O mundo já percebeu que não pode parar, ainda que conviva com o isolamento social e as duras regras de mobilidade impostas pelo coronavíus. Com a ajuda da tecnologia, pessoas dentro de casa abrem janelas de conhecimento, discussões e entretenimento.

A grande sacada do momento são as lives, e a explicação é simples: o fato de ser ao vivo, dão a sensação de escapar do confinamento e estar em comunidade.

O YouTube registrou um aumento de 4.900% nas buscas por lives, desde que foi decretada a quarentena no Brasil.  Só em março, foram assistidos diariamente 3,5 bilhões de minutos de conteúdo pelo YouTube.  

Esse jeito de cativar a atenção das pessoas, que começou com os shows, segue atualmente em diferentes propostas. Em maio, o Instituto Algar, que tem foco em iniciativas voltadas a educação, cultura e meio ambiente, coloca o seu programa Talentos de Futuro ao vivo.

Todas as quintas-feiras, às 16h, o programa promove lives sobre o mercado de trabalho para jovens (inscritos ou não no programa). Entre as discussões abordadas estão a importância de estar preparado na hora de buscar um emprego e como o mercado deve ser impactado após a pandemia.

As transmissões ao vivo também estão no Instagram do Instituto Algar, todas às terças, às 10h. Nessas sessões, o conteúdo é voltado a crianças e adolescentes em isolamento social, que estão sem ir à escola. A ideia é desenvolver a educação domiciliar com o intuito de estimular e dar continuidade aos aprendizados.

“O nosso maior objetivo é contribuir com o desenvolvimento de competências comportamentais e de habilidades dos jovens, para que a transição do ensino médio para o mercado de trabalho seja facilitada. Isso é especialmente importante agora com a pandemia, em que há mais dificuldades na busca por oportunidades”, afirma Carolina Toffoli, gerente do Instituto Algar.

Em Uberlândia (MG), onde integrantes do Instituto Algar são diretamente responsáveis pelos encontros e treinamentos de estudantes, os grupos de trabalho passaram a discutir como é possível se preparar com as mudanças que estão em andamento devido ao novo coronavírus. Conteúdos e desafios são compartilhados em grupos de Whatsapp e o acompanhamento é feito de forma remota.

Nos outros cinco municípios em que o programa já atua — Campinas, Fortaleza, Porto Alegre, Belo Horizonte e Patos de Minas (MG) —, o Algar capacita integrantes de OSCs (Organização da Sociedade Civil) que trabalham como multiplicadores, responsáveis por replicar o modelo do programa para seus próprios alunos. Nessas praças, todo o contato está sendo virtual, inclusive o monitoramento da evolução das turmas.

Há 18 anos em atividade, o Instituto Algar também planeja expandir o número de cidades contempladas pelo programa. Serão três novos municípios atendidos pelo Talentos de Futuro até o fim deste ano: Brasília, São Paulo e Ribeirão Preto (SP).