O Guia Salarial 2025, elaborado pela Michael Page, revela que os Millennials (nascidos entre 1981 e 1994) são os profissionais que mais consideram o salário como o fator decisivo na escolha de seu emprego. De acordo com o estudo, 75% desses profissionais destacam a remuneração como prioridade no trabalho, superando tanto os Baby Boomers (60%), quanto a Geração X (70%) e a Geração Z (73%).
Além disso, 90% dos Millennials afirmam que o salário é o principal critério para aceitar uma nova proposta de trabalho, atrás apenas da Geração Z (92%) e à frente dos Baby Boomers (75%) e da Geração X (84%).
A pesquisa consultou cerca de 6,8 mil profissionais e empresas de todo o Brasil e abrangeu cargos que vão de funções de suporte à gestão até a diretoria. O objetivo foi entender como as diferentes gerações percebem o mercado de trabalho e quais são os fatores mais importantes para sua satisfação profissional.
Salário e qualidade de vida são prioridades para todas as gerações
Em relação a outros aspectos importantes no ambiente de trabalho, o estudo revelou diferenças e semelhanças entre as gerações. Para os Baby Boomers, os fatores mais relevantes são o salário (60%), o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal (55%) e a cultura empresarial (32%). Já para a Geração X, os principais aspectos são salário (70%), equilíbrio (50%) e benefícios (32%).
Entre os Millennials, além do salário (75%), destacam-se o equilíbrio entre vida pessoal e profissional (50%) e as oportunidades de progressão de carreira e treinamento (29%). A Geração Z, por sua vez, valoriza o salário (73%), o equilíbrio (44%) e o desenvolvimento de carreira (40%).
A pesquisa também abordou o reconhecimento no trabalho, um fator essencial para muitas gerações. Para os Baby Boomers, o reconhecimento financeiro (49%) é a principal forma de valorização, seguido pela valorização da liderança (29%) e o plano de carreira (10%). Nas outras gerações, os itens mais mencionados são similares, com reconhecimento financeiro e bônus como os mais importantes.
Competências e preocupações com a inteligência artificial
A pesquisa também revelou quais competências as gerações buscam desenvolver para avançar em suas carreiras. Para os Baby Boomers e a Geração X, as prioridades são o gerenciamento de conflitos, influência e gerenciamento de estresse. Para os Millennials, as habilidades de liderança (52%) e influência (43%) são mais valorizadas, enquanto a Geração Z se destaca por buscar também o desenvolvimento da liderança (69%) e da influência (35%).
A crescente presença da inteligência artificial no mercado de trabalho também gerou preocupações entre os profissionais. Para as gerações mais experientes, as questões éticas e o uso responsável da IA são as maiores preocupações. A necessidade de requalificação contínua é um tema comum em todas as faixas etárias.
A mudança de emprego e o impacto do trabalho híbrido
Quando se trata de procurar uma nova oportunidade de trabalho, as gerações mais velhas demonstram maior disposição. Entre os membros da Geração X (1966-1980), 55% estão ativamente buscando um novo emprego, superando os Baby Boomers (52%) e os Millennials (45%). A Geração Z, por sua vez, tem 44% dos respondentes em busca de novas vagas.
O estudo também revelou o que cada geração considera mais importante ao aceitar uma proposta de trabalho. Para os Baby Boomers, os fatores principais são salário (75%), benefícios (45%) e a possibilidade de trabalho híbrido ou remoto (43%). A Geração X coloca o salário (84%), os benefícios (58%) e o trabalho remoto (43%) como prioridades. Já os Millennials valorizam o salário (90%), o trabalho remoto (58%) e os benefícios (51%). A Geração Z, mais focada no crescimento, prioriza o salário (92%), o trabalho híbrido (61%) e as oportunidades de crescimento interno (57%).
Motivos para renúncia e preferências de busca de emprego
O levantamento também investigou os motivos pelos quais os profissionais podem deixar um emprego. Para as três gerações mais experientes, os motivos mais comuns são salários ou benefícios insatisfatórios, mau clima organizacional e liderança inadequada. Para os Millennials, a principal razão de renúncia é a remuneração ou benefícios insatisfatórios (71%), seguida pelo mau clima organizacional (51%) e liderança inadequada (48%).
A Geração Z, por sua vez, também menciona os salários insatisfatórios (74%) e a liderança inadequada (45%), mas destaca a falta de oportunidades de desenvolvimento profissional como um dos principais motivos para deixar o emprego (40%).
Em relação à busca por um novo trabalho, as ferramentas digitais são predominantes entre as gerações mais jovens. Para os Baby Boomers, o LinkedIn (82%) é a principal plataforma de busca, seguido por networking pessoal (50%). A Geração X e os Millennials seguem uma linha similar, com 92% e 95%, respectivamente, utilizando o LinkedIn. Para a Geração Z, 95% dos respondentes usam o LinkedIn, e 44,8% recorrem a portais de vagas online.
Saúde mental e causas de estresse
A saúde mental também foi um tema abordado no estudo. Para os Baby Boomers, as principais causas de estresse no trabalho incluem a remuneração não condizente com as exigências do cargo (50%) e a falta de participação na tomada de decisões (45%). A Geração X, que tem altos índices de estresse, cita principalmente a remuneração inadequada (56%) e a falta de participação nas decisões (42%).
Os Millennials relatam que a maior causa de estresse é a remuneração inadequada (60%), seguida de um mau relacionamento com colegas ou líderes (41%). Já a Geração Z vê a remuneração inadequada (71%) e a falta de perspectivas de carreira (44%) como as principais causas do estresse no trabalho.
Perfil das gerações no ambiente de trabalho
O estudo também revelou algumas particularidades de cada geração no ambiente de trabalho. Os Baby Boomers são os que mais se sentem apoiados em suas empresas, com 11% dos respondentes dizendo que se sentem “muito amparados”, seguido pela Geração Z (7%), Geração X (7%) e Millennials (6%).
Em termos de trabalho remoto, os Baby Boomers são os que menos preferem trabalhar de casa, com 18% afirmando que não gostariam de trabalhar remotamente em nenhum dia da semana, superando a Geração X (14%), Millennials (8%) e Geração Z (5%).
Os profissionais da Geração X, que enfrentam as jornadas mais longas de trabalho, com 60% afirmando trabalhar mais de 8 horas por dia, também se destacam pelo nível mais alto de estresse diário, com 7% dos respondentes apontando um índice muito alto de estresse, à frente das outras gerações.
Por outro lado, os Millennials são a segunda faixa etária que mais se sente valorizada em seu trabalho, com 47,3%, ficando atrás apenas dos Baby Boomers (52,1%). A Geração Z, mais preocupada com questões de diversidade e inclusão, é a mais propensa a trabalhar de forma híbrida ou remota, com 58% dos respondentes considerando-se mais produtivos em casa.