Por Ricardo Crepalde, Especialista em Agilidade Corporativa da Ticket

A Cultura de Agilidade surgiu em 2001, a partir de um manifesto intitulado “O Manifesto Ágil do Desenvolvimento de Software”, elaborado por um grupo de profissionais de tecnologia que já realizavam discussões sobre o que levava projetos de software a não obterem sucesso e o impacto dos métodos, até então, utilizados.

Como algo de aplicação prática, podemos dizer que o Ágil é uma filosofia de trabalho, ou ainda, em uma definição mais simples, uma forma de realizá-lo. Também é possível defini-lo como uma abordagem que, aplicada em nossas atividades, produz ótimos resultados. A “materialização” dessa abordagem se dá por métodos e frameworks, mas é impossível deixar de destacar o Ágil como um mindset, que pode modelar nossos comportamentos e atitudes.

Embora o movimento Ágil tenha se iniciado, bem como se expandido, na área de tecnologia, temos visto sua introdução e significativa expansão em outras áreas por meio da gestão de pessoas. Isso tem acontecido cada vez mais por conta da constatação de que o Ágil pode produzir melhores resultados sendo uma “ferramenta” eficaz na transformação do ambiente corporativo, principalmente quando o assunto é inovação e melhoria contínua.

O principal aspecto que torna a aplicação do Ágil eficiente na gestão do público interno é que ele é “sobre pessoas”. Podemos destacar um de seus valores voltando ao Manifesto Ágil: “Indivíduos e interações, mais que processos e ferramentas”. O Ágil não reforça apenas o quanto as pessoas podem ser um diferencial no trabalho, mas destaca como é essencial para o sucesso a forma como essas pessoas se relacionam, atuando a partir de valores e princípios.

Implementar a Cultura de Agilidade em uma empresa é, com certeza, um desafio imenso, que obrigatoriamente deve-se iniciar por um programa de treinamento e conscientização que leve as pessoas à constatação de que podem acreditar na eficácia da abordagem em todos os processos do dia a dia.

No caso da Ticket, a introdução da Cultura de Agilidade também teve início na área de Tecnologia, em 2021, com a utilização do framework Scrum e do método Kanban, além de uma definição de times e papéis no contexto de produto e processo. A evolução da maturidade ágil, percebida principalmente na atuação de tribos integradas das áreas de Tecnologia e Produto, nos permitiu iniciar um avanço em práticas voltadas, principalmente, para o autogerenciamento e liderança, aplicado com sucesso na formação de times e desenvolvimento das pessoas, e que começa a se estender às demais áreas internas.

Criamos, então, o “#AgilidadeNaEmpresaToda”, nossa proposta para que todas as áreas da empresa consigam trabalhar no “formato” Ágil. Nesse contexto, os agiles coaches atuam como consultivos, orientados por dados, para identificar pontos de gargalo e de melhoria nos processos. Em linhas gerais, eles ajudam as pessoas a se tornarem mais produtivas, repensando processos e formas de executar as atividades. O objetivo é reduzir o timing to market em um cenário em que as empresas precisam lançar as coisas com velocidade. 

Esse plano de transformação tem etapas claras que conduzem os colaboradores por uma jornada que começa no entendimento e absorção do mindset ágil e termina no uso efetivo de práticas ágeis no dia a dia. Toda a empresa tem uma relação muito intrínseca com a cultura organizacional e é por isso que a necessidade de transparência entre as áreas parceiras e clareza na priorização é fundamental.

O resultado do nosso trabalho está no desempenho dos times. Eles entregam mais rápido e se adaptam de forma mais célere às mudanças. Mas é fato que ainda estamos no início dessa jornada de transformação para uma abordagem Ágil e para a Agilidade na Empresa Toda. Contudo, é algo que já conta com pessoas realmente energizadas participando do processo. E como a gente não cansa de dizer: “Ágil é sobre pessoas”, principalmente aquelas que desejam de verdade e fazem o Ágil acontecer, como temos na Ticket.