O Brasil subiu oito posições no mais recente World Happiness Report, divulgado hoje pela Organização das Nações Unidas (ONU), alcançando o 36.º lugar no ranking que avalia o bem-estar da população em cerca de 140 países. O relatório, publicado anualmente, mede a satisfação das pessoas com a vida por meio de indicadores como apoio social, PIB per capita, liberdade para fazer escolhas, expectativa de vida saudável e percepção de corrupção.
Esse avanço indica uma melhora na percepção dos brasileiros sobre sua qualidade de vida, mas ainda há desafios a serem enfrentados, especialmente no ambiente corporativo. A preocupação com a felicidade no trabalho cresce, à medida que pesquisas revelam que 20% dos profissionais ainda enfrentam dificuldades emocionais e desafios estruturais dentro das empresas.. A melhoria na posição do Brasil reforça a importância de políticas e iniciativas voltadas ao desenvolvimento humano e à promoção de ambientes saudáveis, tanto no setor público quanto no ambiente corporativo.
Felicidade no trabalho: desafios e oportunidades para empresas
Além do crescimento no ranking global, a felicidade tem sido um tema cada vez mais presente dentro das empresas brasileiras. De acordo com a pesquisa Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho, realizada pela The School of Life, 71,82% dos liderados e 78,05% dos líderes se consideram felizes no trabalho. No entanto, mais de 20% dos entrevistados enfrentam dificuldades emocionais e profissionais, o que reforça a necessidade de investimentos em ambientes saudáveis.
Segundo Rodrigo de Aquino, especialista em Felicidade, Bem-estar Organizacional e Psicologia Positiva, investir no bem-estar dos colaboradores impacta diretamente o sucesso empresarial. Os principais benefícios incluem:
- Aumento da produtividade: funcionários felizes são mais engajados e produzem mais;
- Melhoria na retenção de talentos: empresas que priorizam o bem-estar dos funcionários se tornam mais atrativas;
- Maior inovação: ambientes positivos estimulam a criatividade e a colaboração.

Cleide Cavalcante, gerente de Comunicação da Progic, empresa líder no Brasil em TV Corporativa, associa o bem-estar corporativo a uma comunicação eficaz. “Eu sempre acreditei que a felicidade no trabalho é um dos pilares fundamentais para o sucesso de qualquer organização”, enfatiza a executiva. “A comunicação eficaz desempenha um papel fundamental nesse contexto, promovendo não apenas a eficiência, mas também o bem-estar dos colaboradores.”
Sérgio Amad, CEO da Fiter, empresa especializada em desempenho e felicidade no trabalho, reforça a necessidade de enfrentar desafios contemporâneos, como a síndrome de Burnout Digital. “O estresse crônico causado pelo excesso de telas se tornou um desafio extra para gestores e colaboradores. Mas entre aqueles que apresentam altos níveis de bem-estar, a produtividade é muito maior. Não dá para ser feliz o tempo todo, mas quem mantém consistência emocional tem mais chances de alcançar alta performance.”
Felicidade interna bruta (FIB) no Brasil: iniciativas e impacto
O conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB) surgiu em 1972, no Butão, como uma alternativa ao Produto Interno Bruto (PIB), buscando medir o desenvolvimento de um país não apenas por seu crescimento econômico, mas também pelo bem-estar da população. O FIB avalia aspectos como saúde, cultura, governança e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Embora o Brasil ainda não tenha adotado oficialmente esse índice como um indicador nacional, algumas iniciativas isoladas já utilizam essa métrica para medir bem-estar.
O FIB envolve mais de 70 indicadores, distribuídos entre pilares essenciais como bem-estar psicológico, cultura, saúde, educação, meio ambiente, governança, padrão de vida, uso do tempo e vitalidade da comunidade. O índice busca avaliar a qualidade de vida da população de maneira mais ampla do que o Produto Interno Bruto (PIB), considerando fatores emocionais e sociais como critérios fundamentais.
Um exemplo desse movimento é o projeto piloto previsto para 2025 em Fernando de Noronha, onde a iniciativa liderada pela Aguama Ambiental busca avaliar o bem-estar da população local com base nos princípios do FIB. Além disso, algumas empresas brasileiras começaram a incorporar conceitos desse índice em suas políticas de gestão, priorizando a saúde mental, o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho e a sustentabilidade.
Outro exemplo relevante é o FIB2030, uma iniciativa que já assessora diversas entidades e empresas na implementação de políticas baseadas nos princípios da Felicidade Interna Bruta. De acordo com sua equipe multidisciplinar, a organização busca integrar conhecimentos inovadores e metodologias colaborativas para ampliar o impacto da FIB nas cidades e organizações, alinhando suas ações aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Evento discute felicidade corporativa e estratégias para o futuro
O Cecom – Centro de Estudos da Comunicação e as plataformas Negócios da Comunicação e Melhor RH promovem o 5º Fórum Melhor RH Felicidade Corporativa nos dias 4 e 5 de agosto de 2025, no formato online. O evento reunirá especialistas de diversas empresas para discutir cases de sucesso, estratégias e o impacto da felicidade nas organizações. Mais informações e o link para inscrições gratuitas serão divulgados em breve.
(Com informações do Portal da Comunicação)