Embora saibam a importância dos treinamentos para se manterem competitivas, a maioria das empresas prefere investir nesta área em momentos pontuais. A aprendizagem contínua (lifelong learning) e algumas metodologias ágeis vieram para agregar no aperfeiçoamento dos profissionais, sem sobrecarregá-los. Como colocá-las em prática foi tema de painel Eu quero ser melhor do que ontem, do 3º Fórum Melhor RH Confiança, com participação de Fabiano Rangel, Head de Desenvolvimento Organizacional e Institucional da Leão Alimentos e Bebidas; Alain Rosolino, Head de Pessoas e Organização da Enel Brasil, e Maria Augusta Orofino, Professora da Casa Educação.
De acordo com Rosolino, a aprendizagem contínua está relacionada a um hábito que não pode se resumir a consumir novos conteúdos, mas aplicá-los no dia a dia e nas tomadas de decisão. “Existe uma conexão da aprendizagem contínua com o impacto no negócio e capacidade de uma empresa de se reinventar continuamente e inovar. Por isso, gosto muito da frase de Benjamin Franklin, que diz ‘diga-me e vou esquecer, ensina-me e vou lembrar, envolva-me, e vou aprender’”, revela. “O que quer dizer que a experiência é importante para a estratégia de aprendizagem contínua, que precisa ser incentivada de forma holística.”
Se, há décadas a definição do que cada profissional deveria desenvolver acontecia de maneira hierárquica, top down, agora, além do colaborador decidir com o gestor que tipo de experiência gostaria de ter na carreira, há o trabalho de observação (job shadowing), no qual um profissional ou estagiário acompanha e observa um colega executar seu trabalho por um período definido. “Um protagonismo que permite ao profissional acumular experiências transversais e que, sem dúvida, acelera o seu crescimento na carreira”, diz Rosolino.
Segundo Maria Augusta, a aprendizagem contínua é fundamental para que os profissionais estabeleçam uma análise crítica das situações no trabalho, mas, a partir de uma visão ética e empatica. “Precisamos do algoritmo da vida para ajudar na tomada de decisão. E essa aprendizagem contínua precisa estar alinhada ao nosso propósito para que haja motivação para seguir estudando”, ela informa.
Para Rangel, a sociedade está saindo de um viés de aprendizado feito a partir do comando e controle, para uma dinâmica protagônica. “As perguntas que devem ser respondidas é por quê e para que é importante para cada colaborador se desenvolver a partir do contexto organizacional”, provoca. “Quando a pessoa se desenvolve, traz consigo o arcabouço do seu aprendizado, que é colocado à disposição da empresa: se, de um lado, isso aumenta a sua sensação de pertencimento, de outro, ao se assumir um aprendiz esse profissional está reconhecendo uma vulnerabilidade, mostrando aos colegas que não é um sabe tudo. Essa postura contribui para que outras pessoas se motivem a também seguirem no aprendizado contínuo.”
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