Carreira

Novas funções e cargos moldam líderes e candidatos

Tecnologias inovadoras, home office, siglas e estrangeirismos alteram a descrição de status de trabalho e as funções não se limitam mais aos termos tradicionais

de Redação em 11 de novembro de 2021

É cada vez mais comum que profissionais se sintam confusos e indecisos em relação à  apresentação de vagas de trabalho. Se por um lado o necessário processo de digitalização, acelerado a partir da pandemia da Covid-19, permitiu manter milhões de empregos, ele fez surgir mais dúvidas e inseguranças a respeito das funções e correlações profissionais das vagas divulgadas nas mídias sociais, em ferramentas de recrutamento ou compartilhadas por gestores e profissionais de Recursos Humanos.

Esse cenário, recentemente destacado pela HR Executive, referência em Recursos Humanos, identifica a expansão do uso das novas tecnologias, influência irreversível do home office, a existência de cargos com siglas, estrangeirismos, a exigência da compreensão de softwares cada vez mais específicos e a descrição de status que não se limitam mais aos tradicionais “analistas”, “assistentes”, “supervisores”, “gerentes” e “diretores”. 

“A tecnologia realmente modifica a atuação de profissionais em todas as áreas das empresas. As vagas vão continuar existindo, mas exigindo cada vez mais, de líderes e analistas, conhecimento sobre tecnologia. Atualmente, um time de marketing precisa ter todas as habilidades necessárias para colocar de pé, e bem rapidamente, todo um conjunto de soluções que, há alguns anos, só a área de TI conseguia: landing pages, automações, dashboards, controle de métricas, crawlers, integrações, hacks, etc”, aponta Miguel Fernandes, fundador da edtech Witseed.

Fernandes é Chief Technology Officer (CTO) na Witseed, o equivalente a diretor de tecnologia da empresa especializada em educação corporativa. Recentemente, o executivo sentiu na pele a necessidade de atualizar a descrição de sua função, quando passou a ser chamado por seus pares de Gowth Manager, ou CRO, sigla para Chief Revenue Officer, que combina as funções dos tradicionais cargos de diretor de Marketing, de Tecnologia e de Operações.

Siglas e estrangeirismos


Uma enorme gama de atividades que, simbolizada por uma sigla, chega com força ao mercado . “Agora, dizem, a tendência é o CMTO. Ou seja, o Chief Marketing Technology Officer, posição que reúne as responsabilidades do tradicional CMO e do CTO. Alguns especialistas, inclusive, arriscam dizer que os CMOs serão substituídos pelos CMTOs. Será?”, questiona Fernandes, que brinca: “CTOs e CMOs precisam usar sapatos coloridos e gosto dessa discussão”.

O executivo leva na esportiva a profusão de nomes, mas trata-se de uma realidade muito comum em outros negócios. Martha Didier, porta-voz de RH e Customer Success da startup Witseed, avalia que as mudanças estão ocorrendo de maneira natural à medida que surgem novas tecnologias. Isso, segundo ela, obviamente, gera ansiedade nas pessoas, pois se trata de um processo realmente novo e importante de acompanhar, seja um RH, executivo ou candidato.

“Vivemos em uma época de muitas dúvidas. As pessoas temem muito mais que perder seus empregos, temem perder a empregabilidade. Com o surgimento das inovações disruptivas e estes cargos, realmente temos vivido uma condição diferente do que nos acostumamos a ver. Soma-se a isso a constante dúvida se as novas tecnologias vão acabar com a participação humana em determinadas áreas”, pondera.

A especialista não acredita que todos os trabalhos serão automatizados, mas que haverá cada vez maior combinação, foco e parceria entre pessoas e máquinas. O segredo, de acordo com os especialistas no assunto, é combinar inúmeras habilidades. 

“O líder, em especial, precisa criar canais para ouvir e entrevistar as pessoas regularmente e estar aberto às transformações. Ele precisa estar atento para incluir e tornar o conhecimento acessível a todos, seja o time que está no remoto ou no presencial. Também deve se atentar ao tomar decisões que envolvam o time, com a presença de todos, ou seja, no digital”, indica.

Reforma Trabalhista


Segundo a Reforma Trabalhista, aprovada em julho de 2017, pelo Congresso Nacional e em vigor desde novembro daquele ano, a partir da sanção presidencial, o plano de carreira poderá ser negociado entre patrões e trabalhadores sem necessidade de homologação ou registro em contrato, podendo ser mudado constantemente. 

Atualmente também tramita na Câmara dos Deputados do Brasil uma proposta de reforma administrativa, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/20, que visa atualizar a maneira como os salários e a jornada dos servidores públicos é aplicada no país, especialmente a partir da mudança estrutural no mercado de trabalho brasileiro e internacional com o avanço da digitalização em todos as áreas da economia.

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