acompanhamento”, encerra.
Essa conversa aconteceu durante o Fórum Melhor RH Tech, realizado pela plataforma Melhor RH nos dias 14 e 15 de dezembro. O evento, totalmente digital e gratuito, reuniu em seus painéis e trendings gestores de RH e executivos de empresas para debater sobre os principais desafios e tendências do setor.
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