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Da sala de aula ao mercado: a ascensão de jovens negros nos estágios

Ainda assim, há um caminho a ser percorrido para uma qualificação de jovens mais equânime no Brasil

de Tiago Mavichian em 24 de dezembro de 2024
Banco de Imagens Companhia de Estágios

A presença crescente de estagiários negros no mercado de trabalho formal no Brasil
é uma notícia que merece ser celebrada. Dados do recém-divulgado Mapeamento
dos Estagiários Negros do Brasil, da Companhia de Estágios, revelam que,
entre 2018 e 2024, o número de contratações de estagiários negros cresceu
impressionantes 520%. Isso indica uma mudança significativa rumo à maior
diversidade no acesso a oportunidades de trabalho para jovens negros.

Entretanto, o avanço, embora louvável, exige uma reflexão mais profunda. As
empresas têm feito progressos notáveis ao diminuir barreiras que tradicionalmente
dificultavam o ingresso de jovens negros no mercado. Por exemplo, em 2024, 66%
dos estagiários negros foram contratados sem experiência prévia — um salto
significativo em relação a 2018, quando apenas 23% tiveram essa chance. Isso
reflete uma mudança de mentalidade: reconhecer que o estágio é, antes de tudo,
uma oportunidade de aprendizado e desenvolvimento, não um ponto de chegada.

Além disso, as empresas têm flexibilizado requisitos como a fluência em inglês, o
que abre portas para talentos em construção. Ainda assim, há um caminho a ser
percorrido para uma qualificação de jovens mais equânime no Brasil. Apesar dos
jovens negros contratados apresentarem um nível melhor de inglês intermediário do
que os jovens brancos, 23% contra 20%, no inglês avançado a situação se inverte,
temos 11% dos estagiários negros com inglês avançado, em comparação com 28%
dos brancos. Isso evidencia a necessidade da manutençao do esforço para que
jovens negros tenham acesso, em oportunidades de estágio, a ferramentas de
capacitação, como cursos de idiomas e programas de mentoria.

Outro dado relevante aponta que 91% dos estagiários negros contratados em 2024
estão matriculados em instituições de ensino privadas, o maior percentual já
registrado — a título de comparação, a presença de brancos nas mesmas
instituições é de 81%. Ao se levar em consideração a presença em universidades
públicas dos contratados, observa-se que a presença de brancos (19%) é maior do
que o dobro da presença de negros também contrados (9%), mesmo os negros já
sendo maioria cursando universidades públicas. Para tornar o cenário geral de
contratações mais equilibrado, é necessária uma melhora generalizada do ensino
básico público brasileiro. Com educação básica, os jovens chegarão melhor
preparados as universidades e terão mais chances de conquistar boas vagas no
mercado.

Sem dúvidas, é fundamental que governos e empresas trabalhem juntos para
construir um ecossistema que promova não apenas o acesso ao mercado, mas
também o desenvolvimento pleno desses talentos. O setor privado, por sua vez,
deve continuar fazendo o que faz muito bem: gerar oportunidades de vagas e
oferecer a chance de aprendizado e desenvolvimento aos jovens brasileiros, com,
por exemplo, programas de formação com foco em habilidades técnicas e
comportamentais.

Investir no desenvolvimento de talentos contribui para um ambiente de trabalho
mais engajado e produtivo, reduzindo a rotatividade e aumentando a lealdade dos
colaboradores. Empresas que abraçam essa visão não apenas desfrutam de
equipes mais criativas e eficientes, mas também consolidam sua reputação como
agentes de transformação social.

Ademais, é importante que essas iniciativas contemplem todos os públicos: pessoas
mais velhas, quem cursa graduação tecnológica (2-3 anos) e não necessariamente
bacharelado (4-5 anos), homens e mulheres, pessoas com deficiência, além da
diversidade racial.

O estágio é acima de tudo um instrumento de transformação da vida do jovem. No
Brasil, temos cerca de 9 milhões de pessoas cursando o ensino superior. No
entanto, existem menos de 1 milhão de jovens estagiando. As empresas em que
atuamos podem transformar a vida dessas pessoas com uma oportunidade

mesmo que o estagiário não seja efetivado ao final do estágio, vai ingressar no
mercado com uma experiência anterior, mais preparado e com melhores chances.
Te convido a transformar o Brasil através do estágio! Contrate! Talentos potenciais
estão em busca de uma oportunidade!

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Tiago Mavichian

CEO e fundador da Companhia de Estágios. Graduado em administração pela Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado FECAP, com pós-graduação em gestão de pessoas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, possui mais de 25 anos de experiência na área de RH.