Igualdade da Mulher

Equidade de gênero. Sabemos mesmo o que é, na prática?

Empresas estão se mexendo para mudar o cenário. Mas a discrepância de atuação, cargos e remuneração nas empresas ainda é dado de realidade

O Dia Internacional de Igualdade Feminina, nesse último 26 de agosto, passou com alguma discrição. Sem grandes motivos, na verdade, para uma comemoração retumbante. Uma pesquisa da Catho, de março desse ano, apontou que mulheres ganham menos que os homens em todos os níveis de escolaridade. Muitas delas, profissionais com pós-graduação ou especializações. E, ainda assim, recebem salários 49% menores em relação aos homens.

Apesar de terem as mesmas habilidades técnicas, eles chegam a ganhar cerca de 40% a mais.

Mulheres que chegaram à posição de CEOs são pouquíssimas — 2,8% apenas. E, nas empresas da Ibovespa, mais da metade dos conselhos administrativos (58%) não têm a presença feminina, segundo o estudo da XP Investimentos.

  • Veja o material que a XP Investimentos criou para marcar a sua postura diante da igualdade feminina.  

Em 17 de julho, a XP assumiu publicamente o compromisso de atingir a equidade de gênero  em seu quadro de funcionários, em todos os níveis hierárquicos, até 2025. Para isso, a empresa lançou o coletivo feminino MLHR3, formado por 135 mulheres e pelo CEO, Guilherme Benchimol.

Atualmente, a XP possui 2.600 colaboradores, sendo que 22% são mulheres. Até o fim de 2020, esse número deve chegar a 3.100.

 “Mais mulheres no mercado financeiro também significa mais empoderamento de suas finanças, que é uma ferramenta de liberdade”, afirma Marta Pinheiro, sócia e diretora de ESG da XP e líder do coletivo MLHR3.

Num outro estudo, da XP Inc., empresas com pelo menos 30% dos cargos de liderança ocupados por mulheres são 1.4 vezes mais propensas a ter um crescimento contínuo e lucrativo.

Mesmo com toda a potência feminina intrínseca, em 2018, uma pesquisa da Universidade de Cornell concluiu que as mulheres ainda tendem a subestimar suas habilidades enquanto os homens costumam supervalorizar suas capacidades.

Já a pesquisa da Hewlett Packard mostra que as mulheres só se candidatam para vagas de trabalho quando acham que estão 100% aptas para o emprego. Já os homens, quando acham que estão 60% preparados, já se inscrevem.

#MulheresInquietas no Grupo Boticário

Diversas empresas buscam de mudar esse estado de coisas. O exemplo mais recente é o do Grupo Boticário.  Quantas vezes uma mulher questiona sua capacidade ou se sente impostora diante dos desafios profissionais e pessoais que a vida impõe?

Inspirado nesse questionamento, e visando os movimentos que exaltam as competências e a jornada pessoal das mulheres, o Grupo de Afinidade Lado a Lado — equipe multidisciplinar de colaboradores que atua pela equidade de gênero dentro da empresa — lançou a campanha #MulheresInquietas. A campanha consiste no compartilhamento de histórias das executivas e especialistas, sob a perspectiva e experiência pessoal de cada uma.

“O projeto #MulheresInquietas veio para inspirar mulheres a abandonarem os temores e questionamentos que sempre fizeram parte da rotina daquelas que sonham em construir uma grande carreira em suas áreas de atuação. São testemunhos absolutamente sinceros e autênticos que vão gerar muita identificação com quer puder ler os conteúdos”, contextualiza Luiza Sinzato, líder do Grupo de Afinidade e gerente de novas categorias quem disse, berenice?

O movimento vai seguir e a proposta é convidar todas as mulheres que se sentirem inspiradas a compartilhar uma carta aberta com conselhos e experiências pessoais para que essa grande corrente possa impactar positivamente a rede social e as pessoas por trás de cada um dos perfis.

  • Confira os conteúdos do Grupo Boticário compartilhados no LinkedInn

 Isabella Vianna Wanderley , VP de Desenvolvimento de Novos Canais

Aline Mori , diretora de marketing de O Boticário

Renata Gomide , diretora de marketing de quem disse, berenice?

Nádia Leão , gerente de Transformação Digital do Grupo Boticário

Fabiana de Freitas , Diretora Jurídico e Compliance

Malu Nunes , diretora da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza

Glenia Gentil , franqueada O Boticário

Empresas pelas mulheres na periferia

Criado por um hub de inovação formado pelas empresas B2Mamy, Be Blue Ocean, WISHE Investimento e Filhos no Currículo, com apoio da Danone Nutricia, “WOMBY: Inclusão por um bit” é uma outra frente de atuação.

O projeto Womby pretende capacitar mulheres da periferia para que trabalhem remotamente, sem interromper a amamentação nos primeiros mil dias

Seu programa de capacitação e empregabilidade visa capacitar 110 mães da periferia de todo o Brasil em profissões digitais, que permitam trabalhar de forma remota. E, assim, possam estar mais próximas da rotina de seus filhos e girar a economia dentro da sua comunidade.

“Li uma reportagem em que mulheres das periferias interrompem a amamentação com o bebê de apenas 4 meses para retornar ao trabalho, se deslocando para os centros em média por 4 horas (ida e volta) para receber um salário de cerca de R$ 800,00. Isso não faz sentido para mim, com tantas oportunidades de profissões remotas”, afirma , Dani Junco, co-fundadora da Womby.

A parceria entre as empresas começou pelo apoio em conjunto à causa dos Primeiros 1000 Dias. “Esse período é considerado uma janela de oportunidades na vida do bebê e a mãe tem um papel fundamental nessa fase da vida. Sendo capacitadas para trabalharem remotamente, terão mais tempo para ficar com seus filhos e aumentar, inclusive, a chance de prolongar o período de amamentação”, aponta Fernando Lopes, Diretor de Marketing da Danone Nutricia.

As aulas do projeto “WOMBY: Inclusão por um bit”, iniciadas em agosto, são 100% online e gratuitas para as selecionadas, quinzenais e ao vivo, mas ficarão gravadas para quem precisar acessar em outro horário. Dentre as participantes, 10 serão selecionadas para receber uma bolsa de estudos no valor de R﹩1.000,00 por mês, durante seis meses, para garantir um sustento básico enquanto acompanham o curso. [Inês Pereira]

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