Fernando Jucá, sócio-fundador da Atingire, consultoria de treinamento, trouxe uma nova abordagem sobre os conceitos de liderança, talento e aprendizagem em sua palestra Liderança transformadora: o líder dos líderes. Para ele, o aprendizado não está dissociado do trabalho, assim como um curso, o ato de pensar, também é trabalho. E essa simbiose entre o aprender e o realizar é o que vai definir as novas lideranças.
Jucá inovou ao mostrar que o aprendizado não está em um tempo-espaço fora da empresa, mas como uma atitude permanente, uma “metacompetência” que, para se desenvolver, necessita de ambientes propícios ao aprendizado.
“O conceito de talento mudou. Se antes era aquele profissional que acumulava experiências, hoje ele precisa saber tirar e colocar novos conhecimentos. Ter uma atitude humilde de estar aberto para o que desconhece e, assim, aprender”, explicou o consultor.
O consultor observou, ainda, que, em situações de treinamento, as frases mais comuns são “eu já sei”, ou, “a culpa é do meu chefe”, “o problema é o sistema”, “da outra área”, em que as pessoas se eximem de sua responsabilidade diante de um problema, em vez de aprender, de buscar soluções. “Esse é o verdadeiro processo de aprendizado: quando ele passa a se realizar na prática e nos hábitos do ambiente corporativo.”
Jucá também destacou que existe uma cultura de que o treinamento está separado do dia-a-dia dos processos na empresa. Depois de passado o conhecimento, não existe um diálogo sobre como aquele conteúdo está sendo aplicado no dia-a-dia da empresa. “As pessoas arquivam aquele power point e não aplicam o que aprenderam. Dentro da nossa metodologia, acreditamos que é preciso criar ‘praças de aprendizado’, um momento de troca, sem slides ou teorias a serem repassadas, mas uma conversa sobre como estão ocorrendo novas práticas no trabalho, dificuldades e resultados”.
Como case de “metacompetência”, o consultor citou uma executiva, que, ao se deparar com o desafio de engajar uma nova equipe, procurou as lideranças da própria empresa com essa expertise para aprender como eles o fizeram. “Trata-se de um talento, porque tem consciência que é uma habilidade que ainda não tem, mas sabe que pode aprender e vai atrás de quem pode repassar essa experiência”.
Para o consultor, essa postura pouco humilde e aberta para lidar com novas circunstâncias profissionais, seja pelas mudanças econômicas, uma promoção, um novo projeto, independe de gerações. Segundo Jucá, existem tanto trainees como profissionais seniores que acreditam já “saber tudo”, assim como, de várias idades que estão abertos para o questionamento, fazem novas perguntas e assim, criam soluções inovadoras.