Pesquisa recente da Universidade da Califórnia revela que um trabalhador feliz é, em média, 31% mais produtivo, três vezes mais criativo e vende 37% mais que os demais. Com base nesses dados, é possível compreender por que a preocupação com o bem-estar coletivo das pessoas nas empresas cresce. Confira, a seguir, alguns exemplos de ações e programas de empresas interessadas em oferecer o melhor para seus funcionários no que se refere à adaptação ao home office, aos cuidados com a saúde mental, à flexibilização de jornadas e ao engajamento. São exemplos de iniciativas de companhias que passaram pela análise do programa de certificação do Great Place to Work (GPTW).
1. A cultura em destaque
Na Área Central, empresa especialista em gestão de centrais de negócios, o cuidado com as pessoas, principalmente neste momento, faz da empresa o que ela é. Isso é o que afirma Jonatan da Costa, CEO da companhia. “Em nossa jornada, construímos uma cultura de pessoas para pessoas, um ambiente inovador, com transparência dos processos, com abertura para que todos tenham voz, e que se sintam produtivos e evoluídos”, diz. A empresa, ressalta o executivo, tem como ponto que merece muita atenção a contratação de profissionais compatíveis com a cultura. Os futuros colaboradores são selecionados por habilidades comportamentais e, depois, pelas aptidões compatíveis com a função a ser exercida. “Uma pessoa alinhada com a cultura da empresa vai se desenvolver facilmente dentro do que o nosso negócio propõe”, diz.
2. Promova um dia a dia mais leve
Assim que o home office começou na HostGator, multinacional de hospedagem de sites, uma preocupação virou prioridade: preservar a saúde mental dos colaboradores. Em poucos dias, o programa “Sinta-se bem” entrou em ação. Aulas de ginástica laboral, por exemplo, que eram realizadas no escritório, passaram a ser oferecidas online e ao vivo duas vezes por semana. A empresa também criou uma atividade semanal de meditação e respiração em conjunto, batizada de “11 minutos contra a ansiedade”. Além disso, atendimento psicológico profissional por meio de uma plataforma online foi disponibilizado para todos os funcionários. “Sabemos que muitas pessoas sentem angústia, aflição e ansiedade por conta do isolamento social”, diz Giulianna Boscardin, head de pessoas da HostGator. A adesão às atividades foi grande: mais de 60% das pessoas têm participado das atividades semanais e 40% já buscaram o atendimento psicológico online.
3. Reforce o cuidado com as pessoas
Ter uma cultura voltada para as pessoas foi o que ajudou a WK Sistemas, empresa de ERP instalada em Blumenau (SC). Logo no começo da quarentena, ela realocou os cerca de 160 funcionários em home office. Foi um processo que levou 48 horas, e que envolveu dar todo o suporte e equipamentos necessários para que todos conseguissem trabalhar remotamente e com qualidade. A empresa também não demitiu nenhum colaborador por redução de quadro, seguiu adiantando o 13º salário para o mês de julho e ofereceu a possibilidade de alterar o benefício de refeição para o de alimentação (e vice-versa). Além disso, a WK reforçou a comunicação com seus colaboradores por meio de videoconferências, e tem mantido a ginástica laboral online e as tradicionais ações em datas comemorativas, como lembra Cláudia Rutzen, diretora administrativa da empresa.
4. Dê autonomia com confiança
Os mais de 250 funcionários do DOT digital group estão em home office desde março. As políticas da empresa sempre privilegiaram a autonomia com responsabilidade e o respeito a uma relação de confiança. Horário flexível sempre foi uma realidade. Com isso, os colaboradores têm conseguido conciliar o trabalho com as atividades domésticas e o cuidado com os filhos. Eles têm liberdade, por exemplo, para adotar mais ou maiores pausas durante a jornada e em horários diferentes do que ocorria antes. “O home office tem sido a prova dos nove no que se refere ao que as empresas têm como política e a prática”, diz a gerente de pessoas e cultura da empresa, Ana Paula Baseggio Lehmkuhl.
5. Escute e engaje os colaboradores
Criar um ambiente de escuta e com uma comunicação frequente e transparente foi uma das chaves para que a Softplan, desenvolvedora de software do Brasil, garantisse a saúde e segurança de seus quase 2 mil colaboradores durante a pandemia. A empresa adaptou o programa de saúde e bem-estar para o formato online, incluindo as aulas de yoga e meditação, e realiza mensalmente o “Conecta Softplan”, um momento para que os sócios-fundadores e diretores mantenham a comunicação direta com todos os colaboradores, explicando como a empresa vem enfrentando a crise e as principais decisões que estão sendo tomadas. “Acreditamos que criar um ambiente de escuta e uma cultura focada na saúde e bem-estar contribui para um ambiente de trabalho mais feliz e isso, naturalmente, se reflete no engajamento das pessoas”, destaca Vanessa Ávila, gerente de desenvolvimento humano e organizacional da Softplan.