Calma, ela não deixou de existir, mas já não é da forma que acreditávamos ser. A comunicação corporativa sempre foi uma aliada poderosa para garantir a coesão e a vivência da cultura organizacional. Porém, nos últimos anos, especialmente após as profundas transformações que passamos, a forma como entendemos e aplicamos a comunicação foi radicalmente modificada.
Aqui na Novo Nordisk, decidimos decretar o fim da “comunicação interna” e passamos a adotar uma abordagem mais relacionada a “comunicação com funcionários”. Pode parecer apenas uma mudança de nome, mas vai muito além disso. Nós entendemos que o termo tradicional, de dizer que uma comunicação é interna, já não reflete mais a dinâmica da relação entre as organizações e seus empregados.
Essa mudança exige mais do que apenas um novo nome dentro da estrutura de comunicação corporativa. Requer repensar a maneira como nos relacionamos com as pessoas e seu protagonismo como embaixadores e multiplicadores da narrativa corporativa. Isso envolve não apenas o envio top down de informação, mas a criação de uma verdadeira rede, onde a escuta ativa, o diálogo e a cocriação são extremamente relevantes.
Funcionários hoje são mais que funcionários. No caso da Novo, podem ser também pacientes, cuidadores, influenciadores, ativistas, profissionais de saúde, voluntários…. e uma infinidade de outros papeis que possam exercer em sua vida. Então porque pensar que existe uma divisão da vida dentro e fora do trabalho quando, na verdade, somos seres únicos? Ainda estamos bem longe do que a série “Ruptura”, da Apple TV+, apresenta (aliás, recomendo muito que assistam, uma ótima reflexão para os dias atuais).
Sem muros: o impacto do digital e do trabalho híbrido
Não existem muros que separam a comunicação feita dentro ou fora da organização. Se antes acreditávamos que havia a ideia de um espaço protegido e restrito à empresa para as informações institucionais, que permaneciam apenas dentro das paredes corporativas, sabemos que isso não é mais possível e, muitas vezes, não é sequer desejável. As fronteiras entre os ambientes internos e externos de uma organização foram desfeitas com a ascensão das redes sociais, a multiplicação das plataformas digitais de comunicação e a adoção dos modelos híbridos de trabalho, incluindo o trabalho remoto.
Uma pesquisa recente da Gallup, que analisou o impacto do trabalho híbrido nas empresas, revelou que 54% dos trabalhadores valorizam uma comunicação interativa e acessível, com o uso de ferramentas de colaboração digital. Para o setor de saúde, no qual colaboradores estão distribuídos em diversos locais, como escritório, clínicas médicas, centros de pesquisa e unidades de produção, a comunicação híbrida e, na maioria das vezes assíncrona, deve ser ainda mais estratégica e direta. É ela que vai garantir que todos se mantenham atualizados sobre mudanças, notícias de interesse, atualizações, direcionamentos e alinhamentos gerais.
Confiança e reputação
Acreditamos que, ao adaptar nosso olhar para a comunicação com funcionários de forma mais abrangente, passamos a garantir um ambiente mais transparente e genuíno, onde todas as pessoas, dentro e fora da organização, têm uma percepção real e, oxalá, positiva da companhia.
Ao considerar a comunicação como uma só, criamos um ciclo virtuoso de confiança. Os funcionários, bem-informados, sabem o que podem compartilhar, ampliam o alcance das mensagens. A boa comunicação, por meio do já conhecido e eficiente “boca a boca”, contribui diretamente para a construção de uma imagem sólida e transparente da organização no mercado. Com isso, a comunicação se torna, cada vez mais, um verdadeiro catalisador da reputação da empresa.