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Como cultivar propósito (no agro)

O legado dos últimos anos pandêmicos e os desafios inerentes ao setor moldam, hoje, a construção da cultura nas organizações

de Redação em 5 de maio de 2023
Aleksandar Little Wolf/ Via Freepik.com

No primeiro painel (Como cultivar propósito) do Fórum Melhor RH Agro, promovido na última terça-feira pela Plataforma Melhor RH, as estratégias para alinhar valores dos colaboradores aos da empresa foram tema de debate. O evento constitui um novo canal para discussão dos obstáculos e soluções da gestão de pessoas no agronegócio, que passa por transformações em toda a sua cadeia produtiva.

Segundo os participantes deste bloco – Edilson Anjos, Diretor de Gente e Gestão da Piracanjuba; Flávia Ramos, Vice-Presidente na Bayer para a área de Cultura e Talentos na América Latina; e Renato Acciarto, Comunicação Corporativa, Relações Governamentais e Sustentabilidade -, o legado dos últimos anos pandêmicos e os desafios inerentes ao setor moldam, hoje, a construção da cultura nas organizações.

Acciarto lembrou os obstáculos de grande parte das companhias do agro: alimentar a população sem impacto ambiental – exigência máxima da sociedade frente às notícias acerca do clima e da fome em todo o mundo. Isso além de criar propósito para atrair e manter os talentos, agradando, também, o mercado e os investidores.

Nesse sentido, Flávia mencionou o lema da Bayer, uma empresa agroquímica – “saúde para todos, fome para ninguém”. “A gente se coloca numa posição de ajudar o ecossistema da produção de alimentos sem degradar o meio ambiente”, ressalta a executiva, sobre um papel muito claro que a empresa se impõe e transmite aos seus colaboradores.

Ela lembra que cultura, talentos e sustentabilidade são temas em total interdependência, hoje, e que é preciso comunicar de forma clara essa maneira de tratá-los, que é o compromisso da companhia. Tratamento que também evidencia uma quebra de paradigmas do setor.

Comprometer-se e comunicar

Anjos destacou que na Piracanjuba esse compromisso não é diferente. “As pessoas exigem ética e transparência (…). A empresa tem no DNA essa preocupação com os colaboradores e a sociedade”, afirma. O propósito ligado a essas exigências é agenda diária na companhia, informou o executivo.

Ser sustentável está em toda a cadeia produtiva envolvida pela Piracanjuba, de fornecedores às suas próprias operações, a começar pelas instalações – a sede admnistrativa da empresa, em Goiânia (GO) está entre os 10 prédios mais sustentáveis do mundo na categoria LEED New Construction, com a maior pontuação da América Latina.

Comunicar as mudanças e as ações que movem a cultura da companhia são desafio extra, para Anjos. Ele lembra a necessidade de ajuste em relação aos novos canais de informação e comunicação e às necessidades dos diferentes públicos e gerações na empresa. Da mesma forma, é preciso dosar os interesses na gestão de pessoas: gerações anteriores ainda se conectam com remuneração e benefícios, enquanto as mais recentes buscam propósito e experiências.

Questão de negócio

Rafael Barreto, Gerente de RH da Ouro Fino; Renato Acciarto, Comunicação Corporativa, Relações Governamentais e Sustentabilidade, e Wellington Silvério, Diretor de Recursos Humanos para América Latina da John Deere mostram como o próprio negócio no setor influenciam o propósito, aliados à performance e otimização de recursos, no painel “Fazer mais por menos”.

Os executivos que participam deste painel, falam sobre suas experiências e também analisam os novos rumos do RH no setor. Assuntos como a mudança do mindset dos líderes, como inspirar as equipes para a pauta de sustentabilidade e como exercitar na prática o capitalismo consciente estão presentes nesse bate-papo. 

Silvério destaca exemplo de produtos desenvolvidos na empresa em que atua que tem como objetivo não só a diminuição de emissões de CO2, mas também o menor consumo de fertilizantes, de defensivos agrícolas e o melhor aproveitamento na área plantada. O executivo também comenta que estão desenvolvendo algumas soluções em torno da eletrificação que, segundo ele, veio para ficar. “Nos últimos anos temos feito investimentos e aquisições nessa linha exatamente para cuidar da eletrificação sustentável”, explica o executivo. 

Para ele, o segmento deverá trazer muitas novidades no que diz respeito aos combustíveis alternativos e sem dúvida a eletrificação é um ponto fundamental, assim como todo o manejo de dados que tem ganho uma velocidade tremenda, fazendo com o produtor tenha a tecnologia na palma da mão para as melhores decisões no menor tempo possível. 

Barreto entra no debate mostrando os exemplos que tem como principal objetivo o bem-estar animal. Isso faz com que o produto final tenha maior qualidade, além de ter uma produtividade com bons resultados. O executivo falou também como foi a mudança de cultura de trabalhar de forma remota e comentou sobre o programa que foi implementado para motivar a redução de jornada de 220 para 200 horas semanais que foi um sucesso com jornada reduzida e aumento de produtividade. Ele também aborda diversos processos que o RH colocou em prática que influenciou uma transformação de valores. 

Wellington reforça ainda que a inovação e a diversidade trazem grandes impactos positivos para as companhias. São benefícios que passam pela promoção da representatividade que são mensurados em resultados efetivos. 

Já Acciarto, Comunicação Corporativa, Relações Governamentais e Sustentabilidade traz para a mesa de debate a questão da inteligência artificial no universo agro. 

Tanto Barreto quanto Silvério exemplificam ações muito e investimentos feitos nessa linha tanto para os processos, quanto para os colaboradores.

Nas considerações finais, os executivos deixam recados profundos que se resumem no conceito de que é importante abraçar o novo sem medo, afinal, o modelo tradicional do RH não tem mais espaço em um mundo inovador, principalmente neste setor. 



Assista ao evento completo aqui.

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