Tecnologia

Caiu na rede…

de Redação em 24 de agosto de 2015

O avanço da tecnologia não tem impactado somente as formas como as pessoas se relacionam por meio das redes sociais, por exemplo. O cenário nas relações trabalhistas também passa por mudanças. A discussão sobre a liberdade de expressão nas redes e as demissões por justa causa crescem a cada dia nos tribunais. Para isso, o internauta deve ter bom-senso e atenção ao postar nas mídias.

Segundo Karina Kawabe, advogada da Klaw Advocacia Especializada, citações que envolvem o ambiente de trabalho ou até mesmo a própria empresa nas redes sociais são uma ação que necessita de cautela. “Atentar contra a imagem, moral e reputação da empresa, declarar fatos falsos ou difamatórios contra a companhia ou superiores podem ensejar a justa causa imediata. Para não haver nenhum tipo de problema, uma grande saída é a política interna da empresa, com manual de boas práticas”, sugere a advogada.

As leis trabalhistas asseguram às empresas mencionar as condutas e posturas relativas ao uso das redes e da internet no contrato de trabalho ou no manual interno. Algumas possuem cartilhas e manuais de redação, com orientação aos colaboradores sobre menções e linguagem apropriadas e, ainda, palavras indevidas. “O empregado nunca deve usar as redes sociais para mandar recados a superiores hierárquicos ou colegas de trabalho, seja de forma subliminar, muito menos diretamente. Tal conduta pode ser prejudicial”, afirma Karina, que dá algumas dicas para esse novo cenário no ambiente corporativo:

EMPRESAS

> Alertar sobre a forma de uso da internet (política interna ou contrato de trabalho);
> Vedar o acesso de sites não relacionados às atividades/funções do empregado;
> Bloquear o acesso a referidos sites, se for o caso;
> Informar aos empregados o monitoramento de computadores (e-mail e internet, fato jurídico e legalmente possível, já que a máquina é instrumento de trabalho de propriedade da empresa);
> Controlar e monitorar páginas corporativas em redes sociais (fan pages ou Instagram), evitando posts que denigram a imagem da empresa e repercussões em massa com auxílio de assessoria de empresa e jurídico.

EMPREGADOS
> Evitar o uso e interação nas redes sociais no ambiente de trabalho e no curso da jornada (curtidas ou posts são prova de que o empregado não estava dedicado às suas atividades profissionais);
> Não misturar a vida pessoal com a profissional nas redes sociais;
> Interagir sempre com bom-senso;
> Evitar grandes exposições (isso não é aconselhável em um novo emprego como fator de contratação e pode manchar sua reputação e imagem perante seus chefes e colegas de trabalho);
> Nunca fazer comentários ruins/pejorativos ou críticas em tom de desabafo contra sua empresa;
> Ter cautela nos likes, em especial com os que são feitos contra sua empresa, chefe ou superior;
> Não manifestar excitação ou alegria quando alguém critica a sua empresa, chefe ou superior.

 

Vilã ou aliada da produtividade?  
Até que ponto as redes sociais podem afetar o desempenho? Para Sidney Cohen, diretor da Bit Partner Consultoria Empresarial, se usadas de forma correta, elas podem proporcionar benefícios, principalmente relacionados à produtividade. Nesse sentido, ele faz algumas recomendações para o seu uso adequado:

> Horário: se a rede social não é a ferramenta de apoio ao seu trabalho, utilize-a fora do horário do expediente.  Caso contrário, use focado ao que ela se propõe, sem desviar a sua atenção.

> E-mails de notificações: configure sua rede para não receber e-mails. Porém, há casos de grupos interessantes, que promovem debates de grande importância para o perfil profissional. Nesse caso, limite o recebimento para esses grupos. O mesmo procedimento deve ser adotado para as demais soluções tecnológicas como, por exemplo, o uso de smartphones que notificam recebimentos de e-mails.

> Tempo de resposta: você não é obrigado a responder a todas as mensagens em tempo real. Lembre-se de que a prontidão na resposta de assuntos de baixa prioridade torna-se um hábito perigoso do qual você ficará refém e tomará seu tempo de forma desnecessária.

> Perfil de convidados e redes sociais: fique atento com o perfil das pessoas que você convida e com o perfil da rede social que você frequenta. Se a rede social tiver um perfil estritamente profissional, evite convidar um público fora dessa faixa etária, como, por exemplo, crianças e aposentados. Promova assuntos relacionados ao trabalho. Para uma rede mais abrangente, priorize o convite às pessoas de seu relacionamento.

> Imagem é tudo: utilize uma foto pessoal no seu perfil, de acordo com a sua característica profissional. Quanto à imagem da empresa, muita atenção. Não fale mal de colegas, empresas, mesmo de concorrentes.  Não exponha informações confidenciais. Lembre-se de que as redes sociais vêm sendo usadas como ferramentas de recrutamento e seleção pelos departamentos de RH.

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