O ano de 2020 levou as empresas para dentro das casas dos seus colaboradores, o que fez com que os cuidados com a saúde dos funcionários virassem prioridade. Dentro deste tema está incluída a alimentação. Se antes os funcionários realizavam suas refeições dentro de um refeitório do local de trabalho ou em restaurantes próximos a ele, com o home office foram os próprios empregados que passaram a cuidar de sua alimentação.
No entanto, como preparar os trabalhadores para cuidar de sua nutrição? Visando responder a essa questão, a Sodexo passou a oferecer orientação alimentar e nutricional aos seus colaboradores dentro de seu Programa Viver Bem. Ela foi criada em agosto do ano passado com o objetivo de melhorar os hábitos alimentares dos funcionários e, consequentemente, seu bem-estar e qualidade de vida.
Por meio de uma plataforma online, são realizados encontros semanais entre o colaborador e um nutricionista, momento em que é feita uma orientação nutricional e em que o funcionário pode sanar dúvidas relacionadas ao tema. “A Sodexo percebeu que, com o home office, o trabalhador não teria mais à disposição uma variedade de alimentos e nutrientes, antes oferecida pelos restaurantes. Essa responsabilidade passa a ser agora dele e queremos ajudá-lo nessa mudança, seguindo as recomendações do PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador)”, diz a nutricionista Soraia Batista.
Segundo Fabiana Galetol, diretora de recursos humanos da Sodexo, caso o nutricionista identifique que determinado colaborador possui alguma doença grave e mereça uma atenção maior, o empregado é encaminhado a uma consulta com um médico da empresa ou outro de sua preferência pertencente ao convênio, para que seja feita uma avaliação detalhada com encaminhamento de exames.
Um exemplo compartilhado é o da funcionária Gabriela Cássia da Silva Lima. Ela conta que possui hipotireoidismo, fator que a obriga a optar por uma alimentação saudável em todos as refeições do dia.
‘Eu precisava de orientação nutricional para melhorar a minha qualidade de vida, principalmente por conta do meu quadro de saúde. Já no primeiro encontro, mudei completamente o jeito de enxergar meu cardápio diário. Recebi orientações com base nos alimentos que já tenho em casa, com sugestões de fácil acesso”, afirma Lima.
Muito antes do início da pandemia, a Omnit Saúde e Seguros já possuía o programa Leve na Boa para seus funcionários e para as empresas clientes. Criado há cerca de 15 anos com o propósito de estimular hábitos alimentares saudáveis por meio de atendimento personalizado e do levantamento do perfil de saúde dos colaboradores das empresas, a iniciativa atendeu cerca de 200 pessoas em 2020.
“Como identificávamos um grande volume de pessoas com problemas alimentares durante nossas análises, elaboramos um programa especial para motivar hábitos saudáveis e levar orientação de qualidade aos colaboradores”, afirma o dr. Marcos Loreto, diretor Médico Técnico da Omint.
O Leve na Boa dura aproximadamente três meses, de acordo com o intervalo entre as consultas e o número de colaboradores inscritos no programa. Inicialmente, são realizadas palestras motivacionais onde são expostos os benefícios de uma alimentação saudável. Após essa etapa, o funcionário interessado deverá preencher um questionário indicando seus hábitos alimentares, que também será reaplicado ao final do programa para avaliar sua eficácia.
Depois são realizadas três consultas para avaliação nutricional com especialistas e para entrega de orientações, dietas personalizadas e acompanhamento dos participantes. Na última delas, é realizada uma análise para identificar se o funcionário conseguiu se adaptar aos novos hábitos, quais foram as principais dificuldades para a execução da dieta e, caso necessário, um novo regime pode ser elaborado.
Questionado se três meses seriam suficientes para se realizar um acompanhamento nutricional adequado, o médico afirma que a ideia do programa é estimular bons hábitos alimentares e não fazer um acompanhamento alimentar, que poderia ser feito por meio da rede credenciada de nutricionistas e nutrólogos da empresa.
“Além disso, após pesquisas e conversas com as organizações atendidas, percebemos que em três consultas, realizados durante os três meses de orientação, conseguimos estabelecer uma melhora na frequência e corrigir os principais erros alimentares dos indivíduos, bem como dispor de uma boa base de informações para que os participantes mudem realmente os seus hábitos alimentares”, conclui o especialista.