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Como usar dados de aprendizagem de maneira estratégica

Personalizar os dados para cada nível de entendimento e criar narrativas envolventes a partir deles contribuem para o seu uso de forma eficaz

Aprender agora é a norma para qualquer empresa que deseja crescer. Líderes de empresas e de RH estão cada vez mais interessados em como a aprendizagem de suas forças de trabalho podem ajudar a preparar seus negócios para o futuro. No entanto, há um desafio significativo no caminho para o sucesso: usar os dados desse aprendizado que a organização tem a seu dispor de maneira estratégica.

A maioria das empresas tem um conjunto abundante de dados, mas a verdadeira vantagem está em dar utilidade a eles, ou seja, descobrir as informações que realmente elevam a receita e tomar providências em relação a essas descobertas.

Encontrar e empregar dados úteis é algo mais fácil de falar do que fazer. Muitas companhias não conseguem transformá-los em algo relevante. Eles são tão bons quanto seus usuários, portanto para dar utilidade às informações é necessário sempre concentrar-se naqueles que as utilizam.

Assim como a própria aprendizagem, os dados devem capacitar cada indivíduo e o ideal é que eles sejam personalizados para o nível de entendimento dessas pessoas. O formato para um cientista de dados, por exemplo, será diferente daquele utilizado pelo chefe de capacitação.

Os dashboards (painéis de dados) são ferramentas úteis para que os profissionais entendam as informações disponíveis. Esses dashboards podem ser personalizados de acordo com a área da empresa e o nível de senioridade. Dessa forma, os colaboradores verão somente as informações relevantes para eles, sendo o acesso aos dados confidenciais limitado de acordo com a necessidade.

A apresentação desses dados com um visual envolvente pode também estimular as pessoas a usá-los de maneira mais eficaz. Ninguém quer passar a manhã de segunda-feira interpretando tabelas de zeros e uns. Destacar as principais conclusões em um gráfico dá aos funcionários as informações necessárias de forma resumida, para que possam dar prosseguimento ao seu objetivo principal: tomar decisões com base em dados.

É também importante analisar com atenção o tipo de gráfico a ser utilizado. A regra de ouro é evitar aqueles que ficam abertos à interpretação ou que são difíceis de entender.

Contadores de histórias

Os seres humanos estão intrinsecamente programados para preferir histórias em vez de estatísticas. Na verdade, os relatos são 22 vezes mais inesquecíveis do que os fatos apresentados de forma isolada.

Portanto, é recomendável dar às informações extraídas dos dados uma narrativa cativante. Por exemplo, se quiser impulsionar um curso online específico, compartilhe histórias sobre as pessoas que participaram dele e o impacto que isso teve em suas vidas.

Quanto ao tipo de dados a colher, não é possível desenvolver nem manter uma cultura de aprendizado sem conhecer o comportamento da sua força de trabalho e o que ela valoriza. Sendo assim, é bom começar a colher informações sobre o trabalho diário dos seus colaboradores, suas aspirações, habilidades atuais e o que desejam aprender. Com essas informações, será possível construir uma base sólida para um programa de aprendizagem que atenda às necessidades das suas equipes e às demandas da empresa para o futuro.

Talvez você já tenha alguns desses dados à sua disposição. Reserve um tempo para fazer uma auditoria detalhada e entender quais informações você já tem, se são úteis (se estão, por exemplo, no formato correto e com precisão adequada) e quais deles você deveria começar a colher.

Integre-se às metas da empresa

Para apresentar um valor tangível ao conselho administrativo, os dados referentes à aprendizagem e aos resultados devem estar sempre vinculados às metas da empresa. A aprendizagem e o trabalho estão se tornando cada vez mais interligados e isso precisa estar refletido nos seus dados. Se a estratégia de cinco anos da sua empresa envolve a atuação em um novo mercado geográfico, será conveniente acompanhar e desenvolver habilidades vitais, tais como outros idiomas.

No que diz respeito aos dados sobre aprendizagem, sempre faça a engenharia reversa da ação. Na aprendizagem, o tempo é fundamental, e todas as análises que a envolvem devem ser rápidas na comprovação do retorno do investimento.

Por isso, comece a analisar seus dados definindo uma informação que deseja extrair ou uma hipótese para o que encontrar. Depois, defina o caminho mais direto para encontrar essas informações ou provar e até mesmo refutar suas hipóteses.

Compartilhe o sucesso

A divulgação dos bons resultados é uma etapa que costuma ser negligenciada nas análises dos dados. Se uma informação extraída deles tiver provocado uma mudança positiva ou levado a resultados importantes, divulgue bastante o ocorrido. É fundamental que o conselho administrativo ou a diretoria sênior tome conhecimento desse fato. Conte para toda a organização e, se apropriado, utilize em suas ações de marketing, recrutamento e relações públicas.

Mostrar às pessoas o valor das informações aumentará o envolvimento. Conte a elas a história de um colega que utilizou dados de aprendizagem e habilidades para aperfeiçoar-se ou para mudar de função. Explique ao conselho administrativo como os dados sobre os cursos populares apoiaram a estratégia da sua força de trabalho para o trimestre seguinte.

Disponibilizar ferramentas e informações adequadas de forma mais ampla para a equipe de aprendizagem, para a gerência sênior e para a organização como um todo é a primeira etapa para construir uma cultura com base em dados.

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Débora Brewer

Vice-Presidente para a América Latina e Caribe da Degreed.

Débora Brewer é Vice-Presidente para a América Latina e Caribe da Degreed, a principal plataforma de aprimoramento e requalificação da força de trabalho. Anteriormente, ela trabalhou como líder de vendas da Dropbox e Solarwinds, onde abriu o mercado da América Latina e construiu a equipe de vendas para expandir a região. Apaixonada por novas tecnologias, Débora é brasileira e vive nos EUA há 11 anos. Sua missão é garantir que todas as empresas da América Latina entendam a necessidade de construir uma cultura de aprendizagem em que as habilidades possam conduzir todas as decisões e os funcionários possam desenvolver suas carreiras enquanto aprendem do jeito que querem e onde querem.