Igualdade da Mulher

Liderança feminina deve ser incentivada na gestão de forma prática com criação de critérios únicos

Ana Paula Prado, country manager do InfoJobs, fala sobre a missão das empresas na equiparação salarial

de Redação em 8 de julho de 2021

Segundo a pesquisa realizada pelo International Business Report da Grant Thornton, apenas 34% dos cargos de diretoria executiva nas empresas são ocupados por mulheres. Embora ambientes com pessoas de diferentes visões, repertórios e vivências tendam a ser mais ­inclusivos e mais rentáveis aos negócios, os cargos de liderança ainda não estão sendo ocupados de forma igualitária. 

Para Ana Paula Prado, country manager do InfoJobs, “é preciso romper alguns paradigmas, a nossa sociedade é estruturada na visão do homem e por esse motivo é necessário pensar no protagonismo feminino nas lideranças, quando na verdade ele deveria existir apenas pelo fato de ser um cargo de liderança; essa não é uma questão levantada quando falamos do cargo masculino”.  

O papel das empresas

As empresas têm papel importante para diminuir a diferença salarial e hierárquica entre os gêneros. Para isto, ações são necessárias. Segundo Ana Paula, o primeiro passo é a conscientização dessa diferença. “Depois de entendido, o próximo passo é querer promover a igualdade e depois disso traçar uma série de ações para que essa diferença seja extinta e que haja uma equiparação salarial”, acrescenta. 

As oportunidades devem existir para todos; é preciso estabelecer critérios únicos, seja para contratações ou para promoções. “Eliminar todos os vieses, inconscientes ou não, em todas as ações é o que torna uma empresa mais igualitária”, ressalta Ana Paula. A mudança cultural sobre representatividade deve estar presente na pauta. Com incentivo a melhoria educacional, gerando novas oportunidades de crescimento, principalmente para cargos de liderança. A country manager do InfoJobs enfatiza a importância da luta da mulher, pelas corporações, no mercado de trabalho. 

Ela acredita que as empresas precisam criar uma cultura onde não existam barreiras de gênero, ambientes nos quais as mulheres possam expressar suas opiniões e principalmente se desenvolverem. “Possibilitar oportunidades é fundamental, isso garante representatividade e a mudança de cenário.  Como estamos acompanhando, com mais mulheres na liderança, conquistando espaços e credibilidade”, acrescenta Ana Paula.

Um aliado da empresa e da promoção das liderança das mulheres é o RH. Ele possui o olhar qualificado e apurado para identificar o potencial de futuros líderes. Para ela, “quando falamos de diversidade e liderança feminina, o RH tem o papel de ajudar a colocar em prática as estratégias da empresa, e também trazer para dentro o que está sendo praticado no mercado. E por fim, ser vetor para o desenvolvimento dos colaboradores e coletar dados para acompanhar os ganhos obtidos nesse processo”. 

Iniciativas

Hoje em dia, existem mudanças significativas no comportamento e filosofia das empresas na questão sobre a diversidade. “Para atrair esses talentos é preciso se adequar. Mas, de forma geral, eu acredito que as empresas estão criando uma cultura que realmente condiz com a diversidade”, reforça Ana. 

Por isso, empresas investem em iniciativas para promoção à equidade de gênero ao redor do mundo, como o programa de talentos para mulheres e não binários, {DE}CODE to Empower, promovido pela  WAVY Global. O Industry4Her, capacitação de engenheiras para a liderança, criado pela Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha (VDI), e a Scooto, startup de vendas (SDR) e atendimento ao cliente, que conta em seu quadro com 50 colaboradoras, sendo composta 100% por mulheres.

Desafios 

As mulheres que possuem um cargo de liderança têm diversos desafios para enfrentar, começando pela cultura machista, que ainda é presente dentro das empresas. 

“Na grande maioria das vezes é muito mais difícil para uma mulher conseguir se posicionar, ser escutada, assumir um papel de especialista. E acredito que esse seja um problema cultural, e que acaba se estendendo para o ambiente corporativo”, explica Ana Paula, do InfoJobs. Uma mulher líder precisa se provar duas vezes, a 1ª por ser capaz apesar de seu gênero e a 2ª por ser líder. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fez um levantamento em 2019 e evidenciou que a taxa de participação da mulher no trabalho era de 54,5%, maior em comparação aos últimos anos. Porém, sua renda continua inferior, comparada à dos homens.

Pandemia 

A pandemia trouxe à mulher muitos problemas sociais e psicológicos. Elas estão cada vez mais sobrecarregadas entre o trabalho e o serviço doméstico, que coincidem no dia a dia do home office. Uma pesquisa realizada pelo InfoJobs apontou que cerca de 85,6% das mulheres participantes vivem uma dupla jornada, e 43,2% apontaram que trabalham mais de 12 horas por dia, somando todas as atividades. Além disso, segundo dados do IBGE, 8,5 milhões de mulheres saíram do mercado de trabalho. 

“Com a pandemia, a carga mental e física das mulheres está ainda pior. A maioria precisa enfrentar a adaptação ao trabalho, os serviços domésticos, além da rotina de cuidados com os filhos, que também se intensificou principalmente quando falamos da educação formal”, aponta Ana Paula. 

Nesta hora, ajuda sempre é necessária para evitar mais desgastes. “Acredito que a principal forma de se adequar a essa situação ou minimizá-la é contar com uma rede de apoio, seja um parceiro afetivo ou a família e amigos; é importante definir rotinas e criar acordos com as pessoas que convivem no mesmo espaço familiar. E do lado das empresas, a empatia e a flexibilidade são fundamentais”, acrescenta a country manager do InfoJobs.

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