Que liderança não é uma posição e sim uma condição, ninguém mais duvida. O ponto que ainda gera incertezas é quanto uma empresa e os que se propõem a assumir essa função se preocupam com os resultados de uma decisão, já que, muitas vezes, não harmonizam e alinham a estratégia do negócio com as práticas de liderança para obter conexão emocional e resultados consistentes. É essencial ter em mente que, quando queremos dar uma nova contribuição, precisamos nos preparar novamente. E a nova era está exigindo muito mais que competência técnica. Exige confiança, do ponto de vista moral, já que um baixo nível de confiança entre líder e liderados custa caro à organização, destrói relacionamentos, mina a produtividade, inibe a capacidade de inovação e impede a sustentação de bons resultados. Um grande líder precisa ser sempre um exemplo, além de genuinamente motivado a servir.
Por isso, para ser gestor de pessoas, um profissional tem de ter características especiais e basicamente duas obrigações: tomar decisões e liderar pessoas. Parece uma tensão dialética de opostos, mas é a dialética da mudança. Às vezes, gasta-se dinheiro, esforço e tempo tentando convencer as pessoas a ser o que não vão ser.
O futuro de uma organização depende especialmente da sua capacidade de prever o futuro, agindo ainda no presente. Acredito que tudo pode ser aprendido, e ninguém está fadado a ser a mesma pessoa para sempre. Levando em consideração que no ambiente organizacional ninguém pode se dar ao luxo de não aprender, identificar, capacitar e preparar líderes é fascinante e lucrativo. As exigências mudaram, as regras são novas e espera-se que a liderança seja renovada. Líderes não vêm prontos, devem ser criados e estimulados por aqueles que já o são. Devem ter a chance de se preparar para entrar em cena.
Desenvolver competências em liderança é um processo linear de aquisição de conhecimentos voltado para a ação; portanto, é muito mais estruturado e efetivo que um treinamento pontual. Permite que o futuro líder aplique seus conhecimentos junto à equipe de convívio, que receba feedback sobre sua performance nas práticas de gestão de pessoas e negócio e tenha, ainda, uma devolutiva de sua evolução, recebendo coaching para o desenvolvimento de metas de competência. Muitas vezes, percebo que as pessoas não conseguem ser quem são ou querem ser por falta de aprendizado, por não ter alguém que lhes ensine novas formas de comportamento.
Assumir riscos é válido, mas quando se trata de pessoas, a prudência deve prevalecer. Não permita que forças externas o empurrem para uma decisão forçada e incerta. Não faça experiências com pessoas: é frustrante para todos. Remeter um profissional considerado talentoso a um nível de incompetência desnecessariamente é no mínimo uma insanidade. Lembre-se de que funcionários talentosos exigem grandes gestores. E as perdas dessa negligência são superiores a qualquer previsão pessimista. Não haverá futuro para as organizações que não gerarem outros líderes. Um gestor não faz a vitória! Liderar é um propósito de vida. Prepare-os, desenvolvendo líderes melhores. Certamente, não haverá arrependimentos.
Marcia Vespa é diretora de educação corporativa da Leme Consultoria