Até junho de 2009, a Avon pretende reduzir em, pelo menos, 12 mil quilos o CO2 emitido. O projeto faz parte do programa ambiental da companhia de redução de emissão de gás carbônico na atmosfera por meio da modificação das rotas de distribuição de cosméticos. Segundo Waltencyr Peixoto, gerente de segurança, saúde no trabalho e meio ambiente da Avon, com essa medida haverá uma diminuição considerável dos impactos provocados no meio ambiente por conta da queima de combustível fóssil – o que pode ser também representado por uma redução de quatro milhões na quilometragem total percorrida para entregar os produtos da empresa para suas revendedoras em todo o país. “Atualmente, são percorridos 50 milhões de quilômetros por ano para isso”, conta o gerente.
Além dessa ação, continua Peixoto, a Avon dá ênfase especial à conscientização de seus funcionários, com campanhas internas sobre a importância do uso racional de água e luz – tema abordado durante as reuniões de integração de novos funcionários. Até agora, a empresa de cosméticos já reduziu mais de 4 mil quilos de CO2 emitidos durante o transporte, em função da diminuição de cerca de 1 milhão na quilometragem percorrida pelos veículos e registrou queda de 1,7% em seus custos com frete. Iniciativas como essas reforçam um novo movimento no mercado, no qual a sustentabilidade faz parte da cultura da organização.
Na opinião da gerente de projetos da Fundação Bunge, Cláudia Callais, é politicamente correto, atualmente, para as empresas, profissionais ligados às áreas social e ambiental, mídia e políticos mais antenados com a realidade, falar em sustentabilidade. Para ela, sustentabilidade, acima de tudo, tem de ser um valor. “No caso das empresas, tem de significar uma nova postura na condução dos negócios, buscando o desenvolvimento econômico – que é a grande razão de existência das companhias, já que elas surgem para dar lucro -, porém, sem negligenciar o ser humano e o meio onde vivemos”, completa.
O diretor da Dizáine Comunicação e Eventos, Roberto Beltran Hemelrijk, concorda com Cláudia, mas ressalta que o conceito não se refere apenas a projetos isolados voltados para o meio ambiente. “Muitas empresas se julgam sustentáveis apenas por fazerem alguma atividade ecologicamente correta, como reciclar lixo ou usar lâmpadas LED para poupar energia – essas ações são apenas alguns dos pilares para uma boa sustentabilidade corporativa”, explica o diretor.
Segundo ele, a sustentabilidade só funciona quando se propõem várias ações conjuntas da empresa com seus funcionários. “O conceito nada mais é que a capacidade de satisfazer as próprias necessidades sem reduzir as oportunidades das gerações futuras”, explica Hemelrijk.
Outra empresa que tem em seus valores essa preocupação é a Johnson & Johnson, que vincula o tema às estratégias de negócios por meio de objetivos específicos de proteção ao meio ambiente, saúde, segurança do trabalho e os de responsabilidade social.
Para cada um desses objetivos, a companhia estabelece metas a serem atingidas, que representam?indicadores de performance ou desempenho de negócios. Juntamente com os resultados financeiros, esses indicadores demonstram o resultado de cada operação da companhia em todo o mundo. “Assim, buscamos novas oportunidades para cumprir com as responsabilidades no âmbito institucional, definidas num documento chamado Nosso Credo, escrito em 1943 por Robert Wood Johnson, filho de um dos fundadores da empresa”, diz o diretor regional de meio ambiente, saúde e segurança da J&J, André Marinovic.
“O desenvolvimento dessas iniciativas é de responsabilidade da área que denominamos de Johnson & Johnson Worldwide Environment, Health and Safety, constituída por um corpo técnico altamente especializado, com engenheiros de meio ambiente e de segurança do trabalho, além de biólogos, toxicologistas, médicos, sanitaristas, administradores de empresas. Esse grupo elabora as políticas e normas de sustentabilidade e tem a missão de divulgá-las entre as companhias Johnson & Johnson em todo o mundo”, explica Marinovic.
Atualmente, a J&J do Brasil recicla cerca de 80% de todo o resíduo gerado em suas operações industriais e segue uma política mundial denominada Climate Friendly Energy Policy, que tem por objetivo a redução absoluta da emissão de gás carbônico para todas as companhias J&J. Em todo o mundo, a empresa pretende reduzir em 7% as emissões de CO2 até o ano de 2010, tendo como base o ano de 1990.
Outro bom exemplo de que a sustentabilidade pode ser associada à cidadania é promovido pela Fundação Mapfre com o projeto Na pista certa. O foco é a educação no trânsito e foi construído seguindo padrões de quem se preocupa com o meio ambiente, pois utiliza produtos reciclados e reaproveitados para compor o cenário da cidade itinerante. “Além de nos preocuparmos com os materiais que podem ser usados na montagem nos eventos da Mapfre, quando temos algo que envolve deslocamento de funcionários, por exemplo, incentivamos o sistema de caronas ou aluguel de ônibus ou vans para diminuir o número de carros circulando”, explica Sylvia Ferrari, gerente de comunicação da empresa.
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Veja a seguir algumas políticas de sustentabilidade que sua empresa pode estabelecer: |
– Associar os objetivos de negócios às questões da responsabilidade socioambiental; – Ir além do cumprimento da legislação ambiental local e de outros requisitos aplicáveis a seus processos, produtos e serviços; – Promover a melhoria contínua do ambiente e o desenvolvimento sustentável, aplicando os princípios de gerenciamento, indicadores de desempenho e avaliações de risco ambiental; – Investir na formação de parceiros, que devem entender os conceitos empregados e apresentar sua visão do processo; – Manter uma postura ética e transparente em todas as atividades e nos relacionamentos de negócio; – Gerar valor, empregos, renda e riquezas às comunidades e ao país onde opera; – Demonstrar responsabilidade social procurando atender às expectativas das comunidades onde atua e promover o uso responsável dos recursos naturais; – Contribuir para o desenvolvimento da cidadania por meio de ações de valorização da educação e do conhecimento. |