O termo ESG está no centro das discussões no mundo dos negócios. Leva a importância das questões ambientais, sociais e de governança para o gerenciamento das empresas, impulsionado pela crescente conscientização sobre a urgência em tratar essas demandas.

Muitas vezes associadas apenas às questões ambientais e à sustentabilidade, as pautas ESG incluem também a diversidade e Inclusão (D&I) em seus princípios. O “S” da sigla faz referência ao social que nas companhias se aplica na formação de equipes diversas, equidade salarial entre homens e mulheres, diversidade em cargos de liderança, segurança dos produtos e proteção de dados.

O assunto fez parte do painel  “D&I estão na sua pauta ESG?” do Fórum Melhor RH ESG e Comunicação, promovido pelas Plataformas Negócios da Comunicação e Melhor RH, no último dia 9. A conversa contou com a participação de Hélio Muniz, Chief Communications Officer/ESG da Via Varejo, e diretor-presidente da Fundação Casas Bahia;  Eunice Lima, diretora de Comunicação e Relações Governamentais da Novelis e Mariana Talarico, diretora de Cultura e Desenvolvimento Organizacional da Natura &Co.

Os speakers trouxeram reflexões e compartilharam experiências pessoais de dentro das empresas que atuam de como as pautas da diversidade e inclusão são abordadas e qual a sua importância.

Hélio Muniz afirma que a empresa precisa ser o retrato do país. “Nós começamos aqui com um censo para identificar qual a distância que temos da representatividade da população brasileira, para poder trazer a representatividade e contaminar a sociedade com isso. Quando o gerente de uma loja no interior do Brasil entender o que é diversidade e Inclusão, ele chega na sua casa e contamina a comunidade e o entorno neste aspecto. Isso atrai  colaboradores que querem trabalhar conosco, principalmente jovens que hoje têm a questão da diversidade e Inclusão como fundamental na vida deles. Para nós isso é muito importante”, enfatiza o diretor-presidente da Fundação Casas Bahia.

“Sempre vão ter coisas que precisam ser discutidas, o D&I ainda é novidade no mundo corporativo, mas esse é um tema que chegou e não vai sair nunca mais”, continua  Muniz.  “Vai ser cada vez mais importante”, continua: “Cada vez que entrevistamos algum jovem para alguma posição, qualquer que seja, a gente vai ouvir uma construção de oportunidades para os mais diferentes públicos”

Muniz ressalta ainda que grandes empresas precisam dar o primeiro passo na inclusão e na diversidade profissional : “Uma empresa é um organismo vivo, um organismo que mantém uma relação de troca com a sociedade. Não adianta a empresa crescer se a sociedade não crescer. Para nós, a diversidade e a inclusão é uma forma de como interagimos e como nós provamos em uma companhia que tem 52 mil colaboradores, o maior equilíbrio de representatividade. Nós achamos que como maior marca do varejo no Brasil conseguimos contaminar a sociedade com o que fazemos aqui dentro. É lógico que uma empresa que se relaciona com mais de 24 milhões de consumidores têm as falhas que o Brasil têm”.

Primeiro passo: mudança da cultura: 

Eunice Lima, diretora da Nouvelis, afirma que o primeiro passo para uma mudança de posicionamento das empresas em relação ao D&I está na mudança de cultura das empresas e na preocupação de líderes com a pauta: “É preciso fazer o que eu pratico no discurso, as pessoas veem na liderança o seu principal exemplo. Então se os grupos não estão genuinamente engajados e não  cobram por esse tipo de resultado, por que um profissional que tem outras demandas para entregar, vai se dedicar a essa causa? Então é importante que a liderança esteja comprometida e engajada e que cobre os resultados, isso faz toda a diferença para o sucesso das iniciativas. As estratégias de D&I são lideradas pelas áreas de comunicação e pelos comitês com representantes de várias áreas da empresa, com diferentes expertises e experiências para gerar um resultado cada vez melhor”.  

Dentro da Nouveles, segundo Eunice, há um programa de diversidade e inclusão para dar oportunidades a diferentes tipos de grupos “Nosso programa de inclusão de chama Igual, defendemos que as pessoas sejam diferentes, mas que as oportunidades sejam acessíveis e iguais para todos. Entre as iniciativas, eu destaco a conscientização de 100% dos nossos colaboradores, horistas e mensalistas que são feitos por meio de especialistas no assunto, programas de mentoria, semana e cartilhas de D&I para reforçar a conscientização entre os nossos profissionais”.

Programas semelhantes são adotadas na Natura&Co. Segundo Mariana Talarico, diretora da empresa, medidas de inclusão já são adotadas pela empresa desde a década de 1990. Ela ressalta que a grupo trabalha com quatro pilares de D&I para trazer mais representatividade para o grupo e programas para trazer maior diversidade para diversas áreas da Natura e empresas subsidiarias: “Nos temos quatro pilares dentro da empresa, equidade de gênero, LGBTQIA+, pessoas com deficiência e pautas raciais para trazer cada vez mais o protagonismo para os nossos colaboradores. Nós temos o programa Coragem, que considero o mais importante da história da empresa, nele damos oportunidade para pessoas trabalharem conosco e os únicos requisitos eram ter apenas ter mais de 18 anos e uma história de empreendimento, justamente para trazer inovação e renovação para a organização. Nesse programa 80% dos selecionados eram de grupos sub-representados e 45% eram de pessoas que se auto declararam pretos e pardos. Nós estamos em uma grande agenda de compromise to life”.

(Fonte: Portal da Comunicação/ Texto e reportagem: Luiz Zak)

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