Em um mundo desafiador e em constante mudança, as empresas devem atuar de forma cada vez mais inovadora. Para isso, é necessária uma cultura organizacional que estimule essa atuação, com equipes enxutas, ágeis, abertas ao novo e lideranças visionárias que engajem todos em torno de um propósito.

O RH é o responsável por garantir uma estrutura que permita aos negócios prosperar, sendoo guardião da cultura e do desenvolvimento das pessoas dentro das organizações, ajudando a formar talentos que contribuem para um crescimento sustentável. Apesar disso, as organizações ainda não enxergam a importância do investimento nesse setor. Um levantamento da Gartner indica que os investimentos em marketing representam 11,2% da receita das empresas, enquanto o capital investido em treinamento de pessoas gira em torno de 0,63% a 1,64% do faturamento delas, segundo pesquisa da ABTD.

Isso ocorre porque muitas vezes o profissional de desenvolvimento organizacional foca seu trabalho apenas no operacional e no processual, sendo o mapeamento de resultados mais subjetivo por lidar muito com aspectos comportamentais.  Na maioria das vezes, o seu papel começa a ser valorizado a partir do momento em que ele entende onde os problemas estão acontecendo na operação do negócio, com a compreensão do cliente final e de como se agrega valor nas entregas.  

Adotar um olhar mais objetivo e estratégico, falar a mesma linguagem dos outros setores e se aproximar das lideranças são atitudes fundamentais para que o RH consiga analisar os resultados de suas ações, mapear o fluxo de valor e comprovar a sua importância dentro de uma organização. Para isso, é fundamental ter conhecimento aprofundado do negócio e das estratégias da empresa, sejam elas de curto ou longo prazo. Nesse processo, torna-se necessário cortar desperdícios e medir realmente aquilo que gera benefícios para a organização.

Apesar de lidar com aspectos comportamentais, o RH pode utilizar diversos dados e indicadores que atestem o sucesso de suas iniciativas. Existem diferentes fatores que podem ser medidos, sendo preciso apenas que haja regularidade na mensuração e um olhar apurado para a análise, conectando os números relacionados ao desenvolvimento e à gestão de pessoas aos resultados dos negócios.

Ao mapear o retorno do investimento em Recursos Humanos, os profissionais de desenvolvimento organizacional conseguem demonstrar com maior clareza e objetividade o valor que seu trabalho agrega em qualquer contexto. Nesse processo não é preciso “reinventar a roda” ou abraçar todos os indicadores ao mesmo tempo.  É possível partir de indicadores gerais como, por exemplo, índice de retenção de talentos e taxa de produtividade no trabalho até indicadores de efetividade (T&D) e operacionais.

Ao olhar para os dados aferidos, o setor deve se questionar: qual problema consegui resolver com essas informações? Elas fizeram diferença no alcance dos objetivos estratégicos? Está na hora de o profissional de RH tomar voz no processo de transformação das empresas e atuar de forma mais assertiva e eficiente, encontrando sinergias, reduzindo desperdícios, cortando processos desnecessários e adotando uma visão inteligente de negócio.