empreendedor corporativo
BlogaRH

O empreendedor corporativo e suas habilidades

O empreendedorismo corporativo provou-se ferramenta eficaz em desafios da empresa moderna: manter-se competitiva e reter jovens talentos

Empreendedorismo corporativo ou intrapreneurship provou-se uma ferramenta eficaz em dois dos principais desafios da empresa moderna, que são: manter-se competitiva num ambiente extremamente volátil e incerto como o dos dias de hoje; e reter jovens talentos, cada vez menos comprometidos com as organizações onde trabalham. Mas é fato que, quanto maior a organização, mais difícil pode ser implementar uma cultura empreendedora. Alguns profissionais de gestão de pessoas me questionam sobre como selecionar e reter perfis empreendedores. A seguir, listo alguns passos fundamentais.

Em primeiro lugar, busque profissionais curiosos, que tenham desejo de aprender no trabalho e envolver-se em atividades que extrapolam sua descrição de cargo. Fuja dos perfis que procuram manter-se na zona de segurança, tendo um bom desempenho em tarefas conhecidas. Pessoas avessas a risco sentem-se desconfortáveis em ambientes empreendedores.

Dê importância especial ao fato de as pessoas gostarem do que fazem. Pesquisas mostram que, quanto mais um professional gosta de seu trabalho, mais propenso estará a entrar em estado de flow e esquecer do tempo. Essa atitude, além de resultar em maior compromisso com o emprego, ajuda a encontrar melhores maneiras de fazer as coisas, alimentando o processo de inovação.

Um empreendedor corporativo também precisa ter uma habilidade especial para vender suas ideias, de modo que não fiquem paradas na mesa de um gerente ou sejam derrotadas frente a um grupo de diretores céticos. Essa competência se liga a outra fundamental em qualquer empreendedor, que é a proatividade. Pessoas que fazem acontecer têm muito mais chances de inovar e levar suas inovações à frente do que aquelas mais reativas, que esperam seguir outros inovadores.

Do lado da empresa, é importante notar que profissionais com esse conjunto de competências precisam de um ambiente adequado para trabalhar, sob pena de pedirem demissão depois de algumas situações frustrantes. Os chefes de equipes devem ser abertos a novas ideias e a ouvir, o que implica em um ego sob controle, certa humildade e muita flexibilidade. Eles também devem saber atuar como mentores e facilitadores, de modo a canalizar da melhor maneira o talento de sua equipe.

Também fundamental é o sistema de governança, o qual deve reforçar a inovação como parte integrante da cultura organizacional, fazendo com que esta permeie todos os departamentos, mesmo nos casos em que há uma incubadora interna ou um laboratório de inovação. Finalmente, o sistema de recompensas deve premiar o desempenho acima da média, uma vez que empreendedores costumam ser motivados por desafios e reconhecimento.

Os perfis profissionais e de empresas descritos acima são mais comuns em empresas que trabalham na fronteira da inovação e da tecnologia. No entanto, em nome da sobrevivência e frente aos tempos desafiadores que vivemos, a postura empreendedora é exigida em cada vez mais indústrias e setores produtivos. Profissionais de gestão de pessoas precisam estar atentos a essa nova exigência, de modo a preparar suas equipes para os tempos atuais e ajudar a garantir a perenidade da organização onde trabalham.

Compartilhe nas redes sociais!

Enviar por e-mail


Silvina Ramal

Mestre em Administração de Empresas pela PUC RJ – Empreendedora – Pós graduada em comércio internacional pela UFRJ. Foi professora da PUC e da FGV durante 15 anos , em curso de graduação e pós – Autora de 11 livros sobre empreendedorismo e gestão – “Como Transformar seu Talento em um Negócio de Sucesso” “Mulheres Líderes e Empreendedorass” e livros escritos para o Telecurso TEC da Fundação Roberto Marinho sobre Gestao de Pequenos Negócios e Administração.