Na realidade do trabalho híbrido, gestores seguem lutando para dosar o imediatismo típico das cobranças que recaem sobre as jornadas on-line e saúde mental. Esse foi o tema do painel Conectados, mas não o tempo todo, parte do 2º Fórum Melhor RH Confiança, que ocorreu em março, promovido pela Plataforma Melhor RH. Participaram do painel Daniela Pereira, Diretora de RH da Allied Tecnologia, Esteban Blanco, Diretor de Recursos Humanos da Boehringer Ingelheim Brazil, e Sergio Amad, Co-Founder and CEO da Fiter.
“Quando falamos de estarmos ‘conectados, mas não o tempo todo’, falamos de um cenário de transpandemia, mas também de um cenário de futuro, de longo prazo, e de vários modelos de trabalho – home office, trabalho remoto, híbrido e presencial”, situou Amad, da Fiter. Nesse contexto, ele destaca, “os colaboradores estão aprendendo, os RHs e as empresas estão aprendendo”. E ressalta pilares básicos que auxiliarão pessoas e instituições neste momento – as melhores práticas demandarão, segundo o executivo: metodologia, tecnologia e humanização. E essa estrutura estabelecerá os limites de conexão e a cultura.
Para Amad, o nível de adesão à ciência de dados moldará o RH, que pode ser reativo (que não tem previsibilidade do que acontece aos colaboradores e apenas reage), business partner (que atua em conjunto com outras áreas da empresa e é proativo) ou antecipatório – aquele que se adianta a situações como demissões, turnover, baixas de produtividade, dentre outras questões. “Os dados, a Inteligência Artificial, não vão robotizar, mas trazer a humanização’, entende o executivo.
Diferencial humano
Blanco, da Boehringer Ingelheim no Brasil, crê exatamente no diferencial humano: “os dados podem estar nos aplicativos, mas é importante que não só o RH, mas as lideranças, estejam perto dos funcionários”, entende o executivo. Para ele, não é necessário esperar surgir a melhor prática do mercado, fazer benchmarking — é preciso construir tudo junto aos colaboradores, estabelecer limites na singularidade de cada organização.
“Na Boehringer, começamos a desenhar como seria esse futuro do trabalho junto com os funcionários”, conta Blanco. “Essa proximidade engaja, desde em temas como cultura, até em como será o escritório do futuro na Boehringer”, relata, sobre práticas desenhadas com base na realidade da equipe. “Cultura se constrói juntos”, ressalta o executivo. “Estamos muito mais humanizados agora, que isso perdure”, completa.
Contextos particulares
Daniela Pereira, da Allied Tecnologia, lembra que um dos primeiros focos de trabalho na Allied durante a pandemia, Daniela conta, foi trabalhar com lideranças o uso de tecnologia, começando por hard skills para essa utilização, passando, enfim, por impor limites ao tempo e formas de conexão com os pares e a equipe. “Nós aparelhamos as lideranças com ferramentas ágeis para permitir o seu uso pleno, a governança do trabalho”, explica a executiva.
Outro ponto foi trabalhar a vulnerabilidade que acometeu os colaboradores nesse momento: situações domésticas inusitadas, questões extra-trabalho, e o controle à distância com que líderes e equipes precisaram lidar, impactando diretamente o formato e a dinâmica das entregas e a autonomia. A vulnerabilidade, entende Daniela, foi, por fim, agente de ajustes e vínculos, da condução de relações mais humanas, dentro da particularidade de cada interação e contexto.
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