O centro de comando das empresas conta com baixa participação das mulheres. É o que revela a Page Executive, unidade de negócio do PageGroup especializada em recrutamento e seleção de executivos para alta direção (o chamado “C-Level”). De acordo com a consultoria, a presença feminina nesses postos é de 15%. O percentual apontado leva em consideração candidatas escolhidas em processo seletivo ao longo de 2018.
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Para ajudar a mudar um pouco esse quadro, a Page Executive acaba de lançar o programa Page Womanae, com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento da liderança feminina no Brasil.
“Na alta e média gerência as mulheres representam 35% da gestão. Quando consideramos os níveis acima, na alta liderança, há uma grande discrepância em relação aos demais níveis hierárquicos. Essa iniciativa do programa de mentoria incentiva a mulher a alcançar o máximo de seu potencial por meio da relação de troca e apoio mútuo entre mentoras e mentoradas”, conta Gabriela Gola, sócia da Page Executive.
O programa, previsto para durar seis meses, contará com a participação de um grupo de executivas em nível de direção para atuarem como mentoras e alta e média gestão para serem as mentees, de setores diversos como Varejo, Digital, Farmacêutico, Indústria e Educação. Nessas reuniões, duplas de mentoras e mentoradas discutirão temas como carreira, diversidade, presença feminina nas empresas e, principalmente, como desenvolver seus PDIs (Plano de Desenvolvimento Individual) dentro das organizações que atuam.
“Esse quadro precisa mudar. Temos visto diversas iniciativas em prol de um público mais diverso e equânime. O Page Womanae quer identificar nessas executivas todo seu potencial e riscos que as impeçam de chegar à liderança. Precisamos contribuir com essa mudança”, explica a executiva.
Participação feminina em processos de seleção volta a subir
De acordo com dados da Page Executive, a participação das mulheres em processos de recrutamento e seleção para a alta direção voltou a subir em 2018 após dois anos de queda. Os números da consultoria mostram que houve 21% de participação feminina nessas dinâmicas ante 14% em 2017 e 13% em 2016.
“Com o aumento das iniciativas em diversidade e equidade de gêneros, as empresas passaram a se preocupar com a quantidade de mulheres em posição de liderança. E as empresas que não estavam com as sucessões definidas, ao abrirem processo seletivo, nos pediram que fossem incluídas mais mulheres em nossa apresentação de candidatos”, diz Gabriela.
Para chegar a esses dados, a Page Executive entrevistou cerca de 2 mil executivos no ano passado em seus processos de seleção, todos candidatos a cargos de direção, presidência e conselho. Eles atuam em empresas de pequeno, médio e grande porte em todo o Brasil e de diversos setores.