Futuro do trabalho

Demissões voluntárias em massa: relembre tendências que podem explicar recorde recente no Brasil

Desligamentos ultrapassam série histórica, somando 600 mil em março deste ano, segundo dados do CAGED analisados por consultoria

de Redação em 12 de maio de 2022
Pressfoto/ Freepik.com

A LCA Consultores analisou dados do CAGED e revelou, recentemente, um recorde de demissões voluntárias no último mês de março, em relação à série histórica desse tipo de ocorrência registrada pela instituição. Com mais de 600 mil desligamentos por conta própria no período, mercado busca entender o porquê desse movimento, que se assemelha a fenômeno ocorrido na pandemia nos Estados Unidos, quando a desistência de vagas acometeu mais de 4 milhões de trabalhadores/ mês .

Se é o caso de uma “Grande Resignação” – como é chamado o fenômeno norte-americano – à brasileira, ainda não se sabe, mas pesquisas diversas já apontavam forte “desapego” dos colaboradores em relação a seus empregadores, ou movimentos paralelos na economia nacional desviando a atenção das contratações celetistas, dando pistas das razões pelas quais os desligamentos voluntários também poderiam acontecer em massa no país. Dados, no entanto são numéricos, e perfil dos demissionários deve ser avaliado setor a setor, empresa a empresa e, ainda, caso a caso, avaliam especialistas. Melhor RH elencou alguns dos principais levantamentos divulgados na plataforma e para o público em geral nesse sentido:

  • A plataforma LinkedIn revelou, em dezembro de 2021, que 49% dos brasileiros já consideravam mudar de emprego em 2022. Entre jovens de 16 a 24 anos o percentual chegava a 61%. A pesquisa da plataforma considerou respostas de cerca de 1000 profissionais cadastrados. A motivação, nesse caso, foi apontada como a busca por melhores salários e maior equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
  • Já estudo da consultoria Robert Half mostrou, um pouco antes, em novembro do ano passado, a abertura para a mudança de emprego entre os mesmos 49%, em uma amostra de pouco mais de 1000 respondentes. Desses, 39% afirmaram ter interesse em mudar de área de atuação, carreira ou profissão. As motivações são primordialmente financeiras, mas também envolvem, entre os que querem atuar em novas searas, o desejo por inovação, satisfação pessoal e melhor qualidade de vida.
  • Consolidação de dados da Receita Federal e do SEBRAE mostrou que o país bateu recordes de novos pequenos negócios abertos em 2021, com mais de 3,9 milhões de empresas abertas – cerca de 80% na modalidade Microempreendedores Individuais (MEI) . Isso enquanto dados do Global Entrepreneurship Monitor mostravam, já em 2019, que as principais motivações para empreender, no país, levavam em conta “ganhar a vida”, diante de empregos escassos, mas, em segundo lugar, consideravam “fazer a diferença no mundo”, vivendo um propósito.
  • 53% dos brasileiros pretendiam mudar de profissão após a pandemia, de acordo com uma pesquisa realizada pela Kaspersky.
  • Tendência mundial e que, portanto, também inclui o Brasil, foi revelada em estudo encomendado pela Microsoft, intitulado “2021 Work Trend Index”: deixar o emprego estava entre as opções de 40% da força de trabalho global em 2021.

     

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