A primeira vez que ouvi o termo VUCA, sinceramente achei que era um diminutivo de “vuco-vuco”, expressão que na linguagem popular, equivaleria a: fuzuê, fuzaca, rebuliço, rebu, furdunço, banzé, bafafá, auê, quiprocó, deus-nos-acuda, salve-se-quem-puder.
Bom, atirei no que vi e acertei no que não vi. Na realidade a noção de VUCA foi introduzida na década de 90 pelo US Army War College para descrever um mundo mais volátil, incerto, complexo e ambíguo que resultou do fim da Guerra Fria. Depois foi adotado nas esferas corporativas, para tentar descrever cenários em ambientes de mudança cada vez mais veloz.
Fazendo um fast-foward para os dias de hoje, o conceito sem duvida define bem o nosso novo “normal”. Crises, expansão da tecnologia, proliferação do mobile, uso das mídias sociais, robotização, varias gerações trabalhando juntas, escassez de recursos naturais, crescimento do extremismo politico e religioso, entre varias outras e aceleradas transformações, fizeram desse nosso mundo um verdadeiro “vuco-vuco”.
E se não esta fácil para ninguém, imagina para o coitado do profissional de RH que lida com o mais importante e volátil capital, o humano. As mudanças não só estão mais rápidas, mas também mais disrruptivas. E como mar calmo nunca fez bom marinheiro, acho que está nascendo um novo profissional de RH nesse cenário, onde destaco três principais papeis:
- RH Navegador: com a profusão de dados disponíveis, em tempo real, saber conectar os pontos, analisar números, identificar padrões, fazer as perguntas certas e rapidamente definir um norte para times e organizações nunca foi tao importante.
- RH Polvo: assumir outros processos fora de RH, como TI, sustentabilidade, centros de serviços, projetos e comunicação institucional ou mesmo passar mais tempo em contato com os clientes da empresa, são características desse novo profissional que vem expandindo seu perímetro tradicional, importantes para conduzir grandes transformações.
- RH CEO: em ambientes voláteis, incertos e ambíguos, ninguém melhor que o profissional especialista em gerenciar crises, conduzir mudanças, montar, mobilizar e engajar times para ser o capitão do navio. Mais RHs assumem, ambicionam ou são preparados para o cargo principal das organizações.
Quanto mais falamos desse presente e futuro incerto, mas tenho certeza que o papel do RH vai mudar e evoluir sim, como todo o mundo, mas sera cada vez mais fundamental para ajudar pessoas e organizações a terem sucesso nesse “furdunço”.