Por Caroline Schmitz, VP de gestão de pessoas na Cheesecake Labs
Algumas empresas de tecnologia, como Google, IBM e Nubank não estão mais exigindo o diploma como artigo obrigatório para a contratação. Isso porque, essas empresas entenderam que ter um título de graduação superior não garante, necessariamente, experiência na execução de determinadas tarefas.
Na Cheesecake Labs, valorizamos a busca incessante por conhecimento que seja colocado em prática, seja este adquirido na faculdade, curso técnico ou mesmo de forma autodidata. Independente do modo que os profissionais conquistaram o seu conhecimento, é essencial que o desejo constante de aperfeiçoamento seja o propulsor para acompanhar as mudanças do mundo VUCA (volatile, uncertain, complex and ambiguous).
A grande vantagem do setor de tecnologia é que ele permite que o conhecimento seja adquirido por diferentes fontes. Com muito material técnico disponível na própria internet, fóruns de discussão e cursos profissionalizantes, os interessados em se desenvolver dentro deste mercado, não precisam, exclusivamente, ter passado por uma faculdade.
As características de quem busca conhecimento fora do sistema formal também inclui fatores valorizados por empresas tech, como proatividade, autonomia, força de vontade, capacidade de errar e aprender rápido, espírito de coletividade, entre outros. Além disso, não restringir o ingresso de profissionais na empresa por conta da falta de um diploma, também colabora para aumentar a diversidade.
O perfil selecionado pelas universidades, na maior parte das vezes, é convergente. Se o nome de determinadas instituições for a régua para contratação, as vivências, conhecimentos e características dos funcionários serão semelhantes. Ampliando as possibilidades de contratação, maximiza-se também a diversidade: histórias, experiências de vida, conhecimento e visões — o que é sempre benéfico para um negócio.
Acreditamos que o conhecimento é cíclico, por isso, além de incentivar a troca de experiências dentro da empresa com os diferentes perfis de colaboradores, estendemos isso para a comunidade ao nosso entorno. Por meio do projeto Mão na Massa, os Cakers, como chamamos nossos colaboradores, transmitem sua experiência em programação para jovens que não teriam acesso a este tipo de conteúdo. Durante as aulas, pessoas de 14 a 20 anos aprendem desde programação básica a avançada e assim são incentivadas a se desenvolverem na área, sempre com ferramentas atualizadas de Design e Desenvolvimento.
Este, aliás, é um impasse encontrado pelas faculdades que, por conta de um currículo mais engessado, algumas vezes não conseguem acompanhar a dinâmica do mercado. Os cursos e informações disponíveis online, também podem ser uma forma de complementar as aulas universitárias, integrando as duas opções.
A tecnologia é — e está se tornando cada vez mais — democrática. Ela popularizou lugares de fala e é um espaço público para a expor opiniões, conhecimentos e tirar dúvidas. Nada mais natural, então, que as empresas por trás dela também sejam democráticas e agreguem pessoas de diferentes origens, sem julgar por títulos, mas sim, por conteúdo.