As empresas estão cada vez mais conscientes da importância de oferecer bons pacotes de benefícios. Há uma tendência de mercado que mostra um aumento gradual no número de investimentos e na adesão de alguns segmentos na área de benefícios por parte das organizações com o objetivo de promover a saúde e a qualidade de vida dos colaboradores.
Esse aquecimento do mercado pode ser reforçado com o anúncio dos resultados da 25ª edição da Pesquisa Anual de Benefícios Corporativos, divulgado no dia 03 de setembro, em evento promovido pela Mercer Marsh Benefícios, empresa responsável pelo estudo. A pesquisa trouxe um balanço das tendências e do posicionamento do mercado brasileiro sobre esse segmento, incluindo aspectos legais, estratégicos e financeiros do ano de 2013, e como está sendo a adesão e utilização dos benefícios pelas empresas.
A consultoria ouviu 317 empresas nos meses de junho e julho deste ano e detectou que 100% das empresas oferecem assistência médica para seus funcionários ativos, seguido do seguro de vida em grupo com 92% e pela assistência odontológica com 86%. Já a porcentagem de profissionais aposentados que conta com esses benefícios é bem inferior, sendo 27% para assistência médica, 14 % assistência odontológica e 12% para seguro de vida em grupo.
Assistência médica e odontológica
No que diz respeito à assistência médica, ¾ dos custos dos planos de saúde são pagos pelas empresas, sendo que os gastos totais giram entre 55 a 60 bilhões de reais anuais, com a média de 175,03 reais por usuário. As empresas apontaram um aumento nos custos dos planos de saúde, e 34% delas afirmaram que eles ficaram em torno de 5% a 10%; já 22% defendeu que esse aumento não passou de 5%.
No tipo de operadora contratada, a prevalência está com as seguradoras (65%), seguida das empresas de medicina de grupo com 25%. O estudo mostra ainda que, sobre o número de planos contratados, quatro modelos se apresentam como os de maior prevalência entre os ativos nas empresas, em que 24% são Básicos QC (acomodação em quarto coletivo, hospitais de padrão intermediário, sem opção ou com valores baixos de reembolso), Básico
A (acomodação em quarto individual, hospitais de padrão intermediário, sem opção ou com valores baixos de reembolso) 18%, Intermediário (acomodação em quarto individual, toda a rede do básico em alguns de alto padrão e valores de reembolso superiores aos do plano básico) 32%, e Executivo (acomodação em quarto individual, toda a rede do intermediário mais os hospitais e laboratórios de alto padrão que não são oferecidos no plano intermediário e altos níveis de reembolso) 26% – este com um leve aumento em relação a 2012.
O plano Básico QC também é o mais utilizado pelos aposentados (73%), e essa escolha pode estar associada aos custos que os planos geram para as organizações, pois eles são 155% mais altos do que os dos ativos.
Já a adesão à assistência odontológica é o que mais cresce entre as empresas. Em 2013, elas já contam com 86% de ativos e 14% de aposentados. Desse montante, 55% foram por adesão e 45% de forma compulsória. Segundo a pesquisa, sobre a contratação da operadora, 46% optaram por seguradoras e 33% pelas companhias de odontologia de grupo. Ao contrário da assistência médica, o maior número de usuários encontra-se nos planos Executivos (49%), seguido do Básico com 36%, e pelo Intermediário com 15%. Contudo, nesse quesito, as empresas assumem os custos de 52% nos planos básicos, 56% nos intermediários e 42% nos executivos.
Ainda sobre a assistência odontológica, a questão da cobertura de dependentes também mostrou uma evolução com o passar dos anos, assim como ocorreu com a assistência médica. Na cobertura de dependentes quando há companheiros do mesmo sexo, o número ficou em 85%, 94% para filhos e 93% para cônjuges femininos e 91% para os masculinos. Quando o assunto é o reajuste no valor dos planos, 65% das empresas afirmaram que eles não chegaram a 5%.
Gestão de saúde e PQV
O aumento nos investimentos em gestão de saúde e em programas de qualidade de vida (PQV) mostra que as empresas estão cada vez mais preocupadas em promover o bem estar dos seus colaboradores. Seja por meio de ações de prevenção de doenças ou na conscientização de fatores de risco, não se pode negar que desenvolver internamente esses e outros assuntos é a bola da vez em boa parte das organizações.
Isso pode ser visualizado na pesquisa, que apontou um crescimento de 19% das empresas que investiram em PQV em 2013 (81%).
Um dos principais objetivos almejados, após a implantação dessas ações, foi o de aumentar a satisfação dos colaboradores (23%), seguido pela redução dos custos (18%). De acordo com as empresas entrevistadas, o custo médio anual de investimentos nesses programas é de aproximadamente 235 mil reais, sendo 89% subsidiado por elas e apenas 2,9% descontado em folha.
#L# Entre as ações para a gestão de saúde estão a gestão por índices financeiros (58%), a orientação adequada dos planos de saúde (55%), a gestão de doenças crônicas (46%), e assim por diante. Já em qualidade de vida, a principal ação desenvolvida pelas empresas é a vacinação contra gripe (68%), seguida de bons hábitos alimentares (62%), ergonomia (61%), condicionamento físico (52%), etc. E as ações não param por aí, pois 53% das companhias têm interesse em aumentar os investimentos e 63% contam com o apoio da alta administração.
Já entre os seguros de vida em grupo, 94% dos ativos das empresas possuem contra apenas 12% dos aposentados. A principal cobertura oferecida está relacionada com a morte do colaborador (100%), cônjuge (63%) ou filho (51%). A cobertura acessória também é um serviço presente entre os seguros, com a assistência funeral individual (37%) para o colaborador e (21%) para o cônjuge, e assistência funeral familiar (41%) e (24%) respectivamente. O tipo de capital segurado varia entre 93% e 79% do presidente ao estagiário.