BlogaRH

Inovação: uma organização sem as “melhores pessoas?”

Sandra Poltronieri, do Grupo Dreamers, explora novas maneiras de valorizar as habilidades únicas de cada colaborador e potencializar o impacto no ambiente de trabalho

de Sandra Poltronieri em 28 de novembro de 2024
Foto: Reprodução/Freepik

No cenário corporativo atual, a diversidade e a inclusão são pilares essenciais para a construção de equipes e empresas mais inovadoras. O desafio de atração e retenção de talentos é crescente. Todas as lideranças e empresas querem as “melhores pessoas”.

Considerem como possibilidade se, ao invés de focar em uma competição por talentos que se encaixem em moldes predeterminados, as empresas adotassem uma perspectiva que valorize o melhor de cada pessoa? Isso significa reconhecer e cultivar as habilidades, experiências distintas de cada colaborador, criando espaço para que cada um possa contribuir de maneira significativa para o ambiente de trabalho. Esta perspectiva promove a inclusão, fortalece a cultura organizacional, fomenta a inovação e melhora o desempenho geral.

Será que esta abordagem de “melhores pessoas” é limitante e excludente? No meu ponto de vista: sim. Ter as “melhores pessoas” limita o potencial coletivo e deixa de aproveitar as reais vantagens de um time diverso. Quando buscamos as “melhores pessoas” estamos deixando de lado o valor único de cada pessoa e reforçando práticas excludentes.

Caso esteja interessado em explorar esta mudança de foco, ampliando o olhar para “o melhor de cada pessoa” através de algumas práticas de desenvolvimento e educação, além da construção de ambiente psicologicamente seguro, existem alguns caminhos.

1. Inclusão como estratégia de negócio

Uma organização verdadeiramente inclusiva não atrai uma força de trabalho diversificada porque entende seu papel social, mas porque sabe que diversidade traz novas ideias e soluções e isto contribui para a sustentabilidade do negócio. Conectar a ótica de “ter o melhor de cada pessoa” partindo da diversidade e inclusão significa criar políticas e práticas que permitam que todos os funcionários contribuam de maneira significativa para a construção desta sustentabilidade.

2. Ambiente de trabalho psicologicamente seguro e cultura inclusiva

Criar um ambiente onde todos se sintam seguros para expressar suas ideias e perspectivas sem medo de julgamento ou retaliação é essencial. Isso envolve a construção de uma cultura de respeito e apoio mútuo, onde as diferenças são vistas como um ativo e não um obstáculo. Isto exige letramento constante, lideranças engajadas e determinação para lidar com resistências.

Programas de treinamento e conscientização sobre vieses inconscientes, micro agressões e a importância da diversidade podem ajudar a construir uma cultura organizacional mais inclusiva. Isso ajuda a todos os funcionários a compreenderem a importância de valorizar o que cada pessoa tem de melhor.

3.  Celebre a diversidade

Cada pessoa traz um conjunto único de habilidades, experiências e perspectivas. Ao valorizar o que cada indivíduo tem de melhor, você cria um ambiente onde a diversidade é celebrada. Isso significa olhar além dos critérios tradicionais de “melhor” e considerar uma ampla gama de qualidades e contribuições. Busque pessoas que complementem as habilidades dos times atuais. As habilidades complementares aceleram os resultados do negócio.

4. Desenvolvimento diversificado

Em vez de aplicar um modelo único de treinamento e desenvolvimento, adapte suas abordagens para atender às necessidades e potenciais únicos de cada colaborador. Isso pode incluir mentorias, conversas 1:1, programas de desenvolvimento focados em diferentes estilos e habilidades, e oportunidades de aprendizado que respeitem e valorizem as diversas formas de contribuição. Promover o desenvolvimento personalizado ajuda a potencializar o melhor de cada pessoa.

5. Diversidade nas lideranças

Promover a diversidade nas posições de liderança é crucial. Líderes diversos trazem diferentes perspectivas e estilos de gestão, o que acelera o impacto nos resultados de negócio. Demonstra também o compromisso da organização com a valorização das contribuições únicas de cada pessoa. Lideranças diversas trazem histórias de vida e vivências que ampliam o olhar para o “melhor de cada pessoa” e principalmente, trazem uma sensibilidade aos temas de inclusão que líderes de grupos privilegiados nem sempre terão (sem qualquer julgamento aqui).

Ao deslocar o foco das “melhores pessoas” para o “melhor de cada pessoa” estamos abrindo um caminho para que as organizações estejam mais bem posicionadas para enfrentar os desafios complexos existentes no mercado. Nutrir o potencial único de cada pessoa é essencial para a construção de um ambiente inclusivo e para a valorização de cada um na construção do sucesso coletivo.

Compartilhe nas redes sociais!

Enviar por e-mail


Sandra Poltronieri

Sandra Poltronieri é diretora de Gestão de Pessoas da Artplan e Grupo Dreamers. Apaixonada por atuar com propósito na construção de legados. Sandra acredita em ambientes diversos e inclusivos e com segurança psicológica. Executiva com perfil generalista, experiente em planejamento estratégico e gestão de desenvolvimento humano e organizacional. Ampla vivência em gerenciamento de mudanças organizacionais, projetos de impacto social, desenvolvimento de liderança, gestão de indicadores e redesenho de processos. Carreira desenvolvida em empresas de grande porte, nacionais e multinacionais, nos setores de serviço, industrial e de tecnologia.