Entenda o cenário e saiba como proteger colaboradores e empresas da epidemia
Clima de tensão. Assim vive o mundo diante das notícias relativas ao Covid-19, nome da doença provocada pelo novo Coronavírus, de acordo com recente denominação da OMS. A China, país onde se originou o vírus, decretou o fim do pico do surto.
Em compensação, a pandemia se espalha pelo mundo em progressão geométrica e chega perto de 128 mil casos confirmados. No Brasil, o número de infectados chega a 78, de acordo com o Ministério da Saúde. Número, bom ressaltar, que deverá subir em questão de horas.
A rápida disseminação do novo Coronavírus na China e o risco de pandemia em todos os continentes levaram a um alerta global da Organização Mundial da Saúde (OMS), contendo uma série de instruções e procedimentos para prevenir o avanço da doença.
Os coronavírus (CoV) formam uma família viral extensa e são conhecidos desde os anos 1960. Provocam doenças respiratórias leves a moderadas e podem ser confundidas com um mero resfriado. É o 2019-nCoV, variação até então pouco conhecida e mais agressiva, que tem alarmado o planeta.
O primeiro caso foi registrado próximo ao mercado de frutos do mar em Wuhan, na região central da China. Apesar de o vírus ter surgido primeiramente em animais, a transmissão do coronavírus já se dá de pessoa para pessoa. Segundo especialistas, o contágio pode ocorrer ainda na fase de incubação do vírus (assintomática), com duração de até 14 dias.
“Febre alta, tosse, diarreia e dificuldade para respirar são os principais sintomas da doença. Em casos mais graves – que alcançam de 15% a 20% dos pacientes – avança para pneumonia, insuficiência renal e síndrome respiratória aguda grave, males que podem levar à morte. Até o momento, o novo coronavírus tem se mostrado uma forma menos letal do que o Sars e o Mers”, explica o diretor-médico da Rhmed, Geraldo Bachega.
Conversas importantes
Para o médico, conversar sobre o tema no ambiente de trabalho vai ajudar a sanar dúvidas e evitar clima de pânico infundado. “Promover palestras com especialistas, intensificar a comunicação interna em torno de medidas de prevenção e observar a importância de cuidados básicos com a saúde são sempre aconselháveis”, reforça.
Ele conta que quanto mais informados os colaboradores, menos motivos para fake news e medo. “Como não há casos confirmados no Brasil, é bom que fique claro a todas as equipes que não há ainda razão para mudanças na rotina da empresa, com adoção de home office, férias coletivas ou outras medidas sem qualquer fundamento diante do atual cenário no país”, esclarece.
Recentemente, o Ministério da Saúde divulgou uma lista de precauções básicas que podem reduzir o risco geral de contrair ou transmitir não só o novo Coronavírus, mas também outros tipos de infecções respiratórias agudas. “Nesse caso, a empresa tem uma boa oportunidade de chamar a atenção para a vacinação contra o H1N1 e outros tipos de gripe.”
DICAS DE PREVENÇÃO
• Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas; • Lavar as mãos com frequência, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente; • Utilizar lenço descartável para higiene nasal; • Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir; • Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca; • Higienizar as mãos após tossir ou espirrar; • Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos e garrafas; • Manter os ambientes bem ventilados; • Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença; • Beber bastante líquido e cuidar da alimentação para que não haja queda da imunidade; • Ir ao médico aos primeiros sintomas. O diagnóstico é realizado pela coleta de materiais respiratórios; • Por se tratar de uma variação do coronavírus, ainda não existe vacina ou tratamento específico para a doença. Os procedimentos são adaptados conforme os sintomas de cada paciente.
MONITORAMENTO NECESSÁRIO
Diferentemente de cenários de catástrofes naturais, que são imprevisíveis, o Coronavírus permite a realização de algumas ações de forma mais estruturada para que a performance da empresa não seja comprometida por conta da doença.
Quem afirma é o gerente sênior da prática de riscos e performance na ICTS Protiviti, empresa especializada em soluções para gestão de riscos, compliance, auditoria interna, investigação, proteção e privacidade de dados, Victor Tubino.
@Avalie com os colaboradores quem esteve em alguma região da China afetada pelo vírus nas últimas quatro semanas, quem teve contato com pessoas que estiveram no país ou que está com viagem agendada para o local. Veja de qual área este colaborador faz parte e quais os impactos de uma possível ausência nas rotinas e nas estratégias do negócio. Ele pode fazer suas atividades de maneira remota ou será preciso contratar um substituto temporário? Vale aqui considerar as consequências de um pior cenário, que neste caso é o contágio em todo o departamento;
@Oriente sua equipe sobre formas de contágio e medidas de higiene preventivas. Mantenha a operação sempre limpa, disponibilizando álcool em gel, máscaras de proteção. Conte com pessoas da área de saúde para prestar informações corretas e assertivas;
@Defina responsáveis na empresa, como um Comitê de Crise, para avaliação conjunta dos cenários e alternativas de ação, considerando equipes multidisciplinares com a participação das áreas de recursos humanos e segurança do trabalho;
@Crie um canal oficial aberto voltado para tirar dúvidas ou para identificação de um potencial risco. É importante que as pessoas se sintam seguras no ambiente de trabalho para relatar a possível infecção;
@Dê suporte ao colaborador infectado (ou exposto) e seus familiares. Preste apoio também junto às autoridades governamentais, de saúde e hospitais;
@Defina um plano de comunicação que abranja contato com as equipes internas, autoridades governamentais, imprensa e público geral em mídias sociais.
Tanto de forma preventiva quanto reativa é necessário monitorar com recorrência o cenário, revisitando as ações realizadas para que sejam efetivas nas potenciais mudanças. Este monitoramento deve ser feito até que a situação esteja controlada. Atente-se!